Logo Folha de Candelária
Esporte 08/03/2019 10:00
Por: Tiago Mairo Garcia

Por onde anda o nosso futebol?: No passado, glórias e conquistas - Parte 2

Na segunda reportagem relembramos os nove campeões na categoria titulares do Campeonato Municipal de Futebol de Campo, competição que foi disputada entre 1970 e 2013

  • União, campeão municipal em 2007
  • Ouro Verde, campeão municipal em 2011
  • Olarias, campeão municipal em 1999
  • Tabacos, bi-campeão municipal em 1972
  • São Jorge, campeão municipal em 1986
  • Ouro Preto, campeão municipal em 2010
  • Minuano, campeão municipal em 1985
  • Botucaraí, tri-campeão municipal em 1988
  • Canarinho, da Linha Facão, campeão municipal em 1991

Disputado pela primeira vez no ano de 1970, o Campeonato Municipal de Futebol de Campo de Candelária é um capítulo à parte na história do futebol candelariense. Foi o certame que, durante décadas, mobilizou equipes e comunidades dos quatro cantos do município através do futebol, sendo a principal opção de entretenimento dos candelarienses aos domingos à tarde. Nesta reportagem, vamos recordar os nove clubes do município que conquistaram o certame na categoria titulares e marcaram para a eternidade os seus nomes na história da competição. 

 

Olarias, da Linha do Rio - Oito conquistas ( 76, 77, 78, 83, 84, 99, 2002 e 2004)

Fundado em 1950, o Grêmio Esportivo Olarias se transformou no maior campeão do municipal de campo. O azul e branco da Linha do Rio conquistou o certame oito vezes. O primeiro título foi conquistado em 1976, com vitória por 2 a 0 sobre o Botucaraí, da Vila Botucaraí, em final disputada em jogo único no Estádio Darcy Martin, gols marcados por Tranqueira. O bi veio em 1977 contra o Renascença, da cidade. No primeiro jogo, disputado no Darcy Martin, empate em 3 a 3. Na decisão, disputada no Estádio Frederico Schuck, na Linha do Rio, vitória do Olarias por 4 a 1, gols de Spitz, Guido Welker, Rim e Sidinei Schuck para o Olarias. O tri veio em 1978, com vitória do Olarias por 3 a 1 sobre o União, em final disputada em partida única no antigo campo do União, na Linha Boa Vista. Os gols do Olarias na final foram marcados por Airton, Gerson Seckler e Spitz.

Entre 1979 e 1982, o municipal de campo não foi realizado. Em 83 o certame voltou a ser disputado e o Olarias conquistou o tetra ao vencer o Pinheiro por 2 a 1, em final disputada no Estádio Darcy Martin, gols de Peri e Alcione para a equipe da Linha do Rio. Em 84 veio o penta sobre o São Jorge, da cidade, com vitória no primeiro jogo por 2 a 1, gols de Tonho Larger e Rim para o Olarias e empate em 0 a 0 no segundo jogo, ambos disputados no Estádio Darcy Martin.

Os três últimos títulos do Olarias foram conquistados em 1999, 2002 e 2004 sobre o Ouro Verde, da Linha Bernardino. Em 99, o regulamento dizia que, se houvesse empate, a final seria disputada em três jogos.  No primeiro jogo, empate em 0 a 0. No segundo jogo, vitória do Ouro Verde por 2 a 1. No terceiro jogo, o Olarias venceu no tempo normal por 4 a 1, gols de Itamar (2) e Marco Garcia (2), resultado que levou a decisão para a  prorrogação. No tempo extra, empate em 0 a 0. Nos pênaltis, o goleiro Zeiro defendeu duas cobranças e o Olarias acabou vencendo por 4 a 3, conquistando o título municipal após 15 anos. Em 2002, o hepta veio com duas vitórias por 4x0 e 4x1, com o título sendo conquistado no campo do Ouro Verde. O centroavante Marlon, de Agudo, marcou seis gols a favor do Olarias nos dois confrontos finais. Em 2004, o Olarias conquistou o oitavo título municipal com duas vitórias por 2 a 0 e 1 a 0 sobre o Ouro Verde, com o segundo jogo sendo disputado no Estádio Frederico Schuck, na Linha do Rio.

 

Ouro Verde, da Linha Bernardino - Sete Conquistas (71, 98, 2000, 2006, 2008, 2011 e 2013)

Fundado em 1966, o Esporte Clube Ouro Verde, da Linha Bernardino, se consagrou como segundo maior vencedor do municipal de futebol de campo de Candelária, com sete conquistas.O primeiro título foi conquistado em 1971, com vitória por 3 a 1 sobre o Minuano, em partida disputada na Vila Fátima. Os gols do Ouro Verde foram marcados por Iá (2) e Hilário Ullmann. Em 1998, veio o bicampeonato, com duas vitórias por 2 a 1 sobre o Olarias, com ambos os jogos disputados no Estádio Darcy Martin. O tri foi conquistado em 2000 sobre o Minuano, com vitória por 7 a 6 nos pênaltis em partida disputada no Estádio Darcy Martin. Em 2006, o Ouro Verde comemorou o tetracampeonato ao vencer o Atlético, da cidade, nos dois jogos, por 2x1 e 3x0, com a partida decisiva sendo disputada no campo do Canarinho, em Linha Facão. O penta veio em 2008, ao vencer o Ouro Preto, do Pinheiro, por 3x1 no primeiro jogo e empatar em 0x0 na segunda partida disputada no Estádio Darcy Martin. O hexa campeonato do Ouro Verde foi conquistado em 2011 sobre o Pinheiro, do Pinheiro, com vitórias por 1 a 0 e 2 a 1. Em 2013, o Ouro Verde conquistou o hepta municipal de forma inusitada ao ser declarado campeão pela organização após um atleta do União, da Linha Boa Vista, ter agredido a arbitragem no intervalo do primeiro jogo da final. Devido ao fato, o União foi eliminado do campeonato e o Canarinho, da Linha Facão, foi declarado vice-campeão.

 

Minuano, da Vila Fátima - Quatro títulos (85, 87, 89 e 93)

Fundado em 1963 na localidade de Vila Fátima, a Sociedade Esportiva Minuano é o terceiro maior vencedor do municipal. Em 1985 o Minuano chegou à sua primeira final de municipal disputada em partida única no estádio Darcy Martin, onde a equipe da Vila Fátima derrotou o São Jorge por 2x0, gols de Cláudio Cezar. O time campeão foi formado com Batista, Rui Maidana, Danilo, Air (Breta) e Delmar. Ricardo Brixner, Vanderlei Ribeiro e Sebinho. Marco Garcia, Cláudio Cezar e Marquinhos. Em 1987, a equipe da Vila Fátima chegou ao bicampeonato ao derrotar na final, em partida única, o Botucaraí por 1x0, gol de Gilson aos 44 minutos do segundo tempo. O time bicampeão contou com Nestor, Air, Gilmar e Danilo Cezar. Bafu, Ricardo Brixner, Vanderlei, Chubrega e Nei. Gilson e Cláudio Cezar. Em 89, veio o tri municipal e novamente a final foi entre Minuano e Botucaraí. No primeiro jogo, o Minuano venceu por 1x0, gol de Joel. No segundo, o Botucaraí venceu por 1x0, gol de Itamar. A decisão foi para a prorrogação e Cláudio Cezar marcou o gol do título para o Minuano. O time tricampeão teve Batista, Peri, Gilmar, Air e Márcio (Valderi). Dóia, Marco Garcia e Sandro. Airton, Cláudio Cezar e Joel. Em 93, a agremiação da Vila Fátima disputou o título com o Olarias. No primeiro jogo, na Vila Fátima, vitória do Minuano por 2x0, gols de Rogério e Cláudio Cezar. Na decisão, na Linha do Rio, empate em 1x1, gols de Luizinho para o Minuano e Emerson para o Olarias. Com o resultado, o Minuano conquistou o tetra municipal. O time campeão foi formado com Fabiano, Márcio Froemmig, Fernando, Gilmar e Ducho (Joel). Nereu, Evandro e Sandro. Cláudio Cezar, Luizinho (Diovan) e Rogério (Alexandre). Danilo Cezar e Vanderlei Ribeiro eram os técnicos.

 

Tabacos, do Passa Sete - Três títulos (70, 72 e 73)

Fundado em 1964, o Esporte Clube Tabacos foi o precursor, sendo o primeiro campeão do municipal. Em 1970, o CMD organizou o 1º Campeonato Municipal de Futebol de Campo. O vermelho e branco do Passa Sete disputou a competição, enfrentando equipes como o Olarias, Botucaraí, Ouro Verde, Pedras Brancas, São Bento, Minuano e Independência. Na fase classificatória, as equipes jogaram no sistema todos contra todos, se classificando as duas melhores para as finais. Tabacos e Independência foram os finalistas. Após um empate em 0x0 no primeiro jogo, disputado no Bom Retiro, o Tabacos venceu a partida de volta por 1x0, gol de Almedo Schünke, no Passa Sete. Com a vitória, o Tabacos ergueu pela primeira vez o troféu rotativo, idealizado pela organização. O time que venceu o primeiro municipal da história foi formado com Alceliro Grehs, André Back, Almedo Schünke, Astor Grehs e Vilceu. Nenê, Glaor, Rui Goelzer, Alceliro Bohrer, Joni Rutsatz e João Back. Em 1972, o Tabacos conquistou o bicampeonato municipal após vencer nos pênaltis a final disputada contra o São Bento, arquirrival do Passa Sete, em decisão realizada em jogo único no Estádio Darcy Martin. A equipe bicampeã foi formada com Irio Schünke, Gerson Seckler, Lírio Turk, André Back, Astor Grehs, Ivanio Porto, Ireno, Elpídio Goelzer, Joni Rutsatz, Portinho e João Back. Teofredo Rutsatz foi o técnico e Dorval Batista o presidente do time. Em 1973, o Tabacos chegou ao tricampeonato municipal após vencer o Olarias na final por 2x1, em partida final disputada novamente no Estádio Darcy Martin. Com a conquista do tri municipal, o CMD entregou em definitivo para o Tabacos a taça rotativa.

 

Botucaraí, da Vila Botucaraí - Três títulos (74, 75 e 88)

Fundado em 10 de outubro de 1957, o Botucaraí foi outro tri campeão municipal que deixou a sua marca registrada na competição. O primeiro título veio apenas em 1974. Naquele ano, a competição era disputada no sistema todos contra todos e os dois melhores iam para a final. A decisão foi entre Botucaraí x Olarias. No primeiro jogo, disputado na Vila Botucaraí, vitória do alvirrubro por 3x1. O último jogo, realizado na Linha do Rio, acabou empatado em 2x2, confirmando o primeiro título municipal para o Botucaraí. Os gols do título foram anotados por Bugrinho e Jorge Schiling. O time campeão em 74 foi formado com Arno Leite, Jair Butzke, Valter Auler, Davi Goelzer e Azevedo Goelzer. Depois Jorge Schiling, Bugrinho, Chico Matana e Cezar da Silva. Luis Ritzel, Romildo Ellwanger (Geada) e Enio Sanmartin. O treinador da equipe era Clécio Braga. Em 1975, a equipe conquistou o bi municipal sem a disputa de uma final. O campeonato de 75 marcou o cinquentenário de Candelária e  todos os times reforçaram os seus plantéis com jogadores de outros municípios. O certame foi disputado novamente no sistema todos contra todos em turno e returno e quem somasse o maior número de pontos conquistava o título. Nos dois últimos jogos, o Botucaraí goleou o Pedras Brancas por 10x1 e empatou na Vila Fátima em 0x0 com o Minuano, sagrando-se bicampeão municipal naquele ano. O time vencedor foi formado com Arno Leite, Luzimar Larger, Valinho, Jair Butzke, Jorge Apoitia, Valter Auler, Azevedo Goelzer, Bugrinho, Beno, Marino, Iá, Lauro Couto, Pingo, Geada e Enio Sanmartin. O tri veio em 1988, na decisão contra o Minuano, da Vila Fátima, em três jogos, na final que ficou marcada pela entrega da taça quebrada ao time da Vila Botucaraí. Após dois empates em 0x0 e 1x1, a decisão foi para uma terceira partida. O jogo, disputado no estádio Darcy Martin, estava empatado em 1x1, gols de Cláudio Cezar para o Minuano e Airton para o Botucaraí. Aos 30 minutos, a defesa do Minuano recuou uma bola para o goleiro Nestor. Como a grama estava alta, a bola não chegou ao goleiro do Minuano. O atacante Rim, do Botucaraí, pegou a bola, avançou e cruzou para Gilmar Pavin, livre, fazer o gol do título. Assim que foi marcado o gol, os jogadores do Minuano logo viram que o auxiliar Lauro Oliveira estava com a bandeira levantada e foram reclamar com o árbitro Sílvio Oliveira, que havia validado o lance. Depois de consultar o auxiliar, o árbitro manteve a decisão e confirmou o gol. Com o lance validado, teve início uma confusão e a partida foi encerrada. No tumulto, o zagueiro Air, do Minuano, deu um chute na taça de campeão que estava nas mãos do presidente da Liga, Dóris de Moraes, danificando-a. O time do Botucaraí, tricampeão municipal foi formado com Chico Preto, Marcos Bartz, Airton, Itamar, Paz, Nei, Macuco, Alex, Nori, Miguel Inácio, Rim, Careca e Gilmar Pavin. O treinador foi Ildonar Goelzer.

 

São Jorge, da cidade - Um título (1986)

Fundado em 1981, o Esporte Clube São Jorge também fez história no municipal de futebol. O time da cidade disputou três finais, sendo vice-campeão em 84 e 85 e conquistando o primeiro e único título em 1986. O São Jorge reforçou o seu plantel com jogadores de outros municípios. A equipe buscou atletas de Rio Pardo, Pantano Grande, Santa Cruz do Sul e Restinga Seca. Na decisão, o São Jorge enfrentou o Olarias em final disputada em jogo único, com mais de duas mil pessoas no Estádio Darcy Martin. No primeiro tempo, o Olarias abriu 2x0. Na etapa final, o alviverde do Rincão empatou com dois gols de Roberto. A decisão foi para a prorrogação e Luciano, na época profissional do Avenida, de Santa Cruz, fez o gol da vitória e do título para o São Jorge. A equipe campeã foi formada com Zeiro, Telminho (Gilson), Abacate, Bafu e Bentão (Careca). Jair, Chico Vargas e Roberto. Taxinha, Luciano e Renatinho (Natal).

 

Canarinho, da Linha Facão - Um título (1991)

Fundado nos anos 70, o Esporte Clube Canarinho, da Linha Facão, também registrou o seu nome na galeria dos campeões ao vencer o municipal de futebol de campo em 1991. O time amarelo, mas que naquele ano jogou de vermelho, disputou a final do municipal contra o Unidos, do bairro Ewaldo Prass, que naquele ano herdou a base vencedora do São Jorge após o clube do Rincão Comprido ser desativado. No primeiro jogo da final, vitória do Unidos por 4x1. No segundo jogo, com mais de duas mil pessoas no Estádio Darcy Martin, a equipe da Linha Facão venceu no tempo normal por 2x1, gols de Marco Kohl (2). Na prorrogação, ambas empataram em 1x1, gol de Clóvis para o Canarinho e Gilmar Pavin para o Unidos. Nos pênaltis, brilhou a estrela do goleiro Chico Preto, que garantiu o primeiro e único título municipal ao Canarinho com a vitória por 4x3 sobre o Unidos. O time campeão em 91 foi formado por Chico Preto, Roni Gewehr, Gerson Tesche, Rene Kohl e Enor Pagel. Alex, Poio e Hermes. Marco Kohl, Clóvis e Vilson. Jogaram ainda Leomar Karnopp, Arselmo Wolf, Dário Hübner, Milton Menezes, Paulo Sanmartin e Dilamar Rusch. Ténico Ênio Flores. 

 

União, da Linha Boa Vista - Um título (2007)

Fundado em 1972, o União, da Linha Boa Vista, é outro clube que fez história no municipal ao ser protagonista de uma das viradas mais épicas na história da competição e conquistar o municipal de 2007. Na decisão, o clube azul e branco enfrentou o Ouro Preto, do Pinheiro. No primeiro jogo, disputado no campo do antigo Boa Vista, no Capão do Valo, o Ouro Preto venceu por 3 a 0. No segundo jogo, disputado no Estádio Darcy Martin, o Ouro Preto saiu vencendo por 2 a 0. O União teve dois jogadores expulsos pela arbitragem, mas conseguiu reunir forças e no segundo tempo buscou a virada, vencendo no tempo normal por 4 a 2 . Após 0x0 na prorrogação, a equipe da Linha Boa Vista conquistou nos pênaltis o tão sonhado título municipal. O time campeão foi formado com Diefer, Neguinho, Kiki, Marcel e Caju. Pelé, Valter, Pingo e Cebola. Choco e Lauri. Jogaram ainda Conrado, Barroges e Iri, time treinado por Valdomiro Lucas, o Miro.   

 

Ouro Preto, do Pinheiro - Um título (2010)

Fundado em 1974, o Ouro Preto, do Pinheiro, foi o último clube a obter um título inédito de municipal, sendo o primeiro representante da região do campo a vencer o certame na categoria titulares. Após ser vice nos anos de 2007 e 2008, em sua terceira final, disputada em 2010, o Ouro Preto quebrou a sina e obteve o sonhado título municipal sobre o Ouro Verde, da Linha Bernardino. Após empate no primeiro jogo em 0x0, a equipe do campo foi superior e conquistou o título ao vencer o segundo jogo por 2x0, gols de Lauri e Rafael em duas cobranças de pênaltis. O time campeão municipal em 2010 foi formado com Silas, João Paulo, Félix, Alex e Chupé. Rafael, Diego Fonte, Pingo e Jonas. Argeu e Lauri, equipe treinada por João Pinheiro.