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25/08/2009 16:56
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Mnior Florindo e a vida ps-acidente

Aos 22 anos, Múnior Porto dos Santos Florindo sofreu o segundo acidente de trânsito. O primeiro, sem maiores proporções, tinha acontecido há cerca de dois anos, quando caiu de uma moto, na RS 400. O resultado foi um pequeno corte. O último, ocorrido no dia 28 de março, serviu de lição para toda vida. Ao todo, foram 59 dias no hospital - 47 na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Nos 15 primeiros dias de internação, ele ficou em coma induzido - totalmente incomunicável, como se estivesse num sono profundo. Neste período, os médicos do Hospital de Caridade de Santa Maria ainda desconheciam as chances que ele tinha de se recuperar sem nenhuma sequela.
Parte desta história a comunidade acompanhou pela Folha, quando foram noticiasdos o acidente e o seu quadro inicial de saúde. Na sexta, 12, a nossa reportagem fez uma visita à família de Múnior para saber como foi sua recuperação. Durante a entrevista, Betina - a mãe dele - contou que no acidente Múnior teve fraturas graves na testa e na face. "Ele rachou o osso frontal e precisou reconstituir parte do lado esquerdo da face. Os médicos fizeram três cirurgias - duas na cabeça e outra no rosto para colocar uma micro placa abaixo do olho, onde o osso ficou mais destruído. Primeiro foi tratado do neurológico e depois do estético", disse.
Segundo ela, os momentos mais difíceis foram nas primeiras semanas, quando os médicos não davam certeza sobre sua plena recuperação. "Eu perguntava quais eram as chances dele se recuperar bem e os médicos me diziam que era menos de 10%, mas nunca perdi a esperança, sempre via o Múnior inteiro e sem nenhuma sequela", destacou. A convicção de Betina se confirmou depois que ele saiu do coma. "Quando faziam 22 dias da internação, as enfermeiras encontraram o Múnior tentando sair da cama, como se estivesse engatinhando. Foi aí que se percebeu que ele não tinha perdido os movimentos", revelou. "Nunca perdi a fé e a esperança. Também recebemos muitas correntes de orações da comunidade", acrescentou.
Ao ser questionado sobre o dia do acidente, Múnior afirmou não se lembrar de nada. "Não sei o que fiz naquele dia e nem pra onde eu tava indo. Não dá pra querer passar de novo", resumiu.

CONSELHO - A mãe de Múnior fez um apelo para que os jovens repensem a sua vida e os seus valores. "Não adianta culpar os pais. Eu sempre acompanhei e aconselhei o meu filho e aconteceu tudo isso. Os jovens é que devem se conscientizar e reconhecer o valor da vida", destacou. Ela também fez um agradecimento a todas as pessoas que fizeram orações durante o período e que prestaram auxílio à família. Da mesma forma agradeceu as ligações de apoio recebidas; aos amigos de Múnior que recentemente promoveram um galeto solidário para custear parte das despesas da internação; à equipe de enfermagem do Hospital Candelária que atendeu Múnior no dia do acidente e ao médico que estava de plantão naquele dia; e ao Regimento Mallet de Santa Maria, que cedeu a hospedagem da família durante o período de internação.