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25/08/2009 16:56
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Trabalhador, voc? faz a vida acontecer

“Somos a voz do progresso e do Brasil a esperança. Os nossos braços de ferro dão-lhe grandeza e pujança. Seja na terra fecunda, seja no céu ou no mar, sempre estaremos presentes tendo na Pátria o olhar. Trabalhador incansável, febril, esse fervor exalta o Brasil. Trabalhador, expressão verdadeira do lema altivo da nossa bandeira.” Este é um trecho da ‘Canção do Trabalhador’, escrita pelo compositor Ary Kerner. A música, composta ainda na primeira metade do século XX, já expressava a importância inestimável dos trabalhadores. Em diferentes épocas e em distintas sociedades, eles são elos imprescindíveis da corrente do dia-a-dia. Não importa qual seja a profissão ou qual cargo se ocupa, todas as formas de trabalho são importantes e, mesmo que muitas vezes não se perceba, todas elas estão interligadas.
Para homenagear todos os trabalhadores pela passagem do seu dia, a reportagem da Folha foi ouvir personagens da vida real, gente de diferentes ramos que, com sua labuta, faz a vida acontecer!

Lauro Richter – Há 37 anos Lauro Richter trabalha em sua banca junto à praça Alberto B. da Silveira. Figura já conhecida de Candelária, ele conta que o trabalho foi uma escolha pessoal, pois, assim como nos dias atuais, não havia na época outra banca no município. Os jornais, livros e revistas comercializados por Richter fazem parte da rotina de muitas pessoas, leitores que devem contar com a banca da praça ainda por muito tempo. “Enquanto der, vou continuar trabalhando”, garante o comerciante, que vende a Folha de Candelária desde sua primeira edição.
Jones Ferreira Chaves – Durante muitos anos Jones Ferreira Chaves trabalhou como calçadista em uma fábrica de Candelária. Com o fechamento da indústria, foi preciso urgentemente procurar um novo emprego para garantir seu sustento e de sua família. Há três meses ele conseguiu um trabalho. Chaves é responsável pela varrição das ruas centrais, nas proximidades da rodoviária, e se diz muito feliz e orgulhoso do que faz. “Serviço não se escolhe, a gente tem que pegar o que vier e todos os tipos de trabalho são importantes”, evidencia.
Hélio Einloft – Há quatro anos e meio a vida de Hélio Einloft mudou drasticamente. Devido a um problema de saúde, foi preciso trocar de profissão. Mudança aceita com naturalidade por ele, que passou a trabalhar como taxista. “Dirigir não interfere em nada em meus problemas”, garante, destacando a satisfação de sua profissão. “Adaptei-me bem e o convívio diário com as pessoas, a troca de idéias e a sensação de liberdade me fazem muito bem”. Conforme o taxista, o único problema de sua profissão é a insegurança. No início deste ano ele foi assaltado durante uma corrida, mesma situação enfrentada por mais dois de seus colegas do ponto de táxi em momentos diferentes.
Iraci de Moraes – A paixão que sempre moveu a vida de Iraci de Moraes é a culinária. Ela conta que sempre trabalhou como cozinheira no município, mas que tinha o sonho de abrir um negócio próprio. Tanto quis, que conseguiu. Desde outubro do ano passado ela trabalha em seu carro-lanche na rua Andrade Neves, número 259. “Resolvi ir atrás do que queria e estou muito feliz com os negócios, conquistando clientes a cada dia e o mais importante, trabalhando naquilo que eu gosto, no que eu sempre fiz”, explica.

A ORIGEM DA DATA - O Dia do Trabalho, comemorado no Brasil com o feriado de primeiro de maio, teve origem em um movimento ocorrido em 1886, em Chicago. Nesta data, em 1886, nada menos que 200 mil trabalhadores, organizados pela Federação dos Trabalhadores dos Estados Unidos e do Canadá, fizeram uma greve geral em Chicago reivindicando a limitação da jornada de trabalho a oito horas diárias. Nos dias seguintes à manifestação aconteceram outros protestos, que reuniram milhares de pessoas e originaram mortes causadas pela polícia enquanto tentava reprimir os protestantes.
Nos anos subseqüentes, outros movimentos escolheram o primeiro de maio para se lançar, homenageando os revoltosos de Chicago. Dessa forma, a data foi se consolidando como um marco para trabalhadores de várias partes do mundo. No Brasil, o 1° de maio foi comemorado pela primeira vez em 1895, na sede do Centro Socialista, na cidade de Santos, São Paulo. O feriado nacional foi oficializado devido a dois fatores, um projeto de lei do deputado Sampaio Ferraz aprovado no Congresso em 1902 e a lei 662, surgida em 1949. Até o governo Vargas, o Dia do Trabalho foi considerado uma ocasião propícia a passeatas e protestos, pensamento que tinha como base os movimentos anarquista e comunista. Quando o trabalhismo passou a ser disseminado por Getúlio, a data começou a ser celebrada com festas e desfiles, como acontece até hoje.