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25/08/2009 16:56
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Comercializao do fumo chega a 40%

De acordo com as projeções da Afubra, boa parte da safra 2008/2009 está estocada nos galpões. A quantia entregue às fumageiras gira em torno de 35 a 40% até o momento. Desde a última semana, no entanto, o processo de comercialização foi acelerado pelo fato de mais indústrias (as de pequeno porte) terem iniciado a compra. Em entrevista à Folha, o diretor-secretário da Afubra e presidente da Câmara Setorial do Tabaco, Romeu Schneider, disse que o crédito liberado por algumas instituições bancárias foi o que determinou este acréscimo na compra. “Algumas empresas não tinham dinheiro para comprar o produto. A chuva ocorrida nos últimos dias também facilitou o preparo do fumo que não podia ser classificado pela falta de umidade. O que se percebe, desde a semana passada, é um movimento maior de caminhões carregados com fumo na região”, destaca.
Conforme Schneider, o atraso foi ocasionado principalmente pela indefinição do índice de reajuste do preço. “Em situação normal, mais de 45% da safra já teria sido vendida”, explica. Sobre o valor pago pelo produto, ele adianta que o preço médio oferecido pelo quilo está em torno de R$ 6,14. Se comparado com a cotação do BO1 - fumo de melhor qualidade, que hoje é avaliado em R$ 7,07 (o quilo), pode-se dizer que os produtores têm recebido uma remuneração equilibrada. “Tem se percebido uma melhora na valorização do produto”, sinaliza o dirigente. Já no início da comercialização, em meados de fevereiro, a queixa era de que havia rigor na classificação - o que levou muitos produtores a trazerem o fumo de volta da indústria, tendo em vista que o preço oferecido estava abaixo do esperado.

GARANTIA - Em função da demora para fixar a nova tabela de preços da atual safra com a indústria, as entidades representativas do produtor optaram por definir, com antecedência, um preço mínimo de garantia para a safra 2009/2010. Os debates em torno deste assunto iniciam no mês de junho. “A expectativa é de que a atual tabela de classificação possa servir como garantia para a safra seguinte”, adianta Schneider. “Entretanto, não se descarta que esse valor seja acrescido porque até o fim do ano deve ser feito um levantamento dos custos de produção. Isso vai apontar qual o preço ideal”, avalia.
O objetivo é fazer com que o agricultor saiba o mínimo que poderá receber pelo produto na safra seguinte. De acordo com Schneider, há 18 anos a Afubra tentou adotar este sistema, que só não foi tocado adiante em função da inflação. “Na época, os preços variavam muito e não tinha como fixar um valor para ser praticado meses depois”, resume. A intenção é de firmar um acordo com as indústrias para que isto seja cumprido a partir de agora.