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25/09/2009 12:16
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Dona Palma, uma f de bandas aos 77 anos

Com cabea de 20 e corpo de 77. assim que dona Palma se define. Alegre e espontnea, ela no deixa de se divertir apesar de suas limitaes. A idade, portanto, no condiz com seu estado de esprito. Se o corpo j d sinais do trabalho rduo que enfrentou ao longo dos anos, a alma se conserva sadia. Por ser carismtica, tem conquistado a admirao de muitas pessoas da comunidade. Mais do que isso, exemplo para aqueles que se deixaram abater pela solido. Viva desde 2004, se apegou msica para afastar a tristeza. E tem conseguido. "Para mim a msica vida, alegria. Quando estou escutando no tenho tristeza; at a dor passa", explica. "No gostaria de ficar depressiva para dar incmodo aos meus filhos", emenda. Em entrevista Folha, dona Palma fala sobre a experincia de ter conhecido 84 bandas nos ltimos trs anos. Tudo comeou com o Brilhasom em 2006. "Naquela semana do Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de maro, eles iam tocar l no Rogrio Schwantz. tarde ouvi uma entrevista deles pelo rdio e de noite fui conhec-los no baile. Fui muito abraada e bem tratada; desde aquele dia no parei mais de ir", conta. "Ali se abriu uma porteira", diz. Foi a que ela comeou a sair sozinha para conhecer outros cantores. "S escutava eles pelo rdio, mas queria muito conhecer", acrescenta. A empolgao de ficar frente a frente com os dolos se repetia a cada baile seguinte. A emoo de conhecer os msicos e de expor o apreo pelas canes s aumentou. Nesse perodo, dona Palma construiu fortes laos de amizade. O que jamais imaginava. "Muitos me adotaram como me, como av. Alguns danaram comigo", comenta. O carinho que ela cativou nico. "J peguei carona para ir aos bailes com o pessoal do G10, do Danbio Azul, do Doce Balano, da Nova Imagem, e de tantos outros", garante. Alm disso, j recebeu em sua casa os msicos do KN. "Eles iam animar um baile no colgio Medianeira e precisavam tomar um banho quente. Emprestei o meu chuveiro para eles", relata. Se depender dela, a amizade com as bandas s tende a aumentar. "Enquanto eu puder andar vou continuar indo nos bailes. Entro at de bengala, mas no deixo de ir", afirma. Independente do lugar, ela sai de casa antes do baile comear para conversar com os cantores. Depois, senta perto do palco para ouvir as msicas e s sai para ir embora. Orgulhosa por ter conquistado a admirao e o respeito de compositores como Alessandro Turra, do Brilhasom, que a consideram como uma pessoa da famlia, ela diz que agora est vivendo sua prpria vida. "O que decidir eu fao. Sempre vou em linha reta; no quebro esquina", finaliza.