Riquezas do nosso futebol - Cap�tulo XXXIX - O Juventude - parte IV

Conhecido em todo Estado, o Gr�mio Esportivo Juventude continuou a trilhar sua hist�ria nos recantos do Rio Grande do Sul em meados dos anos 70. Nesta �poca, o alvi-rubro seguia na disputa do Campeonato Estadual de Amadores, que a partir de 1971 mudou o formato, sendo disputado em classificat�rias regionais at� as fases de mata-mata, nas quais eram conhecidos os campe�es. Na hist�ria do Estadual de Amadores, o 15 de Novembro, de Campo Bom, � o maior vencedor com 14 t�tulos. Em 1975, o Juventude realizou a melhor campanha daquela d�cada. De acordo com o ex-centro-m�dio do Juventude, Ery Matana, 62 anos, em 1972, os candelarienses fizeram uma grande campanha e, numa das chaves, disputaram com Mau� (Cachoeira do Sul), Cruzeiro (Ven�ncio Aires) e Teresa (Vera Cruz), sendo campe�es da chave. Depois, o time eliminou o Aimor� (Ca�apava do Sul), S�o Sep� e Figueira. A equipe s� foi eliminada pelo Juventus, de Encruzilhada do Sul. "Naquela �poca eram grandes jogos, com grandes equipes aqui na regi�o", recorda. CL�SSICOS - A partir de 1974, com o ingresso do Minuano nas disputas do Estadual de Amadores, Candel�ria passou a ter seu primeiro cl�ssico valendo pela competi��o. O agente fiscal do Tesouro do Estado, Valdemar Enar Schwantz, o Maia, hoje com 54 anos, jogou pelas duas equipes e lembra dos grandes confrontos entre Juventude e Minuano disputados em 1975. "No primeiro jogo, vit�ria do Juventude 1x0. Na partida v�lida pelo returno, vit�ria do Minuano por 2x1. Ap�s este jogo, o pessoal do Minuano realizou uma grande festa pela cidade, com direito a desfile e foguet�rio", revela. Os cl�ssicos entre os rivais foram disputados nos anos de 74, 75, 77, 85, 86 e 87. Na d�cada de 80 tamb�m est�o registrados os duelos com o Olarias, da Linha do Rio, que igualmente participou dos estaduais de 86, 87 e 90. Nos anos 80, o Juventude ainda participou do Estadual Adulto, mas saiu nas fases eliminat�rias do in�cio da d�cada e na 1� fase dos anos de 86 e 87. Ery na sele��o? Em 1970, uma brincadeira de amigos tornou o meia Ery Matana, do Juventude, conhecido em todo o Brasil. Maia conta que na �poca, um pouco antes da copa do mundo de 70, no M�xico, ele estava acompanhando uma partida do Juventude em Candel�ria pelo estadual atr�s de uma das goleiras quando Ery, que jogava com a camisa 10, marcou um bonito gol da intermedi�ria em uma cobran�a de falta. "Aquele lance me deu a ideia de encaminhar uma carta para a Se��o do Leitor da revista Placar. Com a ajuda de um amigo, escrevi o texto pedindo a convoca��o do Ery para a sele��o brasileira que iria disputar a copa do mundo", conta. No m�s de maio, a carta foi publicada na revista com a seguinte frase "Por que o m�dio apoiador Ery, do Juventude de Candel�ria, RS, n�o foi convocado para a sele��o brasileira?". Na edi��o da revista, publicada no dia 26 de junho de 1970, o leitor Carlos Cipriano, de S�o Jos� dos Campos - SP, escreveu na mesma Se��o que era o "c�mulo da ignor�ncia" algu�m de Candel�ria pedir a convoca��o do Ery, sendo que apenas em sua terra ele era conhecido. Para ilustrar o fato, a revista criou uma charge do jogador, gerando uma grande repercuss�o. Maia lembra que ao ver a revista, na �poca, Ery n�o gostou da brincadeira. 40 anos depois, aos risos, Ery lembra do epis�dio que o tornou conhecido no Brasil. Ele lembra que "Tesoura", um caminhoneiro, amigo seu, estava no Rio de Janeiro fazendo uma entrega de arroz, quando alguns amigos dele mostraram a revista e perguntaram a ele quem era o Ery. "O 'Tesoura' me trouxe a Placar e me mostrou a charge. Eu achei aquilo um deboche e fiquei bem chateado, mas depois entrei na brincadeira", conta. Maia lembra que aquele fato gerou grande repercuss�o na cidade. "Todo mundo foi na banca comprar a Placar para ver a charge do Ery. A procura foi tanta, que chegou a faltar revista", destaca. Entre 74 e 77, Ery Matana chegou a atuar no futebol profissional, jogando no interior do Paran�. O candelariense atuou por Oeste, Palotina, Cascavel, Toledo e Gr�mio Maring�. Em 1977, quando atuava pelo Gr�mio, meia candelariense esteve no munic�pio numa das suas folgas e no dia 7 de julho, anivers�rio de Candel�ria, disputou um amistoso pelo Juventude contra o Avenida. Nesta partida, ele machucou o joelho direito e rompeu dois meniscos. Em virtude da les�o, o Maring� lhe dispensou. Naquele ano, o time de Ery foi campe�o paranaense da primeira divis�o ao derrotar o Pinheiros (atual Paran� Clube) em Curitiba, por 1x0. Depois de um ano parado, Ery voltou a jogar pelas equipes amadoras de Candel�ria. Juvenil do Ju entre os melhores do Estado Nos anos 80, em duas oportunidades, os juvenis do Juventude figuraram entre as melhores equipes do Estado. A categoria surgiu em 1981, por idealiza��o de Cl�udio Grehs, o Maneco, na �poca presidente do clube. O treinador daquele time foi o professor de Educa��o F�sica, Rui Goelzer, que lembra com saudade daquela �poca. Conforme ele, os treinos eram realizados duas vezes por semana, sempre no fim da tarde. A equipe disputou jogos em Get�lio Vargas, Vacaria, Itaqui, Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul, Cachoeira do Sul, entre outros. Depois de v�rios jogos e viagens, os candelarienses se classificaram para o hexagonal final do estadual e enfrentou Gr�mio, Inter, Brasil (Vacaria), Novo Hamburgo e Ibirub�. O time finalizou a competi��o em quarto lugar. Astor Ellwanger, o "Abacate", lembra de uma hist�ria no confronto entre Juventude x Itaqui. Os dois jogos haviam terminado com vit�rias de 1x0 para cada equipe. A vaga, ent�o, foi decidida por sorteio na Federa��o Ga�cha de Futebol e o Juventude se classificou na moeda para a disputa do hexagonal final, eliminando Itaqui. O time finalizou em quarto lugar tendo em sua forma��o Tigre, Zeiro, Valdir, Sebinho, Paulo, Lalinho, Miguel In�cio, Poio, Zeca, D�ia, Assombra��o, Careca, Sidinei, Zito, entre outros. Em 1987, o Juventude voltou a figurar entre os quatro melhores do Estado. Tamb�m se classificou ao quadrangular final novamente por sorteio na Federa��o Ga�cha de Futebol, eliminando o Uruguaiana na moeda ap�s dois empates por 1x1. A equipe foi comandada por Renato M�ller e enfrentou Inter, Gr�mio e Novo Hamburgo, finalizando na quarta coloca��o. O time contou com Pastel, Tech, Iv�, Itamar, Arno, Hil�rio, Gildomar, Jair, Mauro, Arlei, Gilson, Nereu, Juliano, Delmar, Gilvan, Tesche, Luciano, Remi, entre outros.