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25/08/2009 16:56
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T apertado? Vai ao banco...

A notícia veio à tona dia desses numa conversa entre amigos e (in)felizmente chegou aos meus ouvidos. Repórter nem sempre pode contar o que sabe (e como sabe...), mas esta é publicável. Todo mundo que está apertado financeiramente recorre aos bancos para resolver suas necessidades: pega um empréstimo, parcela, paga em suaves prestações e pronto, tudo está resolvido (pelo menos até começar a faltar o dinheiro para pagar as parcelas). Porém, na pequena e pacata cidade de Candelária, um cidadão descobriu que os bancos também podem ser extremamente úteis quando se trata de satisfazer outras necessidades, as fisiológicas. Exatamente! Certo dia, bem cedinho, decerto acometido por uma dor de barriga provocada por criba quente com cerveja gelada, um cidadão entrou em um posto de atendimento 24h em uma agência da cidade e resolveu fazer ali seu cocozinho (ou zão, esqueci de perguntar isso) matinal. Como o crime não compensa e a barriga é mais forte do que o cérebro quando se trata de apertos desta natureza, esqueceu-se o cidadão de que as salas são monitoradas por câmeras de vigilância. Resultado: foi flagrado e o filme está próximo de ser exibido na Internet e nas melhores salas de cinema do país. A data da estréia só não foi anunciada oficialmente porque o fato despertou um grande interesse das empresas fabricantes de papel higiênico em patrocinar a obra.
Curioso para saber mais a respeito do episódio, liguei para a agência e falei com o rapaz, amigo meu, que não vou revelar o nome, nem o do “obreiro matutino”. Mas vamos colocar este papo em forma de entrevista para ficar mais elucidativo. O amigo será tratado como Sr. X:
Eu: – Tchê, é verdade este papo que tem por aí que um cara cagou fez cocô na sala de autoatendimento?
Sr. X: – Verdade mesmo. O sistema de vigilância filmou tudo, às 6h da manhã. Mas não podemos revelar o nome pra não dar encrenca.
Eu: – Sim, sei. Mas ele passou o cartão pra entrar?
Sr. X: – Não precisa. É com sistema de botões. Aperta e entra. E foi o que ele fez. Chegou, baixou as calças e se acocou perto dos caixas e iniciou os trabalhos. De vez em quando dava uma pausa para dar uma olhadinha pra fora pra ver se não tinha ninguém chegando.
Eu: – Bah, a responsável pela limpeza deve ter ficado “buzina” da vida com ele, né?
Sr. X: – Que nada, ela nem tinha chegado e sobrou pra gente limpar aquela porcaria toda. Luva, extrato de eucalipto, mangueira, pano, balde... Poderia ao menos fazer cocô no lixo e levar o baldinho junto. Seria menos pior...
Eu: – Tá, mas o rapaz, tinha levado papel junto?
Sr. X: – Ah, isso eu não vi, mas a primeira coisa que ele fez foi tirar um extrato.
Eu: – Caramba, velho, então extrato também faz as vezes de papel?
Sr. X: Hahahaha, pois é.
Eu: – Deve ser por isto que nos caixas eletrônicos não existem mais notas de R$ 1,00, né? Então tá, beleza. Boa sorte aí, e me manda uma cópia do vídeo! Abraço!
Sr. X: – Hahahaha, combinado. Abraço!
Fértil como esterco, já que entramos de vez no ramo escatológico, pensei no assunto não como uma coisa engraçada, mas como um novo ramo de negócios para os bancos poderem faturar mais um dinheirinho. Senão vejamos: a colocação de um vaso sanitário junto aos caixas 24h e um exaustor eólico para resolver o problema do mau cheiro não demandaria um grande investimento. A pessoa entraria na salinha, digitaria sua senha e no menu “opções” escolheria NF (necessidade fisiológica). Neste momento, se abriria a tampa do vaso, ligaria o sistema de ventilação e o sistema abriria um submenu para escolher o tanto de papel higiênico que precisaria. Depois do trabalho feito, a tampa se fecharia, o sistema acionaria a descarga e pronto. Mais uma vantagem para os correntistas, que poderiam debitar o papel higiênico na conta-corrente e pagar sem juros em até 30 dias; e um atrativo para conquistar aqueles que poventura não sejam clientes do banco. Aí é uma questão de marketing. Para completar, a Folha entraria como parceira no projeto e o cliente poderia ler tranquilamente as últimas notícias e esta coluna com seu riquíssimo teor cultural. Pensando bem, o papel de jornal tem outras utilidades. Nesse caso não seria uma boa idéia!