Uva, produ��o comercial tem poucos adeptos

A s�rie Riquezas da Nossa Terra encerra hoje, 31, descrevendo o potencial produtivo da uva. Muito apreciada nesta �poca do ano, � rica em carboidratos, apresenta pequenas quantidades de vitaminas do complexo B e vitamina C e fornece boas doses de minerais como pot�ssio, c�lcio, f�sforo, magn�sio, cobre e iodo. Al�m disso, estimula as fun��es card�acas, ajuda a ativar os rins, � um suave laxante e um rico dep�sito de compostos antioxidantes e anticancer�genos. Sua casca aumenta o colesterol HDL (o bom colesterol) e cont�m resveratrol, que comprovadamente inibe o agrupamento de plaquetas e a forma��o de co�gulos sang��neos. Especialistas destacam que a uva verde tem poderes antibacterianos e antivirais. Igualmente ben�fico para a sa�de, o tomate, cujo cultivo foi evidenciado na edi��o anterior, pode ser cultivado o ano todo. Todavia, a exemplo da uva, sua produtividade � limitada pelo clima, o que obriga alguns produtores a investir em recursos adicionais, como a instala��o de estufas. Isto, no entanto, encarece a produ��o. Atualmente, de acordo com a Emater, s�o gastos em torno de R$ 28 mil para produzir um hectare de tomate. As esp�cies mais cultivadas se dividem em quatro grupos - ga�cho, paulista, ind�stria e cerejinha. O primeiro est� no topo da prefer�ncia porque possui mais polpa enquanto que o �ltimo � mais resistente e pode ser plantado em qualquer canto da horta. No caso dos parreirais, o custo � ainda mais alto para cultivar um hectare - em torno de R$ 30 mil. Em Candel�ria, s�o produzidas, em m�dia, de 15 a 30 toneladas da fruta/ha. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE - 2007), a �rea ocupada � de cinco hectares. Entre as variedades cultivadas est�o a Isabel, Francesa, Ni�gara Rosada, Ni�gara Branca, Bord�, V�nus, Dedo de Dama, Rosa Moscato, Pin�, Rubea, Cabernet France, Cabernet Sauvignon, Merlot, Moscato Branco, Dona Zil�, Courdec, Cabernet Tinto, Pica Longa, Tardia de Caxias, Seibel e Lorena. Em 2006, outras duas esp�cies trazidas da It�lia - Cardinal e Bleck Magic - foram testadas pela Emater. Conforme o t�cnico agr�cola Sanderlei Pereira, o plantio das mudas foi feito na propriedade de Aldair Paulo Jalowitzky, na Picada Karnopp. Quem conseguiu as esp�cies foi um agr�nomo de Farroupilha. Destas, as mais cultivadas s�o a Isabel, Bord�, Ni�gara Branca, Ni�gara Rosada, Francesa e Goethe. Estas, ali�s, est�o entre as que mais se adaptaram �s condi��es clim�ticas de Candel�ria. "As americanas tiveram melhor aceita��o e s�o mais utilizadas para a fabrica��o de suco e vinho colonial. Todas t�m baixa concentra��o de a��car. As vin�feras n�o se adaptaram porque n�o tem frio suficiente, pouca luminosidade e alta umidade relativa do ar", explica. "Outro ponto negativo � o excesso de neblina nos locais de altitude", acrescenta. PRODU��O - O plantio � feito no per�odo de maio a julho e a produ��o inicia a partir do segundo ou do terceiro ano. A colheita, que come�ou este m�s, se estende at� meados de mar�o. Uma das recomenda��es na hora de formar os parreirais � plantar as mudas com 2,80 metros entre linhas e de 1,20 metro entre os p�s. Informa��es da Emater apontam que a produ��o do Rio Grande do Sul est� se deslocando de alguns pontos da Serra Geral, que vai de Torres at� S�o Francisco de Assis - pr�ximo � regi�o das Miss�es. "O que se percebe � que os produtores est�o migrando para a fronteira a partir de Encruzilhada porque l� chove 1/3 a menos do que no resto do Estado, tem alta luminosidade, amplitude t�rmica (dias quentes e noites frias), os dias s�o mais longos, as �reas s�o planas e favorecem a mecaniza��o. S� em Livramento, por exemplo, tem 570 hectares cultivados numa �nica �rea - � a maior da Am�rica Latina", destaca Sanderlei Pereira. Ele explica ainda que um dos maiores entraves da cultura � a "p�rola da terra", uma praga que se hospeda em v�rias outras plantas e que vai para os parreirais causando o amarelamento, encrespamento das folhas e morte da planta. Aposta no suco e no vinagre Nos �ltimos anos - mais precisamente desde 2005 - a uva in natura tem dividido espa�o com a beneficiada na forma de suco e vinagre. O feirante Alcides M�ller, de Faxinal de Dentro (a 200 metros da divisa com Candel�ria), � quem fornece o produto em Candel�ria. Ele come�ou a comercializar o suco depois de testar uma extratora dom�stica e saiu em busca de mais tecnologia para industrializar a produ��o. Alguns meses depois - munido de informa��es e maquin�rios - iniciou a constru��o da ind�stria M�ller Alimentos. A obra, de 250 m�, foi constru�da em conformidade com as normas do Minist�rio da Agricultura. O investimento est� conclu�do e aguarda certifica��o junto a ECOCERT - entidade internacional que certifica produtos org�nicos - para expandir a produ��o. Al�m de agregar valor ao produto, ou seja, � uva, o suco vai preencher uma lacuna no per�odo da entressafra, j� que dura por at� um ano. Um dos segredos, de acordo com M�ller, � o envasamento a quente. "Colocamos o suco em garrafas de vidro, ainda quente, e embalamos. Este processo elimina qualquer bact�ria e garante maior durabilidade", ressalta. VINAGRE - Os tr�s mil p�s de uva plantados na propriedade de M�ller tamb�m s�o utilizados na prepara��o de vinagre. Semelhante ao processo de fabrica��o do vinho, sua elabora��o difere em algumas etapas que, obviamente, n�o podem ser reveladas. Para o beneficiamento s�o utilizadas as folhas e os ramos verdes da uva. A receita M�ller aprendeu com um antigo conhecido de Candel�ria e j� est� agradando os consumidores. Os interessados em qualquer um destes produtos podem ligar para o telefone 8147 4578 e fazer suas encomendas. Agradecimento A equipe da Folha agradece a todas as pessoas que colaboraram prestando informa��es para a s�rie Riquezas da Nossa Terra desde o in�cio deste ano. Com o apoio de cada uma das fontes foi poss�vel expor os potenciais que o interior de Candel�ria guarda. Que os textos deste espa�o tenham servido de est�mulo para a diversifica��o. Aos produtores, sucesso e �timos investimentos.