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Pesquisa identifica casos da doena da folha verde do tabaco
As roupas inapropriadas e a falta de cuidados são as principais causas da Doença da Folha Verde do Tabaco, uma doença ocupacional que acomete os trabalhadores na cultura do fumo. O resultado da pesquisa, realizada entre 17 de novembro e 31 dezembro de 2008, foi apresentado às pessoas ligadas à área da saúde na sexta-feira, 19, pelo Ministério da Saúde, através da equipe de investigação da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde – SNVS. O evento aconteceu no auditório da Associação do Comércio e Indústria de Candelária – Acic. Segundo explicou Patrícia Bartholomay, técnica da SNVS que coordenou os trabalhos e apresentou os resultados, a investigação foi desenvolvida após o pedido da Fetraf-Sul (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Sul). O município de Candelária foi escolhido por ser o quarto maior produtor de fumo do país e em razão do grande número de internações hospitalares e teve o aval e a colaboração da secretaria de Saúde do município.
33 casos da doença foram efetivamente confirmados. Para cada um deles, foram coletadas mais duas amostras de vizinhos que estiveram sob a mesma exposição. Nas 99 análises, todas continham alto índice de cotinina, substância integrante da nicotina. Pesquisa análoga já havia sido realizada em Arapiraca, estado de Alagoas, onde casos também foram constatados. Tal como aqui, os agrotóxicos não têm relação com a DFVT.
Extraoficialmente, sabe-se que o consumo de medicamentos para náusea e para dor de cabeça aumentam no período da colheita e essa é uma desconfiança da secretaria de Saúde, o que leva a crer que muitas pessoas se automedicam e deixam de procurar as unidades de saúde para se tratarem, omitindo dados que seriam relevantes para a pesquisa.
A doença é causada pela absorção de nicotina da superfície de folha de tabaco. Os sintomas geralmente começam horas depois da exposição e incluem náuseas, vômitos, tonturas e fraqueza. Muitos trabalhadores confundem esses sintomas com cansaço, ou ainda pela aplicação de agrotóxicos. Segundo Patrícia, a maioria dos fumicultores não sabe que, ao colher o fumo verde, sua pele absorve nicotina. Um fato levantado durante a apresentação diz respeito a uma cultura errônea e que começou a ser difundida no meio rural, a de que o fumante não sente os efeitos da nicotina. “A pessoa que fuma já tem a nicotina no organismo, mas isso não significa que não possa ser acometido da doença”, diz o secretário Aristides Feistler. Outro mito desvendado pela investigação diz respeito à concentração de nicotina. Até então, tinha-se conhecimento de que as folhas úmidas ou molhadas representavam um risco maior, mas exames laboratoriais não comprovaram isso.
Como o estudo foi dirigido especificamente às pessoas do grupo e com o objetivo de identificar a incidência ou não da doença no município, não se pôde fazer um diagnóstico sobre o percentual de trabalhadores na fumicultura que anualmente contraem a doença da folha verde. No entanto, o trabalho deverá servir de base para outro estudo mais aprofundado com o caso, para fornecer elementos que evitem o elevado número de internações com a doença.
Por enquanto, a Secretaria de Vigilância em Saúde recomenda às autoridades em saúde do Estado e do município que iniciem ações preventivas.
Sobre a doença
A Folha Verde do Tabaco é uma doença ocupacional porque a pessoa precisa estar em contato com o fumo verde para contraí-la. A melhora ocorre rapidamente, em dois ou três dias. Os que adoecem todo ano, irão adoecer novamente, segundo explicou a técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde. A prevenção passa pelo uso de equipamento impermeável, à base de borracha e a utilização de luvas do mesmo material.
33 casos da doença foram efetivamente confirmados. Para cada um deles, foram coletadas mais duas amostras de vizinhos que estiveram sob a mesma exposição. Nas 99 análises, todas continham alto índice de cotinina, substância integrante da nicotina. Pesquisa análoga já havia sido realizada em Arapiraca, estado de Alagoas, onde casos também foram constatados. Tal como aqui, os agrotóxicos não têm relação com a DFVT.
Extraoficialmente, sabe-se que o consumo de medicamentos para náusea e para dor de cabeça aumentam no período da colheita e essa é uma desconfiança da secretaria de Saúde, o que leva a crer que muitas pessoas se automedicam e deixam de procurar as unidades de saúde para se tratarem, omitindo dados que seriam relevantes para a pesquisa.
A doença é causada pela absorção de nicotina da superfície de folha de tabaco. Os sintomas geralmente começam horas depois da exposição e incluem náuseas, vômitos, tonturas e fraqueza. Muitos trabalhadores confundem esses sintomas com cansaço, ou ainda pela aplicação de agrotóxicos. Segundo Patrícia, a maioria dos fumicultores não sabe que, ao colher o fumo verde, sua pele absorve nicotina. Um fato levantado durante a apresentação diz respeito a uma cultura errônea e que começou a ser difundida no meio rural, a de que o fumante não sente os efeitos da nicotina. “A pessoa que fuma já tem a nicotina no organismo, mas isso não significa que não possa ser acometido da doença”, diz o secretário Aristides Feistler. Outro mito desvendado pela investigação diz respeito à concentração de nicotina. Até então, tinha-se conhecimento de que as folhas úmidas ou molhadas representavam um risco maior, mas exames laboratoriais não comprovaram isso.
Como o estudo foi dirigido especificamente às pessoas do grupo e com o objetivo de identificar a incidência ou não da doença no município, não se pôde fazer um diagnóstico sobre o percentual de trabalhadores na fumicultura que anualmente contraem a doença da folha verde. No entanto, o trabalho deverá servir de base para outro estudo mais aprofundado com o caso, para fornecer elementos que evitem o elevado número de internações com a doença.
Por enquanto, a Secretaria de Vigilância em Saúde recomenda às autoridades em saúde do Estado e do município que iniciem ações preventivas.
Sobre a doença
A Folha Verde do Tabaco é uma doença ocupacional porque a pessoa precisa estar em contato com o fumo verde para contraí-la. A melhora ocorre rapidamente, em dois ou três dias. Os que adoecem todo ano, irão adoecer novamente, segundo explicou a técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde. A prevenção passa pelo uso de equipamento impermeável, à base de borracha e a utilização de luvas do mesmo material.