Logo Folha de Candelária
25/08/2009 16:56
Por:

Um domingo (quase) ao avesso

Acordei cedo no domingo para assistir a Fómula 1. Metade da corrida e pouco e um dilúvio se abateu sobre a pista e fim de prova, deixando seguidamente os carros em posição contrária na pista. 8h e eu e a família estávamos prontos para vir a Candelária para batizar a afilhadinha Rafaella, filha do João (já falei aqui, cabelos e coisital) e da Fabi e mana da Paula, que tá feliz da vida. Chegando na igreja, vejo o gremista Moacir Thumé no altar com uma baita duma faixa vermelha sobre a batina. Teria ele virado a casaca? Começou estranho mesmo o domingo. Durante a cerimônia ele fez questão de explicar que a faixa vermelha é utilizada em certas cerimônias, como a do Domingo de Ramos. Na hora da Santa Ceia, vi meu afilhado Marcos Escobar na fila e algo me despertou a atenção. Disse ao Fausto, meu outro afilhado, que estava sentado à minha frente:
– Tem alguma coisa errada com o Escobar.
– É – respondeu ele. Tá com a camisa ao avesso.
Sinistro, carros na contramão na pista, Moacir de vermelho, Escobar com camisa invertida. Mas tudo bem. O dia seguiu seu curso, chegamos na Afucan e na festa do batizado encontrei o Delmar Faber, aquele que leva cachaça “batizada” para as pescarias. Impressionantemente ele não quis provar da cachaça de alambique com butiá que levei junto para a festa, conforme prometido ao agora compadre João. Almoçamos, passamos pelos doces e a cerveja estava quase congelando no freezer quando vimos que já era hora de ir embora. Chegando em casa, ainda tinha um restinho da Expocabrais para aproveitar. Chegamos felizes, com o Grêmio vencendo o jogo por 1x0. Não durou muito, o Inter empatou e, depois de mais umas latinhas, fiquei sabendo que havíamos perdido de novo. Pensei: amanhã (segunda) vou escrever mais uma coluna sobre o Celso Roth e desta vez vou enviar para a direção do Grêmio, para ver se tomam vergonha na cara. Menos mal que o batizado tava bom pra caramba. Segunda chego na redação e leio as newsletters: Nova derrota derruba Celso Roth! Putz, vai ser azarado lá nos confins. Não me lembro de ter comemorado tanto uma derrota em minha vida. Aleluia, já foi tarde. Agora, sim, retomo as esperanças de algum título. E saibam, senhores colorados, que a festa do centenário se deve muito ao tricolor. Um título mundial engasgado por tantos anos fez com que vocês buscassem forças não sei de onde para se igualar a nós. Agradeçam-nos! Encontramo-nos no Brasileirão... e sem Roth.

As sem-razões do amor
(Carlos Drummond de Andrade)

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

À esposa, companheira, amiga, mãe, que me aguenta há quase 10 anos, hoje merece todo meu reconhecimento e todas as poesias bonitas do mundo.
Parabéns, Cris!