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STR debate trabalho infantil
Com o objetivo de orientar os produtores sobre o que ou no trabalho infantil, a direo do STR de Candelria promoveu uma palestra com o juiz da 1 vara do trabalho na tarde de ontem, 21. Os esclarecimentos foram acompanhados por secretrios municipais, representantes da sade, educao, assistncia social, agricultura e comrcio. Inicialmente, a assessora jurdica da Fetag/RS (Federao dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul), Jane Berwanger, explicou que o assunto foi direcionado para o meio rural em 2004.
Ela lembrou que naquele ano a Organizao Internacional do Trabalho (OIT) informou os resultados de uma pesquisa que apontava Candelria como "a capital do trabalho infantil". Conforme Jane, os pesquisadores utilizaram um mtodo totalmente contestvel. "Eles chegavam nas casas e perguntavam se o filho do agricultor tinha tido alguma ocupao nos ltimos 15 dias. Se a resposta fosse sim, consideravam como um caso de trabalho infantil", destaca. Isto, no seu entender, induziu a uma concluso errnea. Em vista disso, a Fetag/RS em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fez novos estudos.
Mais tarde, em 2008, foi publicado um novo decreto dando conta de que o trabalho na lavoura seria insalubre para os menores de 18 anos. A partir da se iniciou outra discusso, uma vez que para os maiores de 18 anos este mesmo trabalho no representaria algo insalubre. Em seu pronunciamento, o juiz Celso Fernando Kasburg disse que a contratao de menores vista com mais gravidade pela Justia. "O risco maior para quem contrata do que para os pais", resumiu.
DIVERGNCIAS - O juiz explicou que h divergncias entre a Constituio e a CLT (Consolidao das Leis do Trabalho) quanto idade que caracteriza o trabalho infantil. "Para a Constituio, menores de 16 anos no podem trabalhar; de 16 a 18 s no podem noite ou em locais insalubres. J a CLT permite que menores de 14 a 18 anos trabalhem como aprendizes", afirmou. Ele questionou se o trabalho feito na lavoura na presena dos pais, por quem estuda, no seria igualmente um aprendizado. "O problema surge quando o trabalho e a roa so colocados na frente do estudo", acrescentou lembrando que o auxlio da criana na lavoura um hbito cultural de alemes e evanglicos. "O que no pode deixar de mandar os menores para a escola e atribuir trabalho acima da sua capacidade", finalizou.