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25/08/2009 16:56
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Seco pega 41 anos por ataque Proforte

O ataque contra o bunker da Proforte de Santa Cruz do Sul, que resultou na morte de um capitão da Brigada Militar, rendeu 41 anos e meio de prisão a José Carlos dos Santos, o Seco. A sentença do juiz Gerson Petry foi comunicada na quinta, 28, ao Ministério Público. Com mais esta condenação, o quadrilheiro candelariense acumula quase 160 anos de sentenças.
Ocorrido na noite de 10 de abril de 2006, o assalto à Proforte chocou Santa Cruz pela violência e ousadia dos bandidos. Utilizando um caminhão-guincho roubado minutos antes da Santa Cruz Rodovias, a quadrilha liderada por Seco abriu um buraco na parede do bunker, jogando o veículo sobre ela. Dois bandidos invadiram o prédio e, segundo informações extra-oficiais, teriam recolhido R$ 4 milhões.
O capitão André Sebastião Santos dos Santos, 34 anos, circulava em um carro-patrulha com dois PMs quando a notícia do ataque chegou pelo rádio-comunicador. A viatura logo foi ao local, mas os policiais foram recebidos a tiros de fuzil assim que se aproximaram do bando. Atingido na cabeça, André Sebastião morreu na hora. Comandante da 2ª Companhia da BM de Santa Cruz, ele era natural de Santa Maria e deixou a esposa e um filho de um ano e três meses.
Seco foi baleado na perna e preso três dias depois, após descarregar um fuzil AK-47 contra agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais, em Paverama, no Vale do Taquari. Com ele também foi capturado o paranaense Carlos Henrique Fernandes, o Gordo. Embasada nas imagens gravadas pelas câmeras de vigilância da Proforte, a Polícia Civil concluiu terem sido Seco e Gordo os invasores do bunker. Os vídeos mostram, inclusive, que no ataque ambos usavam os mesmos tênis encontrados com eles durante as capturas.
Segundo o promotor Júlio Cesar Medina, Seco foi condenado a 41 anos e meio por latrocínio (roubo com morte), formação de quadrilha armada e receptação dos automóveis utilizados no assalto – um Bora e um Corolla roubados. Ele foi absolvido da acusação de adulteração dos dois carros. Gordo pegou 38 anos e quatro meses pelos mesmos crimes que Seco.
Outros três suspeitos presos foram condenados apenas por formação de quadrilha, visto o juiz ter concluído que faltaram provas da participação deles no assalto. O vera-cruzense Mário Kappaun, o Rato, pegou quatro anos e o santa-cruzense Roque de Moraes, o Roquezinho, três. O advogado deste, José Roni Quilião de Assumpção, já anunciou estar encaminhando o pedido de liberdade condicional do cliente. Outro suspeito recolhido, Paulo Landin, também pegou três anos. Segundo Medina, a Promotoria estuda agora se recorre das absolvições.
O dinheiro roubado da Proforte nunca apareceu. Seco já tinha outras seis condenações por crimes cometidos em outros pontos do Estado. Destas, a mais recente é a sentença de 37 anos por dois assaltos a banco simultâneos, seguidos por tiroteio, ocorridos em Paverama em 2003. Segundo a defesa do quadrilheiro, ele já foi absolvido em outros sete processos. (Por Ricardo Düren - Gazeta do Sul)