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25/08/2009 16:56
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Colheita de arroz encerra com aumento de 2% na produo

Embora a produção do grão tenha superado a estatística do ano passado, os arrozeiros têm levado desvantagem na hora da comercialização. Atualmente, o valor pago está bem  abaixo do esperado. Conforme o engenheiro agrônomo do Irga, Luciano Siqueira, a expectativa era de que o saco de 50 quilos fosse vendido a R$ 27,00 nesta época. “Este preço não seria o ideal, já que no ano passado se conseguiu até R$ 33,00, mas é melhor do que os atuais R$ 23,00 que os produtores vêm recebendo no mercado”, explicou. Isto significa uma diferença de R$ 10,00 (a menos) no valor pago neste ano.
A situação, segundo ele, se explica pela oferta. “Os compradores sabem que este é um período em que o produtor precisa vender parte da safra para pagar as dívidas com os bancos e, por isso, oferecem valores mínimos”, afirma. Uma das alternativas de evitar esta desvalorização é negociar a obtenção de crédito junto aos bancos ou adotar medidas que possam garantir preços melhores. Conforme Siqueira, podem ser destacados o Empréstimo do Governo Federal (EGF), os contratos de opções e o contrato de venda direta à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele assegura ainda que na hora de negociar o crédito o que conta é o bom relacionamento com os bancos. “Se o produtor paga em dia seus débitos e é bem visto nas instituições, fica mais fácil de viabilizar os empréstimos”, destaca.
Já os valores são liberados de acordo com a capacidade de pagamento de cada agricultor. “No caso do contrato para venda direta com a Conab - subsidiada pelo governo a preços mais atrativos - o acesso é restrito aos produtores que se enquadram nas regras do Pronaf e o volume de comercialização não pode ultrapassar a R$ 8 mil”, acrescenta. O contrato de opção funciona como uma proteção contra possíveis quedas de preços. O orizicultor arremata o título e, com isso, tem a garantia de que conseguirá vender o produto em melhores condições.

CULTIVO - Na avaliação do engenheiro agrônomo do Irga, Luciano Siqueira, a área plantada se manteve estável na safra 2008/2009. “Foram cultivados 8.200 hectares no município. Em média, cada produtor plantou 35 hectares”, ressalta. No que se refere à produtividade, foram alcançados  6.813 quilos por hectare - 113 mil a mais do que no período anterior. Em percentuais, o acréscimo chega a 2%. Sobre as condições climáticas, Siqueira considera o ano como excelente. “O único problema foi o atraso no plantio, causado pelo excesso de chuvas em outubro, seguido de uma estiagem”, finaliza.

Nova safra começa a ser preparada
A produção alcançada em 2008/2009 teve o envolvimento de aproximadamente 230 orizicultores. A nova safra que inicia nos próximos meses  será debatida em breve, nos dias 9 e 10 de julho, no Salão Paroquial Católico, durante o 3º Seminário do Arroz Irrigado de Candelária.
Segundo informações do engenheiro agrônomo do Irga, Luciano Siqueira, na ocasião serão apresentados os números obtidos na safra 2008/2009 e planejadas as atividades ou pontos de atuação da próxima. Entre os temas que estarão em debate estão o manejo do arroz vermelho e o manejo de fertilidade. É, segundo ele, o momento de traçar a meta de produtividade e de acertar a área plantada.