Por: Arthur Mallmann
Queixas sobre atendimento no hospital geram debate na comunidade
Repercussão culminou em um convite do Legislativo para que a administração do Hospital compareça na próxima sessão da Câmara
Movida por um sentimento de tristeza, a dentista Tuani Schmachtenberg,
mãe do pequeno Davi, de quase 8 meses, fez uma postagem nas redes sociais sobre
a demora no atendimento no plantão do Hospital Candelária no fim da tarde de
sábado, 18. Na publicação, ela relatou que foi à casa de saúde por volta das
18h15 com seu marido, o advogado Leonardo Ribeiro, e o filho, que apresentava
sintomas de virose, quando receberam a triagem e aguardaram no local até às 19h30.
Com o menino piorando e sem receberem atendimento de um médico, deixaram o
local rumo a Santa Cruz do Sul, no Hospital Ana Nery, onde foi realizado o
atendimento.
“Foi nos informado que seríamos atendidos por um médico
geral, e que este decidiria se chamaria o pediatra. Os enfermeiros foram muito
gentis, cumprimentaram, mas ninguém nos disse nada sobre o médico. Somente
quando informamos que queríamos sair, a atendente administrativa nos disse que
o médico já estava lá. Entretanto, durante esse período, não vimos nenhum
médico em lugar algum”, explicaram Tuani e Leonardo.
Em torno do relato de Tuani, outras pessoas também
compartilharam algumas experiências negativas. A repercussão do acúmulo de
queixas chegou ao Legislativo. A pedido de vereadores, foi encaminhado um
ofício para os dois administradores, Júlio Stefanello e Lairton Kuhn, e o
presidente do Hospital Candelária, Romi Ávila Hugo, para que compareçam à
próxima sessão, na segunda, 27, a fim de prestar esclarecimentos.
“Todo o intuito de
publicizar a questão é para tentar promover o debate com a finalidade de
melhorar o serviço”, afirmam Tuani e Leonardo. “Fizemos a reclamação nos canais
devidos, como a Ouvidoria do SUS, e enviamos também ao Ministério Público,
considerando que ultimamente temos sido bombardeados com casos bastante
assustadores ocorridos no hospital”, pontuam.
O que diz o Hospital
A reportagem da Folha ouviu
os administradores do Hospital, Júlio Stefanello e Lairton Kuhn, juntamente com
a assessora jurídica da casa de saúde, Rosemari Hofmeister, sobre o caso. Na
oportunidade, foi destacado que o atendimento começa já na triagem. Os pacientes
são avaliados ao chegar e atendidos conforme a gravidade do caso. Segundo eles,
casos indesejáveis de atraso são possíveis, mas não haverá falta de
atendimento.
Também foi ressaltado que o hospital está implementando
melhorias, como a contratação de novos profissionais, ajustes no protocolo de
triagem e a inclusão de uma nova faixa de classificação (cor laranja), para
maior precisão e transparência.
O Hospital Candelária ressaltou, ainda, que a função principal do plantão é para urgências e emergências, seguindo protocolos internacionais de classificação de risco. A instituição explicou que picos de demanda, principalmente nos finais de semana, sobrecarregam o plantão, muitas vezes devido a pacientes que poderiam buscar a atenção básica durante a semana.