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25/08/2009 16:56
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Polcia estoura rinhadeiro

Operação conjunta entre a Polícia Ambiental e a Brigada Militar de Candelária, deflagrada contra um rinhedeiro na localidade de Vale do Sol, terminou com a descoberta de maus tratos a pelo menos 20 galos, na identificação de 53 pessoas que assistiam ou que estavam envolvidas com as rinhas, na apreensão de um revólver calibre 38 com 24 cartuchos intactos e na remoção de um carro que estava com a documentação atrasada. Segundo informações repassadas pela Brigada Militar de Candelária, foram denúncias anônimas que levaram os policiais a “estourar” o estabelecimento, na tarde de domingo, 16. Ao notarem a aproximação da polícia, algumas pessoas conseguiram fugir pelos matos.

MEXICANO – Entre os participantes, os policiais abordaram um mexicano, que não possuía documentação. Ele relatou que estava hospedado em Santa Maria, onde teria deixado seus documentos pessoais. O estrangeiro foi encaminhado pela Polícia Ambiental à Polícia Federal de Santa Cruz do Sul. Os policiais encontraram ainda 79 gaiolas com 19 galos vivos e um morto. Foram efetuadas cinco ocorrências por maus tratos e cinco apreensões de animais, que depois de identificados foram devolvidos aos proprietários.

PORTE – Durante a ação, foram identificados 33 veículos. O revólver encontrado pela polícia estava em um dos carros. O proprietário foi encaminhado à Delegacia de Vale do Sol, onde foi autuado por porte ilegal de arma, e foi liberado após prestar depoimento. A polícia informou ainda que o proprietário do rinhadeiro foi autuado por promover rinhas e por maus tratos contra os animais. Os demais participantes da rinha que foram identificados terão seus nomes incluídos no relatório que a Polícia Ambiental irá enviar o Ministério Público.

Crueldade que rende pena
Equipados com afiadas lâminas de metal na altura das esporas, os galos se vêem forçados a lutar até a morte, ou quase, para satisfazer aos apostadores. O galo que correr da briga, que cai por nocaute, ou quebra a pata ou a asa, perde. Para condicionar os galos às rinhas, os treinadores dão altas doses de anabolizantes para os animais, que também têm as esporas cerradas e as coxas depenadas. Outro exercício consiste em segurar o galo com uma das mãos no papo e a outra no rabo, jogá-lo para o alto e o deixar cair no chão. O objetivo é fortalecer as pernas. Como conseqüência, os galos desenvolvem problemas de junta, perdem a coordenação motora e adquirem necrose muscular.
Depois de assinarem um documento de compromisso de comparecimento em juízo, geralmente os participantes de rinha são liberados, como aconteceu em Vale do Sol. Além do processo, os envolvidos podem pagar multa por cada ave apreendida. Caso não seja confirmada a propriedade das aves, o dono do estabelecimento terá de pagar todo o valor. De acordo com o artigo 32 da lei federal 9.605/98 (crimes ambientais), praticar abuso, maus tratos ou ferir animais, é crime e prevê pena de três meses a um ano de detenção.