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25/08/2009 16:56
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Medianeira na luta contra o crack

Na metade dos anos 80, surgia uma nova droga. Com custo baixo e proporcionando uma sensação de alegria, o crack rapidamente ganhou popularidade entre seus usuários, especialmente nas áreas urbanas mais pobres. Em duas décadas e meia, a droga feita à base de cocaína já cobrou um preço bastante alto não apenas para seus usuários. A “pedra” mortal virou uma epidemia, dizimando famílias, colaborando diretamente para o aumento da violência, engrossando as estatísticas relacionadas a homicídios e facilitando a prostituição.
Diante do aumento do número de viciados em Candelária, o colégio Nossa Senhora Medianeira resolveu se aliar à batalha contra o crack empunhando uma poderosa arma na prevenção ao vício: a informação.  Por isso, desde abril, as  510 crianças e adolescentes do educandário estãoengajados na campanha “Tire Esta Pedra do Seu Caminho: Crack, Nem Pensar”, participando de palestras e de orientações sobre os malefícios do crack. No mês de junho o trabalho foi ampliado e aderiu à campanha Crack, Nem Pensar, do Grupo RBS, quando alunos do ensino fundamental e médio realizaram pesquisas em relação à droga. As aulas foram reformuladas e os alunos inseridos no projeto passaram também a estudar a influência das drogas no corpo humano. O resultado deste estudo foi  apresentado oficialmente na última sexta-feira, 9 de julho, em forma de uma mostra de arte conceitual, montada a partir do hall de entrada do educandário. Prestigiaram a solenidade o prefeito Lauro Mainardi, o vereador Alan Wagner, a secretária da Educação, Maria Cristina Soares Lopes, representantes do Hospital Candelária e a comunidade candelariense.
“O crack está presente na sociedade e temos o dever de prevenir, de levar o assunto para a sala de aula”,  declarou a diretora Marta Becker Emmel, enfatizando que o foco da informação deve estar no alerta sobre as sequelas provocadas pela droga. Para Marta, a escola tem um papel importante na prevenção, mas observa que é em casa que os pequenos devem receber esclarecimentos sobre as primeiras dúvidas. “Nossa missão é a de preparar para que o jovem busque conhecimento e seja fortalecido para dizer não às drogas”, pontuou.
O prefeito Mainardi louvou a iniciativa e ratificou as palavras da diretora dizendo que existe muita cobrança dos pais em relação ao aprendizado dos filhos na escola, mas que diante das atribuições que têm, acabam esquecendo o principal, de dar a devida atenção a seus filhos. “Seria ótimo se no passado as escolas tivessem iniciativas como esta para repassar aos pais de hoje”, observou. “Se isto fosse feito, talvez não estivéssemos convivendo com tão grave problema diante de nós”, complementou,  colocando a administração municipal à disposição para colaborar naquilo que for necessário.
Aberta na sexta-feira, para alunos e pais, a mostra foi encerrada ontem, quando o Medianeira recebeu alunos da Escola Lepage, Octacílio Pessoa de Oliveira, Guia Lopes, Penedo e Centro Social Amigo da Criança. Segundo a direção, pelo menos 750 pessoas foram prestigiar o trabalho. As atividades do projeto acontecem até novembro. Nos próximos meses o colégio pretende interagir com a comunidade e programou outros quatro eventos, sempre no dia 9.

O que a mostra apresentou
No colégio foram montados ambientes temáticos, batizados de Família, Morte, Realidade, Imagens e Vida. Guiados por alunos-monitores, os visitantes da mostra puderam fazer uma viagem ao obscuro mundo do crack, iniciando em uma sala escura com manequins e uma luz estroboscópica que levava à reflexão sobre os valores da vida e da droga, passando por um túnel com bonecos sem cabeça, a uma sala totalmente forrada com reportagenss sobre a droga, as quais podia-se ler com o auxílio de lanternas, e um audiovisual sobre o poder devastador da droga. Por fim, a sala Vida mostrava a opção pelo final feliz longe do crack, que o colégio objetiva.

As próximas atividades
9 de agosto - Lançamento das vitrines temáticas no comércio do centro, onde alunos irão produzir e montar instalações com cenários e ambientes que refletem o uso do crack e suas consequências.
9 de setembro - Pedágio pela Vida, na principais ruas da cidade com a distribuição de folderes informativos.
9 de outubro - Esquetes teatrais nas agências bancárias com o tema das drogas e foco principal no crack.
9 de novembro - Noite Cultural com exposição fotográfica de todo o desenvolvimento do projeto.