STR comemora seus 45 anos

Quem acompanhou as primeiras tratativas para cria��o do STR talvez n�o tenha imaginado que a entidade teria tamanha representatividade. Hoje, pode-se dizer que � uma das mais atuantes; uma ferramenta indispens�vel para os agricultores familiares. O movimento pr�-sindicato iniciou em meados de 1964. Naquela �poca o ent�o Promotor de Justi�a de Candel�ria pediu ao amigo Prot�sio Moreira Knewitz - conceituado professor e compositor - que lhe indicasse o nome de um produtor de sua confian�a. O objetivo era orientar este trabalhador quanto �s normas de funda��o da entidade. O escolhido foi Jo�o Batista da Rosa C�ndido, pai do atual presidente Juarez da Rosa C�ndido. Intimado pelo Minist�rio P�blico, sem desconfiar do motivo, Jo�o Batista atendeu ao chamado. Durante o encontro ele recebeu instru��es de como reunir os agricultores e elaborar atas de futuras reuni�es. Pouco tempo depois, seus vizinhos da Vila Passa Sete j� come�avam a se reunir para debater a funda��o da entidade que iria represent�-los. Assim, em poucas semanas o grupo fundou o STR. O primeiro presidente eleito, na funda��o, foi Cl�udio Jahn. Jo�o Batista n�o concorreu porque gostava mais da lida na lavoura e, por este motivo, atuou mais diretamente no Conselho Fiscal. Todavia, aquela elei��o n�o foi reconhecida pelo Minist�rio do Trabalho e Assist�ncia Social. Foi s� em 29 de julho de 1966 que, de fato, a entidade se legalizou com a obten��o da Carta Sindical (esp�cie de registro). Esta vit�ria, no entanto, foi precedida de per�odos de muita rivalidade. Juarez C�ndido conta que naquela �poca o Sindicato Patronal (Rural) contestava a cria��o de outro sindicato alegando que o munic�pio n�o precisava ter duas entidades representativas dos produtores. Por�m, a proposta do STR era defender os pequenos produtores familiares. ARATOR - Com a legaliza��o, era necess�rio fazer nova elei��o. Assim, em 1968, Arator da Rosa C�ndido foi eleito presidente juntamente com Fernando Batista Pereira (secret�rio) e Ervino Alvino Radtke (tesoureiro), que posteriormente se desligou do cargo para concorrer a vereador - em seu lugar assumiu Arnildo Rathke. A partir da�, Arator iniciaria uma caminhada de 22 anos frente � entidade. Seriam anos de muita luta, mas tamb�m de conquistas. Na d�cada de 70, por exemplo, o movimento sindical conquistou a aposentadoria de meio sal�rio m�nimo para os homens com 65 anos. As mulheres vi�vas igualmente passaram a ser beneficiadas. "Mas n�o foi pelo fato de serem mulheres. O Minist�rio do Trabalho e Assist�ncia Social as considerava como chefes de fam�lia, j� que elas assumiam a responsabilidade do marido", ressalta Juarez. Nesta mesma d�cada surgiu o Funrural, que garantia o direito �s interna��es hospitalares, � implanta��o de consult�rios m�dicos e odontol�gicos nos sindicatos e a realiza��o de conv�nios para consultas. Foi o chamado per�odo do assistencialismo. Arator C�ndido tamb�m participou, em meados de 1980, da luta pela igualdade de direitos entre os trabalhadores rurais e urbanos (homens e mulheres). As mobiliza��es culminaram com a Constitui��o de 1988 - regulamentada s� em 1992 - e que garantiu a aposentadoria (um sal�rio m�nimo) para os homens, aos 60 anos, e para as mulheres, aos 55 anos. REN� - Em 1990 o STR foi assumido por Ren� H�bner. Ele acompanhou o desfecho das mobiliza��es pela aposentadoria e participou da luta pela obten��o do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Por meio deste, o governo federal liberou cr�dito para os agricultores. Os primeiros recursos foram disponibilizados em meados de 1994 ou 1995. Nos anos que se seguiram o programa foi ampliado com outras linhas de cr�dito para custeio da lavoura e investimento na propriedade. Isto foi testemunhado por Juarez C�ndido, em 1997, quando assumiu a presid�ncia. Desde ent�o, esteve nas mobiliza��es para conquista do cr�dito para a compra de terra e do cr�dito para habita��o e nas mais diversas frentes para melhoria da qualidade de vida no campo. � preciso conquistar... A preocupa��o do movimento sindical � com a sucess�o rural. As mobiliza��es que se seguem s�o, sobretudo, para dar condi��es de fixar o homem no campo. E isso, na avalia��o do presidente do STR, Juarez C�ndido, depende da obten��o de uma melhor qualidade de vida e de renda. Em entrevista � Folha, ele disse que a garantia de pre�os m�nimos aos produtos pode definir a margem de lucro sobre a produ��o. "O agricultor precisa ter viabilidade econ�mica para continuar produzindo. � preciso ter retorno na hora da comercializa��o", pontuou. Outra meta � a amplia��o do seguro da produ��o e da propriedade. As recentes intemp�ries clim�ticas - enxurradas, vento e granizo - evidenciaram esta necessidade. "In�meras fam�lias perderam a produ��o com a enchente e n�o t�m como recuperar a propriedade. O seguro n�o cobre os preju�zos causados por enxurradas, por exemplo, e n�o h� o que fazer. � preciso que todos os setores e representa��es envolvidas na produ��o e na comercializa��o do fumo se envolvam nesta causa e debatam uma solu��o", acrescentou. Comemora��o e reconhecimento As atividades programadas para comemorar os 45 anos do STR foram alteradas em fun��o da enchente ocorrida no in�cio deste m�s e que resultou em preju�zos para in�meros agricultores. Foi mantida apenas a palestra sobre Trabalho Infantil na quinta, 21, com o juiz Celso Kasburg, da 1� Vara do Trabalho de Santa Cruz do Sul, e a solenidade de reinaugura��o da Galeria dos Presidentes. Esta �ltima aconteceu na segunda, 25, ocasi�o em que foi servido um bolo comemorativo aos membros da diretoria, associados e convidados. A cerim�nia informal coordenada pelo presidente Juarez C�ndido contou com as presen�as do prefeito Lauro Mainardi, do ex-prefeito Ren� H�bner, da 1� secret�ria da Fetag, Josiane Einloft, e do coordenador da Regional Centro-Serra e do Vale do Rio Pardo, Bruno Eichelberg. Em sua manifesta��o, o prefeito Lauro enalteceu a import�ncia da atua��o do STR de Candel�ria, tanto para melhorar as condi��es de trabalho e de qualidade de vida do homem do campo, como tamb�m para incentiv�-lo a permanecer na atividade. Neste aspecto, citou a c�lebre frase do ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln: "Se destru�rem as cidades e mantiverem os campos, as cidades renascer�o. Se, no entanto, destru�rem os campos as cidades n�o sobreviver�o". J� as atividades de campo sobre diversifica��o e rota��o de culturas, o jantar baile e o lan�amento do livro dos 45 anos do STR foram adiados para a Semana do Munic�pio. O sarau de poesias est� confirmado para o dia 19 de mar�o, no sindicato. PARCERIAS - O sindicato se consolidou como uma entidade de classe, que al�m de representar os pequenos agricultores segue firmando importantes parcerias para melhorar a vida no campo. A secretaria municipal de Agricultura, por exemplo, participa de todas as atividades que dizem respeito � �rea agr�cola e ambiental com o STR. O secret�rio Orlando Kochenborger destaca que o sindicato estimula a uni�o dos agricultores e reivindica seus anseios. "A entidade demonstra uma expectativa �nica e luta pelos interesses dos seus agricultores", resumiu. Outra entidade parceira � a Emater. Conforme o engenheiro agr�nomo e chefe do escrit�rio local, Eduardo de Souza, o STR tamb�m � um importante prestador de servi�os, tendo em vista que � respons�vel pela elabora��o de projetos e pelo incentivo � diversifica��o.