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Saúde 24/01/2025 09:20
Por: Arthur Mallmann

Queixas sobre atendimento no hospital geram debate na comunidade

Repercussão culminou em um convite do Legislativo para que a administração do Hospital compareça na próxima sessão da Câmara

Movida por um sentimento de tristeza, a dentista Tuani Schmachtenberg, mãe do pequeno Davi, de quase 8 meses, fez uma postagem nas redes sociais sobre a demora no atendimento no plantão do Hospital Candelária no fim da tarde de sábado, 18. Na publicação, ela relatou que foi à casa de saúde por volta das 18h15 com seu marido, o advogado Leonardo Ribeiro, e o filho, que apresentava sintomas de virose, quando receberam a triagem e aguardaram no local até às 19h30. Com o menino piorando e sem receberem atendimento de um médico, deixaram o local rumo a Santa Cruz do Sul, no Hospital Ana Nery, onde foi realizado o atendimento.

“Foi nos informado que seríamos atendidos por um médico geral, e que este decidiria se chamaria o pediatra. Os enfermeiros foram muito gentis, cumprimentaram, mas ninguém nos disse nada sobre o médico. Somente quando informamos que queríamos sair, a atendente administrativa nos disse que o médico já estava lá. Entretanto, durante esse período, não vimos nenhum médico em lugar algum”, explicaram Tuani e Leonardo.

Em torno do relato de Tuani, outras pessoas também compartilharam algumas experiências negativas. A repercussão do acúmulo de queixas chegou ao Legislativo. A pedido de vereadores, foi encaminhado um ofício para os dois administradores, Júlio Stefanello e Lairton Kuhn, e o presidente do Hospital Candelária, Romi Ávila Hugo, para que compareçam à próxima sessão, na segunda, 27, a fim de prestar esclarecimentos. 

 “Todo o intuito de publicizar a questão é para tentar promover o debate com a finalidade de melhorar o serviço”, afirmam Tuani e Leonardo. “Fizemos a reclamação nos canais devidos, como a Ouvidoria do SUS, e enviamos também ao Ministério Público, considerando que ultimamente temos sido bombardeados com casos bastante assustadores ocorridos no hospital”, pontuam.


O que diz o Hospital

A reportagem da Folha ouviu os administradores do Hospital, Júlio Stefanello e Lairton Kuhn, juntamente com a assessora jurídica da casa de saúde, Rosemari Hofmeister, sobre o caso. Na oportunidade, foi destacado que o atendimento começa já na triagem. Os pacientes são avaliados ao chegar e atendidos conforme a gravidade do caso. Segundo eles, casos indesejáveis de atraso são possíveis, mas não haverá falta de atendimento.

Também foi ressaltado que o hospital está implementando melhorias, como a contratação de novos profissionais, ajustes no protocolo de triagem e a inclusão de uma nova faixa de classificação (cor laranja), para maior precisão e transparência.

O Hospital Candelária ressaltou, ainda, que a função principal do plantão é para urgências e emergências, seguindo protocolos internacionais de classificação de risco.  A instituição explicou que picos de demanda, principalmente nos finais de semana, sobrecarregam o plantão, muitas vezes devido a pacientes que poderiam buscar a atenção básica durante a semana.