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Autoridades e comunidade debatem a segurana
A segurança pública de Candelária foi o tema de uma audiência pública realizada na noite de ontem na sede da Câmara Municipal, numa iniciativa do próprio Legislativo e da Associação do Comércio e Indústria de Candelária (Acic). O evento colocou, frente a frente, de um lado, a comunidade preocupada com os crescentes níveis de violência registrados no município, e de outro, as autoridades responsáveis pelas questões relacionadas à segurança. O compromisso com o fechamento da edição não permitiu à reportagem acompanhar a reunião até o seu final, mas o que assistiu foi o suficiente para testemunhar a importância do debate para a esperada busca de soluções para o assunto em pauta.
Após uma rápida manifestação do vereador Alan Wagner e do presidente da Acic, Fernando Lersch, justificando o encontro, a palavra foi colocada à disposição das autoridades presentes. Inicialmente, o juiz da comarca, Celso Fialho Fagundes, declarou ter se dado conta logo que chegou a Candelária que algo precisava ser feito com relação à problemática relacionada à violência. Neste sentido, defendeu, por exemplo, a criação de um comitê anti-drogas para integrar idéias e ações no combate a um problema de graves repercussões na questão da violência. O magistrado também defendeu melhores condições para os presídios, inclusive para o local. A respeito, apresentou estatística segundo a qual de cada 10 pessoas presas, pelo menos 7 voltam a cometer crimes. O delegado Eron Marques de Lemos saudou a mobilização, ao mesmo tempo em que fez um relato da situação dramática vivida pela Delegacia de Polícia da cidade. Informou que a DP possui apenas um veículo - um Corsa 2004 sucateado, segundo descreveu - e que há três meses os próprios policiais limpam suas salas diante da ausência de uma faxineira. Disse que está tentando reestruturar o Consepro, órgão que após ter sido repassado para a iniciativa privada deixou de ajudar a Polícia Civil local em suas necessidades mais básicas. O delegado também contou seu esforço para conseguir uma caminhonete que foi conquistada pela comunidade através de consulta popular em 2005.
O comandante da Brigada Militar de Candelária, capitão Rodrigo Sartori, defendeu um auxílio maior da sociedade para amenizar os problemas causados pela violência. Neste aspecto, questionou se alguém entre os presentes empregaria um presidiário devolvido ao convívio social. Sartori observou que a repressão é importante no combate à violência, ressaltando, no entanto, que a prevenção é o melhor caminho. A exemplo do delegado, o comandante da BM também falou sobre as dificuldades de toda a ordem enfrentadas pela corporação, só amenizadas, segundo reconheceu, pelo apoio obtido do Clube da Gasolina. Ao concluir, fez uma citação que sintetizou sua mensagem: “O Estado é responsável pela ordem, mas à comunidade compete estabelecer a paz”.
Na seqüência, foi a vez do promotor Elemar Gräbner se pronunciar, salientando que, através das manifestações anteriores, “o problema está posto”. Igualmente saudou a iniciativa, observando, no entanto, que o tema envolve questões complexas. Apesar da grande expectativa da comunidade, fez coro a uma conclusão recorrente entre as autoridades: “não existe solução mágica”. Gräbner sustentou também que cada órgão público representado naquele ato faz o que pode diante das visíveis deficiências. “Todos estamos trabalhando no limite. Temos, por exemplo, hoje mais de oito mil processos em andamento no município”, enfatizou. Por outro lado, reconheceu que as pessoas reclamam com razão, pois querem resolver seus problemas. Segundo o promotor, a legislação também traz dificuldades. Neste sentido, afirmou que a Constituição de 1988 encheu o cidadão de direitos. “Na prática, porém, os marginais se beneficiaram com as regalias e inúmeros direitos previstos”. Defendeu um esforço conjunto da sociedade em favor do resgate de valores éticos e morais e ao finalizar citou a fábula do passarinho que fez a sua parte no combate a um incêndio, apesar das incompreensões. “Enquanto cada um não fizer a sua parte o incêndio vai continuar”, completou. A defensora pública, Beatriz Jacobi, se manifestou em favor da maiores investimentos na educação para mudar o atual estado de coisas. Finalizados os pronunciamentos, teve início um debate entre os presentes. Na próxima edição, a Folha irá repercutir os desdobramentos da audiência pública sobre a segurança no município.
Após uma rápida manifestação do vereador Alan Wagner e do presidente da Acic, Fernando Lersch, justificando o encontro, a palavra foi colocada à disposição das autoridades presentes. Inicialmente, o juiz da comarca, Celso Fialho Fagundes, declarou ter se dado conta logo que chegou a Candelária que algo precisava ser feito com relação à problemática relacionada à violência. Neste sentido, defendeu, por exemplo, a criação de um comitê anti-drogas para integrar idéias e ações no combate a um problema de graves repercussões na questão da violência. O magistrado também defendeu melhores condições para os presídios, inclusive para o local. A respeito, apresentou estatística segundo a qual de cada 10 pessoas presas, pelo menos 7 voltam a cometer crimes. O delegado Eron Marques de Lemos saudou a mobilização, ao mesmo tempo em que fez um relato da situação dramática vivida pela Delegacia de Polícia da cidade. Informou que a DP possui apenas um veículo - um Corsa 2004 sucateado, segundo descreveu - e que há três meses os próprios policiais limpam suas salas diante da ausência de uma faxineira. Disse que está tentando reestruturar o Consepro, órgão que após ter sido repassado para a iniciativa privada deixou de ajudar a Polícia Civil local em suas necessidades mais básicas. O delegado também contou seu esforço para conseguir uma caminhonete que foi conquistada pela comunidade através de consulta popular em 2005.
O comandante da Brigada Militar de Candelária, capitão Rodrigo Sartori, defendeu um auxílio maior da sociedade para amenizar os problemas causados pela violência. Neste aspecto, questionou se alguém entre os presentes empregaria um presidiário devolvido ao convívio social. Sartori observou que a repressão é importante no combate à violência, ressaltando, no entanto, que a prevenção é o melhor caminho. A exemplo do delegado, o comandante da BM também falou sobre as dificuldades de toda a ordem enfrentadas pela corporação, só amenizadas, segundo reconheceu, pelo apoio obtido do Clube da Gasolina. Ao concluir, fez uma citação que sintetizou sua mensagem: “O Estado é responsável pela ordem, mas à comunidade compete estabelecer a paz”.
Na seqüência, foi a vez do promotor Elemar Gräbner se pronunciar, salientando que, através das manifestações anteriores, “o problema está posto”. Igualmente saudou a iniciativa, observando, no entanto, que o tema envolve questões complexas. Apesar da grande expectativa da comunidade, fez coro a uma conclusão recorrente entre as autoridades: “não existe solução mágica”. Gräbner sustentou também que cada órgão público representado naquele ato faz o que pode diante das visíveis deficiências. “Todos estamos trabalhando no limite. Temos, por exemplo, hoje mais de oito mil processos em andamento no município”, enfatizou. Por outro lado, reconheceu que as pessoas reclamam com razão, pois querem resolver seus problemas. Segundo o promotor, a legislação também traz dificuldades. Neste sentido, afirmou que a Constituição de 1988 encheu o cidadão de direitos. “Na prática, porém, os marginais se beneficiaram com as regalias e inúmeros direitos previstos”. Defendeu um esforço conjunto da sociedade em favor do resgate de valores éticos e morais e ao finalizar citou a fábula do passarinho que fez a sua parte no combate a um incêndio, apesar das incompreensões. “Enquanto cada um não fizer a sua parte o incêndio vai continuar”, completou. A defensora pública, Beatriz Jacobi, se manifestou em favor da maiores investimentos na educação para mudar o atual estado de coisas. Finalizados os pronunciamentos, teve início um debate entre os presentes. Na próxima edição, a Folha irá repercutir os desdobramentos da audiência pública sobre a segurança no município.