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Dirio de viagem
Nesta terça-feira, o comendador candelariense Júlio Massirer, enviou um e-mail ao editor da Folha e à colunista Odete Jochims para contar um pouco sobre a viagem que está fazendo acompanhado da esposa Iza Mara aos Estados Unidos, cujo conteúdo é reproduzido na íntegra.
“Buenas, gurizada. Depois de rodar um bom tempo pelas Montanhas Rochosas (na neve) em Denver, estado do Colorado, e visitar o Memorial de Buffalo Bill, voamos para Austin, no Texas. Lá encontramos o Bob,que nos levou para tomar umas Margaritas (caipirinha mexicana) passear pela costa do rio – um shopping de alimentação – junto a uma barragem e pousar e dormir na casa do Dr O. B. Jackson – irmão do prefeito Andrew e médico altamente conceituado por aqui; uma verdadeira mansão com um museu dentro – tudo antigo, mas bem organizado – fenomenal!
Lá estavam Andrew e Billy, que chegavam do Panamá e outros países da América Central, terminando em Cancum. Tchê, foi uma noite inesquecível, com muita música texana tocada por eles e muita comida típica, com peixes e camarões e a tradicional pimenta mexicana (esquenta que só!). Entregamos os mimos trazidos de Candelária-RS, tiramos muitas fotos e relembramos os bons momentos da visita à nossa cidade. Adoraram os aventais e mouse pad. Que recepção em alto estilo! As fotos seguem em outro e-mail - se conseguir passar.
Bem, agora o desafio, chegar ate Candelaria - Texas. Após 700 km de deserto chegamos à primeira parada. Outro sítio de propriedade do prefeito Jackson. Um antigo Saloon, no meio de nada, à margem da rodovia. Tudo funciona, desde a eletrola de botar moedas que lembra os filmes de bang-bang, e autêntico. Os posters com fotos de John Waine, a mesa de jogo de poker - tudo, tudo igual - de fundo musical Elvis Presley. Um museu abandonado, mas com muito calor humano e tudo limpo dentro do pó do Texas. Ele passa por lá de dois, três meses. Incrível! Veados (autênticos), antílopes e outros bichos circulam em volta da casa. Cozinheiro de mão cheia, faz o tradicional breakfest americano, com muito bacon, omelete, cookies, café colombiano, e de fundo a famosa e inesquecível música texana (naquela eletrola movida a moeda).
Após a noite agradável ouvindo o vento levantar aquelas moitas (de novo como nos filmes) seguimos ao amanhecer para mais 400 km de deserto e montanhas. Passamos povoados antigos e chegamos à fronteira com o México na cidade de Presidio – que não tem cadeia, é só o nome de origem mexicana – vendo muitos búfalos e antílopes, além de coiotes e javalis. Mais algumas milhas no deserto costurando o rio Colorado e as montanhas mexicanas numa estrada – sempre asfaltada – mas com lombadas parecendo uma montanha russa, pois quanto chove de dez em dez anos forma cursos d’água que atravessam a estrada. De repente, uma placa verde indicando CANDELARIA A 10 MILHAS (cada milha tem mais de 1.600m). Ela existe!
Algumas casinhas vão aparecendo e, de repente, um rancho com a bandeira sempre aberta dos EUA. Estamos na fazenda Rancho Pensado, sede de Candelaria. Lá chegando somos nomeados Xerife Assistente, como nos filmes, e recebemos a estrela de autoridade. Outra história incrível, mais um museu. Novo saloon como parte da história da colonização americana das terras do México. Mesas de jogo, balcão de bebidas, fotos enormes ornamentam as paredes com os texanos de outrora – conquistadores da região, outra eletrola de moedas, Cocas-colas e garrafas antigas, posters dos can-cans da época. Um fundo musical texano e o vice-prefeito, Sr. Martin, nos recepciona, seguido de seu guarda costa mexicano - señor Sergio - treinador de cavalos que faz os animais se sentarem - incrível. Um bom gole de tequila e estamos em casa. Cavalos de raça, muitos cabritos e três casas-sede, onde nos acomodamos para desfrutar da hospitalidade mais mexicana que americana. Um gramado regado a fontes de água brilha no pátio aos fundos, onde dezenas de beija-flores sugam o néctar das garrafas com açúcar.
Um passeio a pé até a fronteira do México, a 200m da casa, onde havia uma pinguela sobre o rio Colorado, ainda estreito, mas o governo americano derrubou e colocou uma placa dizendo ser caminho de imigração ilegal. Circulamos, sim, um círculo, pois tem poucas casas e em meia hora se faz a volta na cidade. Um calor abrasador típico da região nos levou a uma piscina natural, com água gelada para a refresca. À noite, com muita cerveja mexicana - após as tequilas -, um assado nas churrasqueiras históricas, onde muitos cowboys assaram carne na travessia para o desbravamento das áreas.
À noite, o silêncio nos traz o descanso, e ao amanhecer já recebíamos a visita dos policiais federais – acho o Sr. Andrew também é comandante da Força Policial de Fronteira - com suas motos de quatro rodas off-road 4x4 e armas a laser, que acendem uma luz ao achar o alvo. Fotos com o armamento e as motos. Foram legais! Um até falava alemão, sua origem de família, o sargento Scholtz.
Bem, tudo visto e comprovado - Candelaria/Texas existe - mas é longe demais e o Rancho é dividido pela posse de mais três sócios, além do Sr. Andrew Jackson. Agora, mais 400 milhas e deslocamento até Middlan, onde reside o prefeito-xerife Andrew. Novo deserto, mas agora pela região do petróleo, fonte de renda dos nossos amigos. Um milhão de pica-paus picam o solo arrancando o petróleo, levando-o por tubos.
Fim da viagem. Cansados, mas realizados pela cortesia, amizade, receptividade e um monte de adjetivos que vieram a reforçar o caráter oficial da nossa visita a Candelaria. Ficam os agradecimentos dos texanos ao prefeito Lauro pelos marcantes presentes e pela mensagem, ao secretário Jorge Mallmann, ao amigo do hotel, Iuri, e a recepcionista Mariana, principalmente, além de muitos outros que aí os receberam.
Luís e Odete, é mais ou menos isto. Agora vou curtir minha filha por San Diego e acompanhar sua trajetória para a conquista do título de Cientista em Biologia Molecular. Em junho acreditamos estar de volta pela nossa Candelária. Abração a todos.
Comendador Julio Massirer
“Buenas, gurizada. Depois de rodar um bom tempo pelas Montanhas Rochosas (na neve) em Denver, estado do Colorado, e visitar o Memorial de Buffalo Bill, voamos para Austin, no Texas. Lá encontramos o Bob,que nos levou para tomar umas Margaritas (caipirinha mexicana) passear pela costa do rio – um shopping de alimentação – junto a uma barragem e pousar e dormir na casa do Dr O. B. Jackson – irmão do prefeito Andrew e médico altamente conceituado por aqui; uma verdadeira mansão com um museu dentro – tudo antigo, mas bem organizado – fenomenal!
Lá estavam Andrew e Billy, que chegavam do Panamá e outros países da América Central, terminando em Cancum. Tchê, foi uma noite inesquecível, com muita música texana tocada por eles e muita comida típica, com peixes e camarões e a tradicional pimenta mexicana (esquenta que só!). Entregamos os mimos trazidos de Candelária-RS, tiramos muitas fotos e relembramos os bons momentos da visita à nossa cidade. Adoraram os aventais e mouse pad. Que recepção em alto estilo! As fotos seguem em outro e-mail - se conseguir passar.
Bem, agora o desafio, chegar ate Candelaria - Texas. Após 700 km de deserto chegamos à primeira parada. Outro sítio de propriedade do prefeito Jackson. Um antigo Saloon, no meio de nada, à margem da rodovia. Tudo funciona, desde a eletrola de botar moedas que lembra os filmes de bang-bang, e autêntico. Os posters com fotos de John Waine, a mesa de jogo de poker - tudo, tudo igual - de fundo musical Elvis Presley. Um museu abandonado, mas com muito calor humano e tudo limpo dentro do pó do Texas. Ele passa por lá de dois, três meses. Incrível! Veados (autênticos), antílopes e outros bichos circulam em volta da casa. Cozinheiro de mão cheia, faz o tradicional breakfest americano, com muito bacon, omelete, cookies, café colombiano, e de fundo a famosa e inesquecível música texana (naquela eletrola movida a moeda).
Após a noite agradável ouvindo o vento levantar aquelas moitas (de novo como nos filmes) seguimos ao amanhecer para mais 400 km de deserto e montanhas. Passamos povoados antigos e chegamos à fronteira com o México na cidade de Presidio – que não tem cadeia, é só o nome de origem mexicana – vendo muitos búfalos e antílopes, além de coiotes e javalis. Mais algumas milhas no deserto costurando o rio Colorado e as montanhas mexicanas numa estrada – sempre asfaltada – mas com lombadas parecendo uma montanha russa, pois quanto chove de dez em dez anos forma cursos d’água que atravessam a estrada. De repente, uma placa verde indicando CANDELARIA A 10 MILHAS (cada milha tem mais de 1.600m). Ela existe!
Algumas casinhas vão aparecendo e, de repente, um rancho com a bandeira sempre aberta dos EUA. Estamos na fazenda Rancho Pensado, sede de Candelaria. Lá chegando somos nomeados Xerife Assistente, como nos filmes, e recebemos a estrela de autoridade. Outra história incrível, mais um museu. Novo saloon como parte da história da colonização americana das terras do México. Mesas de jogo, balcão de bebidas, fotos enormes ornamentam as paredes com os texanos de outrora – conquistadores da região, outra eletrola de moedas, Cocas-colas e garrafas antigas, posters dos can-cans da época. Um fundo musical texano e o vice-prefeito, Sr. Martin, nos recepciona, seguido de seu guarda costa mexicano - señor Sergio - treinador de cavalos que faz os animais se sentarem - incrível. Um bom gole de tequila e estamos em casa. Cavalos de raça, muitos cabritos e três casas-sede, onde nos acomodamos para desfrutar da hospitalidade mais mexicana que americana. Um gramado regado a fontes de água brilha no pátio aos fundos, onde dezenas de beija-flores sugam o néctar das garrafas com açúcar.
Um passeio a pé até a fronteira do México, a 200m da casa, onde havia uma pinguela sobre o rio Colorado, ainda estreito, mas o governo americano derrubou e colocou uma placa dizendo ser caminho de imigração ilegal. Circulamos, sim, um círculo, pois tem poucas casas e em meia hora se faz a volta na cidade. Um calor abrasador típico da região nos levou a uma piscina natural, com água gelada para a refresca. À noite, com muita cerveja mexicana - após as tequilas -, um assado nas churrasqueiras históricas, onde muitos cowboys assaram carne na travessia para o desbravamento das áreas.
À noite, o silêncio nos traz o descanso, e ao amanhecer já recebíamos a visita dos policiais federais – acho o Sr. Andrew também é comandante da Força Policial de Fronteira - com suas motos de quatro rodas off-road 4x4 e armas a laser, que acendem uma luz ao achar o alvo. Fotos com o armamento e as motos. Foram legais! Um até falava alemão, sua origem de família, o sargento Scholtz.
Bem, tudo visto e comprovado - Candelaria/Texas existe - mas é longe demais e o Rancho é dividido pela posse de mais três sócios, além do Sr. Andrew Jackson. Agora, mais 400 milhas e deslocamento até Middlan, onde reside o prefeito-xerife Andrew. Novo deserto, mas agora pela região do petróleo, fonte de renda dos nossos amigos. Um milhão de pica-paus picam o solo arrancando o petróleo, levando-o por tubos.
Fim da viagem. Cansados, mas realizados pela cortesia, amizade, receptividade e um monte de adjetivos que vieram a reforçar o caráter oficial da nossa visita a Candelaria. Ficam os agradecimentos dos texanos ao prefeito Lauro pelos marcantes presentes e pela mensagem, ao secretário Jorge Mallmann, ao amigo do hotel, Iuri, e a recepcionista Mariana, principalmente, além de muitos outros que aí os receberam.
Luís e Odete, é mais ou menos isto. Agora vou curtir minha filha por San Diego e acompanhar sua trajetória para a conquista do título de Cientista em Biologia Molecular. Em junho acreditamos estar de volta pela nossa Candelária. Abração a todos.
Comendador Julio Massirer