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25/08/2009 16:56
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Ballet em qualquer idade

Foi-se o tempo em que ballet era só para crianças. Atualmente, um número crescente de jovens e adultos tem ingressado na dança em busca de boa forma. São os novos tempos da arte, que vem sendo democratizada para ter sua continuidade garantida. Isto se explica porque há menos de uma década poucas escolas aceitavam alunos iniciantes com mais de 10 anos de idade. O senso comum indicava que era preciso começar aos cinco para obter um bom desempenho. Entretanto, o que ocorreu foi uma verdadeira fuga das sapatilhas porque quem dançava desde cedo não suportava a disciplina do treinamento. Já quem não havia feito aulas na infância acreditava ser tarde demais.
Para garantir que a arte tivesse continuidade, algumas escolas de balé clássico passaram a aceitar um público distinto. As academias de ginástica também inovaram os seus serviços e começaram a oferecer a dança. Em Candelária, a academia Circuito 3 foi uma das primeiras a aderir a esta nova tendência. Ao todo, mantém cinco turmas de ballet. Conforme a professora Vera Becker, a última foi criada no dia 29 de junho e reúne alunas com idade entre 20 e 50 anos. “Este é o primeiro grupo de balé adulto criado em Candelária. É um sonho realizado, na verdade, porque muita gente pedia”, explica. Em entrevista à Folha, ela disse que a técnica utilizada com as crianças e os adultos não muda. “A única diferença é que não se exige tanto do adulto; se trabalha com as possibilidades de cada um”, acrescenta.
A idealizadora da turma de adultos foi Solange Brixner, de 50 anos. Ela conta que teve o sonho de dançar desde criança. “Nunca pude fazer ballet porque a minha família não tinha como pagar a escola. Há alguns anos procurei a professora Laís Saraiva, que foi quem iniciou o ballet em Candelária, e a convidei para ministrar aulas para adultos. Comecei a organizar a turma, mas como ela se mudou para outra cidade, tudo voltou para a estaca zero. Um tempo depois procurei a Vera e então iniciamos as aulas”, diz. Segundo ela, este era um desejo antigo e que ficou adormecido porque havia muitos mitos em torno da idade. “A gente achava que adulto não podia fazer; outras mulheres tinham vergonha, mas aos poucos foi se difundindo que isso não era verdade”, comenta.
Outra apaixonada pelo ballet é Daniela Baierle Beskow, 37 anos, que desde os quatro sonhava em ser bailarina. “Sempre tive vontade de dançar. Eu via as apresentações na televisão e até desenhava as bailarinas, mas por ser de uma família grande não tinha condições de pagar pelas aulas”, destaca. Quem começou a realizar este sonho foi a sua filha Gabriela, de nove anos, que pratica ballet desde os três. “Nunca imaginei que só agora fosse ter a chance de dançar. Realmente, nunca é tarde para realizar nossos sonhos. Ainda quero poder me apresentar junto com a minha filha”, revela.

RELEMBRANDO - Já Rose Karnopp, de 46 anos, relembrou os bons tempos que o ballet lhe propiciou na infância. Bailarina até os 13, ela deixou a dança porque sua turma da época acabou se desfazendo. “Lembrei de muitas coisas da época. Virei criança de novo. O ballet é uma maneira de se exercitar sem grandes impactos e que trabalha a sensibilidade e o alongamento. Tentei fazer ginástica, mas não me adaptei”, finaliza. Ela adianta, no entanto, que para permanecer no ballet é preciso gostar da música clássica. “Não basta ir para dançar, tem que gostar do estilo musical”, resume.

Saiba mais
> As aulas de ballet para adultos são realizadas sempre às segundas-feiras, das 17h45 às 18h45 na academia Circuito 3. As pessoas interessadas ainda podem se inscrever pelos telefones 3743 1027 ou 3742 2159. São aceitos alunos de qualquer idade. O custo é de R$ 25,00 ao mês.

Os benefícios
O ballet apresenta uma série de benefícios à saúde. Podem ser destacados, por exemplo, a melhora da postura, da flexibilidade, da resistência física e da coordenação motora. Também desenvolve a autoconfiança e a autoestima, a capacidade de raciocínio e amplia o círculo social.