Primavera traz granizo e preju�zos

A primavera, que iniciou no �ltimo dia 22, manteve a instabilidade do clima registrada no fim do ver�o e trouxe muita preocupa��o aos moradores do interior e da cidade. N�o bastasse o volume pluviom�trico acima da m�dia - o que impede a prepara��o das lavouras de arroz e leva embora os nutrientes das lavouras de fumo - o granizo tamb�m chegou para dar uma mostra de seu poder de destrui��o. No domingo, 27, por volta das 3h, uma precipita��o que atingiu a cidade - e com maior for�a a localidade da Rebentona - resultou em v�rias resid�ncias com avarias nos telhados. Segundo o presidente executivo do Corpo de Bombeiros Volunt�rios de Candel�ria, Carlos Nunes Rodrigues, a corpora��o teve que se desdobrar em quatro equipes para atender a 25 ocorr�ncias, registradas desde as 6h da manh� de domingo. Na cidade, sofreram avarias as casas com cobertura de telhas de fibrocimento de quatro mil�metros; na Rebentona, pedras do tamanho de um ovo de galinha quebraram telhas de 6mm e de barro. At� agora, n�o foi poss�vel fazer um balan�o do total de casas destelhadas, uma vez que grande parte dos moradores cobriu os estragos com lonas. A precipita��o tamb�m atingiu as localidades de Linha Bernardino, Alto Passa Sete e Roncador; nestas duas �ltimas, pela segunda vez no ano. N�o houve v�timas e desabrigados. FUMO - Os temporais que ocorrem desde a noite de s�bado tamb�m est�o trazendo preju�zos �s lavouras de fumo. As precipita��es de granizo atingem praticamente todos os munic�pios da regi�o baixa do Vale do Rio Pardo e do Jacu�, no entorno de Cachoeira do Sul. No in�cio da manh� de ontem, os telefones da Associa��o dos Fumicultores do Brasil da matriz, em Santa Cruz do Sul, e das filiais de Ven�ncio Aires e Cachoeira do Sul, come�aram a tocar incessantemente. Do outro lado da linha, produtores comunicam a ocorr�ncia de granizo. "Os avisos s�o oriundos de v�rios munic�pios, vindos do eixo Restinga Seca a Ven�ncio Aires", diz Marc�lio Drescher, tesoureiro da entidade. Como os avisos come�aram a chegar no in�cio da manh�, o Sistema Mutualista da Afubra ainda n�o tem a quantidade de lavouras danificadas. No entanto, segundo Drescher, o congestionamento dos telefones da entidade leva a crer que ser�o milhares de planta��es. No tocante aos preju�zos, ele ressalta a ocorr�ncia de preju�zos parciais. "As lavouras est�o em est�gio inicial de desenvolvimento, o que permite a recupera��o das plantas ou mesmo um eventual transplante da lavoura". O problema maior � o excesso de chuvas, que provoca a lixivia��o do solo. "As �guas carregam os nutrientes, for�ando o produtor a uma nova aduba��o, o que aumenta os custos de produ��o", lamenta o dirigente. Segundo o coordenador do centro de mutualidade da Afubra, Carlos Loewe, respons�vel por 74 munic�pios das regi�es de Cachoeira do Sul e Sobradinho, at� o dia 26 de dezembro de 2008, foram registrados apenas cinco avisos de incid�ncia de granizo. Neste ano, j� s�o 885, n�mero que dever� aumentar consideravelmente quando as equipes forem a campo, j� que o solo encharcado dificulta a presen�a dos t�cnicos da entidade para efetuar os levantamentos. Marc�lio Drescher garante que todos os produtores inscritos no departamento de Mutualidade da entidade v�o ser atendidos no menor tempo poss�vel. "Para isso, basta que deixem intactas as habituais vergas de amostra". Sem considerar os n�meros desse fim de semana, a Afubra registra 4.045 lavouras danificadas pelo granizo desde o in�cio da presente safra. No ano passado, em igual per�odo, o n�mero era de apenas 2.675. SEGURO - O tesoureiro da Afubra lembra, ainda, que os fumicultores que desejam assegurar suas lavouras t�m prazo at� o dia 31 de outubro. O sistema mutualista da entidade indeniza os preju�zos causados pelo granizo. Por�m, para ter direito ao seguro, os associados da Afubra t�m de estar em dia com suas obriga��es contratuais, ou seja, n�o estar inadimplente. A partir da quita��o dos d�bitos anteriores, o seguro passa a valer um dia ap�s a contrata��o. Reincid�ncia A regi�o teve cinco incid�ncias de granizo registradas em menos de 24h. Segundo Carlos Loewe, a primeira aconteceu por volta das 20h30 do s�bado e a segunda, �s 22h. Na madrugada do domingo foram mais dois registros, �s 2h30 - a mais forte de todas - e �s 5h. A �ltima foi registrada no domingo � tardinha. Produtores do Roncador e do Alto Passa Sete j� tiveram suas lavouras atingidas por duas vezes neste ano, o que refor�a o alerta da Afubra para que seus associados providenciem com urg�ncia a contrata��o do seguro.