Por: Diego Foppa
Expectativa é favorável para a próxima safra de milho
Com atuação do fenômeno El Niño, resultados devem ser positivos para a colheita 23/24; contudo, o chamado milho do cedo, que representa 10% do total da área, foi impactado negativamente pelo alto volume de chuvas
A expectativa é boa para a próxima safra de verão no Rio Grande do Sul, em especial para as culturas do feijão e do milho na região do Vale do Rio Pardo. A estimativa é da Emater, que aponta que o clima deve ajudar na produtividade, por causa do fenômeno El Niño. Na safra passada, a cultura sofreu com a estiagem. Em Candelária, a área cultivada do milho na safra 2023/2024 é de 5.670 hectares, o que representa um aumento de 10,42% com relação a anterior.
De acordo com o chefe do escritório municipal da Emater, Sanderlei Pereira, a estimativa é para que haja um aumento na produção, em virtude das chuvas mais frequentes. “A expectativa é que a colheita deste ano supere os números finais da anterior, que foram de 3.888 quilos por hectare, o que representa 64,8 sacacas (de 60 quilos) por hectare. Isto porque, as chuvas têm sido regulares desde que o chamado milho do tarde foi plantado, entre dezembro e janeiro”, comenta.
Conforme Sanderlei, o plantio do grão já atinge 70% em Candelária. Contudo, alguns agricultores estão concluindo a colheita do chamado “milho do cedo”, que representa 10% da área plantada. “Esse sistema de plantio foi bastante castigado, pois costuma ser plantado entre os meses de julho e agosto”, comenta. O volume de chuva entre estes dois meses de plantio e setembro foi de 886 milímetros. “A planta não consegue se desenvolver com o solo encharcado”, acrescenta Sanderlei. O agricultor Elias José Anton, de 77 anos, é um dos produtores que viu a produção da lavoura diminuir por conta da chuvarada. Em uma área plantada de 12 hectares, a produção foi 70 sacas por hectare. “É uma safra para empatar, pois o custo de produção não é baixo. Agora, resta torcer que o tempo colabore para que haja uma boa produção na soja”, relata o agricultor. Na safra passada, ele colheu 130 sacas de milho por hectare.
SAIBA MAIS - O valor da saca de 60 quilos ronda os R$ 60,00, mais que o dobro do que era registrado há seis safras, mas ainda cerca de 20% abaixo de 2021, quando chegou a ultrapassar os R$ 100,00. Apesar de valorizado, o custo de produção do milho aumentou de forma expressiva, sobretudo os fertilizantes.