Por: Redação
Criatividade e uso da tecnologia para possibilitar um Natal feliz
O Natal aproxima as pessoas, especialmente as famílias. Neste ano, porém, em função da necessidade de distanciamento por causa da pandemia, muitas pessoas irão exercitar a criatividade e usar a tecnologia
A vontade de estar perto de quem se ama cresce no fim do ano. Porém, assim como ocorreu durante boa parte de 2020, as celebrações e os abraços em família terão que ser adaptados a formatos mais seguros em tempos de isolamento social. Nesse sentido, algumas famílias estão exercitando a criatividade para manter a tradição da reunião em família. É o caso do casal Meire (fotógrafa) e Oto Mundstock (funcionário público aposentado) e das filhas Nicole e Giulia, para quem a tecnologia encurtou distâncias. De acordo com Meire, a tecnologia a ensinou a ficar mais perto das pessoas que ama, primeiramente em razão de a filha Nicole ter ido realizar um intercâmbio em Portugal, e, graças à experiência, aprender novas culturas. Isso tornou necessário, antes de tudo, que Nicole aprendesse coisas mais básicas, do dia a dia, como lavar, passar, cozinhar, entre outras coisas. Um aprendizado que normalmente exige muito a presença de uma mãe. E, como havia todo o Atlântico entre Meire e a filha, as chamadas por vídeo tornaram possível que a fotógrafa ensinasse Nicole, por exemplo, a fazer feijão, lentilha, como deixar uma roupa mais branquinha - as chamadas técnicas domésticas. O vídeo e a internet possibilitaram não somente esses ensinamentos, mas a continuidade da educação da filha. Pois, conforme a fotógrafa, esse recurso também possibilitou os "puxões de orelha", as demonstrações de carinho, bem como coisas como rir e chorar. Sobre o seu primeiro Natal longe da família, Nicole, hoje arquiteta, conta que teve a sorte de ter feito amizade com meninas portuguesas. Isso tornou possível que uma delas a convidasse para passar o Natal na sua casa: "Naquele dia, eu me senti acolhida e pude vivenciar essa data em outra cultura". Foi uma experiência completamente diferente de tudo que já havia vivenciado no Brasil: "Teve muito bacalhau, muito frio, nada a ver com o Natal brasileiro", relata. A respeito dessa distância, a arquiteta conta que, pelo fato de sempre ter passado as datas especiais ao lado dos familiares, ter alguém distante traz um sentimento de que há "um pedacinho faltando. Mas, graças a Deus, hoje em dia existe a tecnologia, que nos une. É como se estivéssemos juntos todos os dias", ressalta. Segundo Meire, "a distância uniu mais ainda a família, pois a preocupação era diária". A experiência de passar um Natal com um familiar ausente se repetiria nos anos seguintes, pois a filha Giulia decidiu se mudar para Sidney, na Austrália. Foi nessas circunstâncias que as redes sociais possibilitaram a proximidade entre a família. Isso a despeito da diferença de 14 horas, em função do fuso horário. O que permite concluir que, quando existe vínculo afetivo, nem o tempo nem a distância são capazes de separar quem realmente deseja estar junto: "Conversamos, trocamos ideias, rimos, choramos, brigamos e nos amamos", conta Meire. Ela acrescenta que valoriza a chegada de cada novo dia, agradecendo pelo fato de a internet permitir a comunicação. "E, através disso, poder sentir emoções tão boas que quase é igual a estar junto", resume. Por sua vez, Giulia, que voltou para a Austrália em fevereiro de 2020, conta que havia feito a promessa de estar de volta para o Natal e a virada de ano. Para atrapalhar seus planos, veio o coronavírus: "E aqui estou eu em mais um Natal longe de casa. Felizmente, tenho uma família de amigos aqui, que fazem com que essas datas comemorativas sejam especiais e cheinhas de afeto". Mas, como ela própria reconhece, não é a mesma coisa: "Eu daria tudinho nesse Natal para estar em casa. Valorizem esse momento em família e abracem muito apertado as pessoas que vocês amam. Não deixem a magia do Natal morrer. Pois chamada de vídeo também é puro amor", afirma Giulia. Ela acrescenta que, em seu terceiro Natal longe da família, "entre uma lágrima e outra e uma saudade infinita", seguirá mantendo a tradição por videochamada. Isso e, é claro, os presentes enviados a distância. E, sobre o uso da internet para diminuir distâncias, ela comemora: "Um brinde à tecnologia, que nos permite estar presentes mesmo quando 12.500 quilômetros nos separam", finaliza.
Gladys P. da Silva: longe das filhas por causa da pandemia
Um dos fatores que neste ano está impossibilitando as famílias de se reunirem para as comemorações de Natal é a pandemia do coronavírus. Entre essas pessoas, está Gladys Elisabeth Pagel da Silva, moradora de Cerro Branco. Neste ano de 2020, o Natal de Gladys será vivido distante de seus familiares, e também ela irá recorrer à tecnologia para matar as saudades de suas Gladys P. da Silva: longe das filhas por causa da pandemia filhas e netos. Pode-se calcular que o Natal de 2020 será, sem dúvida, a data em que haverá o maior número de chamadas de vídeo, seja por whatsapp ou houseparty, que irão encurtar distâncias que, se geograficamente nem são tão significativas, pelas normas preconizadas em função da pandemia são ainda assim intransponíveis. Sendo assim, as filhas de Gladys, moradoras de Santa Cruz do Sul, Porto Alegre e de Estreito, no Maranhão, não poderão comparecer paras as festividades. E assim, como modo de apaziguar a saudade estão as chamadas de vídeo. "Anos atrás não tinha essa tecnologia, e muitas vezes, pela distância, não tínhamos como falar com as pessoas amadas. Ao menos agora podemos nos ver e matar um pouco a saudade", conclui.