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25/08/2009 16:56
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Drogas: dilogo a melhor forma de combater o vcio

A direção do Colégio Medianeira promoveu dois encontros para alertar a população sobre o uso crescente de drogas entre os jovens. O primeiro ocorreu no último dia 26, voltado especificamente aos alunos, e o segundo na quarta, 1º, destinado aos pais e à comunidade. O tema foi ministrado por Frederico Trein, que coordena um centro de atendimento a dependentes químicos e alcoólatras de todo país. O serviço é mantido por convênios com a Paróquia São Cristóvão de Lajeado e com demais entidades.
Em entrevista à Folha, ele adiantou que uma das maneiras mais eficazes de evitar que o vício se estenda é o diálogo. Na avaliação de Trein, uma conversa franca e que esclareça as conseqüências e os males causados pelo uso de entorpecentes pode surtir efeitos positivos. “Não adianta proibir e dizer que não se deve usar. O importante é orientar e explicar”, acrescenta. Conforme Trein, o craque já tem atingido crianças de até 10 anos de idade. “Já recebemos meninos com essa faixa etária. É muito doloroso para os pais”, relata. Durante a entrevista, ele confessou ter se emocionado numa destas ocasiões pelo fato de uma mãe ter colocado junto à mala do filho, que receberia o tratamento, um carrinho. “Nessa idade a criança deveria estar brincando com aquele carrinho e não usando drogas”, desabafa.
Ele atribui esta realidade à “destruição” da família, da figura paterna e do consumismo. “Hoje as pessoas se preocupam mais com o ‘ter’ do que com o ‘ser’. Muitos encontram nas drogas a fuga para a tristeza, já que se sentem discriminados com isso”, explica. Outro fator que culmina para o crescente uso de drogas é a desinformação dos pais. “Isso é preocupante. Muitos pais não estão informados e ficam sabendo sobre os entorpecentes quando os filhos já estão no vício”, alerta. “A prevenção ainda é uma questão de educação. É preciso falar sobre o assunto desde cedo com a criança. As ocasiões para estes debates ainda são muito esporádicas. É necessário mostrar caminhos e orientar a criança a dizer não às drogas”, finaliza.

PREVENÇÃO - De acordo com a diretora Marta Becker Emmel, já que o problema existe a única saída é trabalhar com a prevenção. “Para prevenir é preciso conhecer o assunto; e o relato de experiências é muito importante no sentido de esclarecer os pais. Também ajuda a preparar o jovem para que ele diga não às drogas, para que possa ter uma vida saudável”, explica. Na avaliação de Marta, a vivência do palestrante no atendimento de dependentes facilita a exposição do assunto. “Ele tem uma linguagem mais direta para trabalhar com a juventude. Por exemplo, destaca que malandro é aquele que fica de cara limpa, que não cai na onda das drogas”, exemplifica.