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25/08/2009 16:56
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sca e seu vinho tipicamente candelariense

Quem não gosta de beber um bom vinho? Na Semana Santa e no inverno muitas pessoas ainda cultivam o hábito de degustar a bebida, que surgiu no sul da Ásia e se difundiu na Europa, principalmente na Grécia e na Itália. No Brasil, a cultura foi introduzida em 1532 por Martin Afonso de Souza, na capitania de São Vicente. O primeiro viticultor brasileiro foi Brás Cubas, que iniciou a produção de vinho em 1551, no planalto de Piratininga, em São Paulo. De São Vicente, o cultivo se espalhou pelo país e, no Rio Grande do Sul, foi introduzido em 1626 pelo jesuíta Roque González, em São Nicolau, na fase que antecedeu a formação dos Sete Povos das Missões.
Com o passar do tempo, a cultura foi crescendo no Rio Grande do Sul, principalmente nas regiões da serra gaúcha e da campanha. Em Candelária, um simpático aposentado de 78 anos, mantém o hábito de produzir o bom e velho vinho caseiro. Oscar Fernando Gewehr, popularmente conhecido como seu Ósca, produz o vinho artesanal  junto à sua residência, na Rua Sílvio Pinto, no bairro Rincão Comprido. Ósca conta que a cerca de 50 anos, quando era jovem, trabalhava como caminhoneiro e trazia para revender no município o vinho produzido por um amigo de Caçapava do Sul. Nos anos 80, ele mesmo começou a produção apenas para o consumo da família.
“Sempre gostei de produzir o vinho. É uma terapia que faz muito bem”, diz Ósca. O aposentado conta com a ajuda do genro, Fernando Brixner e do neto Eduardo, na produção da bebida. Ele não possui parreiras. As uvas vem da região da serra, prontas para extrair o líquido.

PRODUÇÃO – Ósca salienta que as uvas são colocadas em um moedor, que extrai o líquido. Depois, passa para um segundo recipiente com uma manga, onde é adicionado açúcar para dar início à fermentação. “O vinho fica fermentando por 40 dias. Aí está pronto para ser consumido”, conta o aposentado.
Ele relata que os tipos de uvas utilizadas são a Niágara (branca) e a Bordeux (escura). “O pessoal pede mais o vinho escuro, que é mais puro”, conta. Segundo ele, são produzidos aproximadamente 1.000 litros, que são colocados em garrafas pet. Como bom marqueteiro, “Seu Ósca” também salienta a qualidade do vinho. “É um vinho bom, caseiro e que faz bem para a saúde”, resume.

MÚSICA – Além do vinho, Seu Ósca  é um apaixonado pela música. Viúvo, o aposentado mora sozinho e tem nos seus instrumentos musicais, o passatempo predileto para passar as horas. O vinicultor conta que desde a década de 50 tocava gaita e aprendia as músicas em cadernos que ganhava. Porém, somente a partir de 2002, ele voltou a praticar o hobby, tocando teclado e gaita. No ano seguinte, entrou no grupo da terceira idade. Em 2008, ingressou nos Freundenkreis. “A música é uma coisa boa, é um entretimento”. Seu Ósca estará comercializando o vinho caseiro na Feira do Peixe de Candelária, que acontece entre os dias 8 e 10 deste mês.