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Profiss?o: agente funer?rio - O dif?cio of?cio de quem trabalha em meio ? tristeza
A mais certa das previsões é a morte. Inevitavelmente, o dia de cada um chegará, e com os que ficam fica também a dor da perda irreparável. Trabalhar com a morte, invariavelmente, requer um tanto de sensibilidade e outro de experiência profissional como forma de amenizar a dor e o sofrimento e manter a tranqüilidade dos enlutados.
O agente funerário Percival Gonçalves de Freitas é uma destas pessoas que convive com os mais diversos tipos de situações quando alguém parte. Natural de Candelária, iniciou neste segmento em 1970 em uma funerária de Porto Alegre. Ao retornar ao município, em 1975, sentiu que havia uma carência na área, o que foi fundamental para sua decisão em abrir uma empresa do ramo. O profissional destaque esta é profissão muito delicada e que não é fácil compartilhar os momentos de dor e sofrimento das famílias pela perda de um ente. Os muitos anos de profissão e as mais diversas relações de inconformidade com a morte ainda comovem o agente. Segundo Freitas, os casos mais dificeis de lidar são os relacionados às tragédias. “Há um desespero natural quando acontecem estes casos, certamente porque ninguém estava preparado”, justifica. “Já a morte de pessoas mais idosas é melhor assimilada pelas famílias, uma vez que obedece o ciclo da vida”, diz.
TIRAR A TENSÃO – Para Freitas, a profissão não lhe dá prazer. “Não é fácil trabalhar acompanhando situações desconfortáveis e convivendo com a tristeza das pessoas todos os dias”, relata. Neste sentido, ele destacou que 1995 criou o Plano de Assistência Familiar, sendo a funerária candelariense a primeira a ter o plano no estado. “Foi uma maneira que tive de tirar a tensão de conviver com a tristeza e poder, de alguma forma, ajudar na prevenção e recuperação das pessoas”, conta. Sobre o plano, Freitas explana que possui consultas com médicos clínicos-gerais, especialistas nas mais diversas áreas da medicina e também o transporte emergencial gratuito no caso de enfermidades. Atualmente, a funerária conta com três funcionários e, paralelamente mantém uma floricultura e transporte universitário e para a área do turismo. “Estes serviços paralelos são uma maneira de buscar um pouco da alegria que não existe no ramo funerário” destaca. No Dia do Trabalho, Freitas deixa uma mensagem a todos os cidadãos que lutam pelo pão de cada dia. “Trabalhar com alegria é o segredo para o sucesso”, conclui.