Logo Folha de Candelária
25/08/2009 16:56
Por:

Rachador de lenha: com ele, atoras parecem manteiga

Rachar uma atora de eucalipto é tão fácil quanto cortar manteiga, correto? Corretíssimo, dizem os agricultores Samuel Roehrs, Airton Melchior e Vanderlei Schroeder, todos moradores da Linha do Rio. Mas como pode ser tão fácil para eles, já que todos sabem a encrenca que é cortar uma atora de quase puro cerne e, ainda mais, se aparecem os famosos nós? Simples. Eles fazem parte de um grupo de amigos que fizeram uma “vaquinha” para comprar um rachador de lenha. De manejo prático e acoplado a qualquer trator que disponha de comando hidráulico, o equipamento que faz do cerne manteiga é uma realidade presente no cotidiano de muitos agricultores de Candelária. Fabricado e apresentado ao público pela primeira vez em 2006 pela empresa Rathke & Cia. Ltda, além da facilidade no manuseio os benefícios não param por aí. “Sobretudo, o rachador de lenha representa rapidez e uma grande economia – que pode superar os 20% – no consumo de lenha, seja para estufas de fumo ou para secadores de cereais”, afirma o sócio-proprietário Roque Rathke.
Acoplado em um trator Massey Ferguson 275, por exemplo, o gasto é de meio litro de óleo diesel para cortar um metro cúbico de lenha. A performance também é invejável. Faça as contas e calcule quanto tempo seria necessário para rachar 16m³ – ou meia carga de caminhão – de atoras de eucalipto utilizando uma motosserra. Com o rachador, leva apenas quatro horas e dois litros de diesel. Para dar embasamento nas estatísticas apontadas pela empresa quanto à economia de lenha no processo de secagem de fumo, a reportagem da Folha de Candelária esteve nas propriedades de Samuel Gewehr e de Airton Melchior. O produtor Airton Melchior e seu cunhado Vanderlei Schroeder se dispuseram gentilmente a fazer uma demonstração do equipamento para a reportagem na última sexta-feira. Airton no comando e Vanderlei no trabalho braçal. Grossas toras de eucalipto eram colocadas sobre a base do rachador que, acionado pelo comando hidráulico, eram transformadas em peças do tamanho desejado pelos produtores.
ECONOMIA – Melchior confirma que o cerne de eucalipto é excelente para a secagem, “mas o tamanho variado das toras dificultava a estabilização da temperatura dos fornos, além ser de difícil manuseio”, argumenta. “Em razão do peso, representavam um constante risco à estrutura das fornalhas”, completa Vanderlei. Por estas razões, os agricultores resolveram comprar um rachador em sociedade com os vizinhos João Rodolfo Pagel, Juarez Wolfenbüttel, Ricardo Schmachtenberg, Alberto Melchior e Fábio Bringmann. Airton e o cunhado gastam pelo menos 300 metros cúbicos de lenha por ano, e geralmente, as atoras mais grossas eram vistas com maus olhos. Hoje, pela quantidade de cerne e a facilidade de cortar proporcionada pelo rachador, elas são as preferidas. Segundo informam os produtores, o gasto para uma secadas de fumo gira em torno de 4 a 4,5 metros cúbicos de lenha, ou seja, de um metro e meio a dois menos do que gastavam antes. E agora, que o período de secagem do fumo já passou, os produtores já se preparam para o próximo, aproveitando a meia-estação para o trabalho, que ficou bem mais fácil.

As vantagens
• Utilização de madeiras de todo o porte, incluindo grandes espessuras, com forma irregular.
• Economia média de 20% no consumo de lenha.
• Menor produção de carvão, resultando em maiores períodos para a limpeza.
• Menor manutenção da fornalha.
• Maior vida útil da fornalha.
• Maior facilidade no manuseio da lenha.

Informações
A Rathke & Cia Ltda. fica na Rua Dr. Middendorff, 280, na esquina com a avenida Pereira Rego, ou pelo telefone 3743 1243.