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Geral 07/05/2021 08:50
Por: Redação

Obra de autora candelariense é finalista de prêmio em âmbito nacional

“Somos Água” foi selecionado entre obras de todo o território brasileiro para concorrer a prêmio de financiamento coletivo

  • Juliana Faber com o filho Kalu: ativismo amoroso
  • A obra “Somos Água”: trajetória promissora

Até o dia 12 de maio, a comunidade local terá a oportunidade de ajudar uma candelariense a ser a vencedora do prêmio Benfeitoria de Financiamento Coletivo, na categoria Publicações. A obra que disputa esse prêmio, de âmbito nacional, é a ficção “Somos Água”, de Juliana Faber, natural da Vila Passa Sete, interior de Candelária. Trata-se da primeira vez que uma obra escrita por alguém nascido na terra do Botucaraí disputa, juntamente com duas outras obras, uma distinção tão expressiva. Porém, se “Somos Água” conseguiu perfazer, em sua breve existência, uma trajetória tão promissora, a razão se encontra no fato de que sua autora é profundamente imbuída, na verdade como muito poucas outras, de uma rara consciência da missão de um ser humano no mundo, entre tantos outros aspectos.

Apesar da já mencionada brevidade de sua trajetória, a obra escrita pela autora candelariense já possui exemplares distribuídos em diversos países estrangeiros. Porém, quem teve o privilégio de conhecer Juliana, filha de Iria e Ênio Faber, não se surpreende com o fato de que seu texto, em tão pouco tempo, tenha tido uma existência tão promissora. Mesmo nas respostas para a entrevista, Juliana demonstra em cada palavra não exatamente um respeito, mas uma sincera e profunda identificação com os elementos da natureza. Por se tratar da origem da vida, a identificação com a água literalmente transborda em cada frase. É também uma característica perceptível nas páginas de toda a obra. Juliana define “Somos Água” como “um livro infantojuvenil destinado a adultos sensíveis, pois ele toca o coração de crianças e adultos”. Através de um texto lírico, pela voz da própria Água, o leitor é convidado a perceber que esse elemento está em nós desde antes do nosso nascimento, que nos acompanha em todos os instantes da nossa vida, sendo ainda possuidor de nuances e características próprias de um organismo vivo. Assim, com poesia e encantamento, a obra nos leva a um ativismo amoroso através do qual nos tornamos conscientes da importância da água e também responsáveis por sua pureza e cuidado.

A gênese da obra se deu nos questionamentos vivenciados por Juliana ao longo dos anos que viveu numa comunidade ecológica no sul da Bahia. Nesse local, chamado Piracanga, onde vivem cerca de 150 pessoas, com um fluxo de cerca de 3 mil pessoas ao ano – antes da pandemia -, tiveram origem os fatores que permitiram a criação da obra. Os principais objetivos de sua escrita, de acordo com Juliana, são deixar transbordar esse amor, cuidado e responsabilidade pelas águas do mundo, num trabalho de sensibilização de pessoas para que saiam do que ela considera o amortecimento em que vivem, para perceberem o fato de que a insensibilidade quanto ao tema prepondera: “A responsabilidade é de cada um, cada um de nós com suas pequenas ações cotidianas, se somadas a outros que fazem o mesmo, se potencializam, e criam um grande impacto positivo no todo. Não é à toa que a Água tem memória e tudo, inclusive as informações, quando posto na Água se potencializa”, afirma.

Questionada sobre se alguns de seus objetivos iniciais já foram atingidos, Juliana responde com uma verdadeira profissão de fé. “Acredito que quando colocamos nosso propósito no mundo e que quando estamos oferecendo o melhor que temos, nossas ações cada vez mais são feitas sem esperar nada em troca. Com esse livro tem sido assim”. Além de escritora, Juliana Faber se define como facilitadora do propósito em reconexão com a Natureza. Mãe do menino Kalu, permacultora e educadora ecológica de formação e vivência, tem em seu currículo o trabalho, estudo e convivência com José Lutzenberger, um dos criadores do movimento ecológico e ganhador do Prêmio Nobel Alternativo em 1988 (Right Livelihood Award). Além de Lutzenberger, Juliana também estudou com David Homlgren e Sepp Holzer. Atualmente, ela vive no Cerrado, onde se dedica à criação de um Laboratório de Inovação em Água e de uma comunidade que cuida e regenera as águas.

Quem quiser adquirir a obra, que não está à venda em livrarias, poderá encomendá-lo diretamente no site da autora - www.somosagua.eco.br, O leitor receberá o livro cuidadosamente embalado. Você pode também contribuir enviando o livro para mais escolas e espaços educativos ou para atividades de sensibilização focadas no cuidado das águas. Entre em contato via IG @julisomosagua ou pelo e mail juli@somosagua.eco.br. Quem quiser e puder votar na obra para contribuir no resultado final, pode fazê-lo diretamente no site do Prêmio Benfeitoria. Informe seu CPF e, se quiser, vá diretamente na categoria Publicações. Inspire-se e vote!