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Confisco de terras produtivas
Produtores rurais dos Estados das regies Sul e Sudeste esto prestes a perder mais 17 milhes de hectares de terras produtivas a ttulo de Reserva Legal. O prejuzo quase que incalculvel para os proprietrios e para o pas.
O esplio atinge agricultores do Esprito Santo, Rio de Janeiro, So Paulo, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul que tero de entregar mais de 30% de suas propriedades. Podemos imaginar o tamanho do rombo ao analisarmos que a rea total dos Estados de 91 milhes de hectares e que 18 milhes deles j esto destinados preservao. Um confisco que pode chegar prximo a 37 milhes de hectares - 41% da rea. Os produtores ainda precisam reservar mais 5 milhes de hectares para matas ciliares, o que, alis, absolutamente correto, mas que no deixa de aumentar o volume de terras preservadas.
Ningum se preocupou em saber o valor disso tudo. Pior ainda: em saber quanto o Brasil deixar de produzir de gros, lcteos e carnes e de quantos empregos sero escoados pelo ralo da incompetncia de uma empreitada suicida e inconcebvel. Pois eu digo: s no Rio Grande do Sul mais de 100 mil propriedades fecharo as porteiras e 700 mil postos de trabalho sero extintos.
O novo massacre realizado com os produtores rurais poderia muito bem ser estendido a outros segmentos produtivos. J imaginou o mesmo confisco no sistema financeiro, na indstria do ao, nos fundos de penso, nos hipermercados, na indstria automobilstica e at nas grandes redes de comunicao? D para pensar o tamanho da revoluo? Certamente que sim. Nenhum dos segmentos aceitaria passivamente.
Mas, com o produtor rural diferente. Afinal, ele j est acostumado a enfrentar os oligoplios dos fertilizantes, dos defensivos, das mquinas, dos bancos, da carga tributria, a criminalizao pela sociedade urbana e ainda tem que subsidiar o consumidor brasileiro.
Jogar mais um peso nas costas de quem produz alimento no deve ter nenhum problema, na viso dos defensores da legislao suicida. S que eles, infelizmente, so de uma miopia que no vai alm de seus prprios narizes. No devem nem saber que o campo enfrenta barreiras tarifrias, sanitrias e trabalhistas nas exportaes. No conhecem a importncia do segmento para a economia nacional, pois responsvel por mais de 80% do saldo da balana comercial e por 37% dos empregos gerados no pas.
Um segmento que deveria merecer, no mnimo, mais respeito. Mas, pelo contrrio, os produtores ainda sofrem com imposies malucas como esta, em nome de uma barreira ambiental, que os nossos concorrentes americanos, europeus e asiticos no tm. O brasileiro o nico a pagar a conta do pnico ambientalista.
Deputado Federal (PP-RS)