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25/08/2009 16:56
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Codornas, nmero inexpressivo de criadores e de aves

A série “Riquezas da Nossa Terra” traz na edição de hoje, 26, mais uma alternativa para diversificação da renda e da alimentação. A exemplo da anterior, esta também evidencia um criador da cidade, visto que o número de adeptos é mínimo e de pouca relevância no interior. Na semana passada, o leitor conferiu que a cunicultura (criação de coelhos) é mais voltada para o incremento do plantel de pequenos animais nas propriedades. Portanto, sem cunho comercial. Naquela ocasião, a Folha revelou que o município possui pouco mais de 400 coelhos - criados também para o consumo, e que a venda de carne é muito irregular. Isto se explica pela reduzida produção e pela falta de organização do setor. A reportagem sobre coelhos serviu, sobretudo, para demonstrar que pessoas como Paulo Luiz Gregory, mais conhecido por “Paulo bolacha”, ainda se preocupam com o bem-estar dos animais. Ele mantém uma variada linhagem destes bichos na sua propriedade.
As informações mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - 2007) apontam que em Candelária há em torno de 730 codornas. A produção de ovos é estimada em 10 mil dúzias/ano. A coturnicultura (denominação da atividade), segundo alguns especialistas, é uma opção viável para grandes empresas avícolas e uma alternativa atrativa para pequenos e médios criadores. Isto porque é uma ave precoce, com crescimento rápido e que pode ser criada em áreas de menor espaço. No município, no entanto, é praticamente irrelevante o número de produtores que se dedicam à criação destes animais. A reportagem da Folha manteve contato com várias entidades, como a secretaria municipal de Agricultura, e não conseguiu identificar dados mais precisos sobre a atividade.
A inexistência de fornecedores foi justamente o que levou o proprietário da Pet Shop Vida Animal, Vinícius Jenisch, a criar as codornas que vende aos clientes. Em entrevista à Folha, ele conta que em abril de 2007, quando abriu a loja, não encontrou criadores na cidade. “Trazia de Porto Alegre, mas depois que consegui 60 matrizes, eu mesmo comecei a encubar os ovos e a criar as aves para revender”, explica. Segundo ele, os ovos podem ser encubados com garnisés ou galinhas chocadeiras. “Utilizo o garnisé porque é em pequena escala (em torno de 25 ovos), suficiente para o mercado local”, acrescenta. O período de encubação dos ovos é de 18 dias. “Com 45 dias a codorna já está em fase de postura; pronta para ponhar”, adianta. Este período vale para as de raça comum.
Conforme Vinícius, as codornas são aves calmas e dóceis. A alimentação é feita à base de ração, verduras e pastagens macias (couve, agrião, azevém) e água. No que se refere ao manejo, ele adianta que o local deve ser seco e arejado. “Não se adaptam em locais muito ventilados, com ar frio e com a passagem constante de pessoas. Já se estiverem num ambiente calmo terão um rendimento melhor”, esclarece. A produção, de acordo com ele, pode chegar a um ovo a cada 18 horas. “Isto se as aves forem criadas nas condições adequadas, com boa luminosidade durante o dia e a noite e com alimentação balanceada”, afirma. Todavia, o rendimento reduz em períodos que antecedem à primavera e o inverno, épocas em que as aves trocam as penas.

MATRIZES - As matrizes produzem por até dois anos. “É um curto espaço de tempo. Depois disso, elas devem ser trocadas para garantir um bom rendimento”, diz Vinícius. As codornas comuns podem pesar até 300 gramas e são comercializadas a R$ 3,90, cada. Quanto à venda, a procura também é oscilante em Candelária. 

Aves gigantes
Vinícius Jenisch começou a criar as codornas gigantes no mês passado. As aves, que podem chegar até 600 gramas na fase de produção, têm alimentação e manejo semelhantes aos da comum. A diferença é que demoram mais para chegar à postura - 70 dias. A produção de ovos também é parecida com a das outras codornas. Uma das dicas, para qualquer uma das raças, é criar as aves em locais menores ou em gaiolas apropriadas. “Se ela caminhar mais, vai perder mais energia e ponhar ovos em menor quantidade”, destaca.
Quanto à carne, ele considera que o consumo é mais evidente em restaurantes sofisticados. A oferta também predomina em grandes redes de supermercados. “A carne é macia e bem semelhante à de galinha”, resume.