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Geral 30/08/2019 09:29
Por: Luciano Mallmann

Candelária volta a ser destaque na pauta mundial da paleontologia

A nova espécie é similar a um lagarto e viveu há cerca de 230 milhões de anos

  • Carlos Rodrigues, Agustín Martinelli e Belarmino Steffanello:
  • Encontrada na Linha Bernardino, nova espécie é o mais antigo de que se tem notícia no mundo

"A paleontologia de Candelária volta a ser notícia no mundo”. A frase, proferida pelo paleontólogo e pesquisador Agustín Martinelli, se deve a um novo achado, uma descoberta feita por pesquisadores ligados à UFRGS e ao Museu Aristides Carlos Rodrigues, de Candelária, em solo candelariense, mais precisamente na Linha Bernardino. Trata-se do clevossaurídeo mais antigo já encontrado no mundo, um réptil que hoje em dia é encontrado somente na Oceania. A espécie viveu em solo hoje candelariense ainda no supercontinente denominado Pangeia, quando havia sobre o oceano um único bloco de terra, há cerca de 200 milhões de anos atrás.

Para dar a conhecer a espécie ao mundo, foi publicado um artigo na edição de 14 de agosto da conceituada revista científica Scientific Reports, assinado pela paleontóloga Annie Hsiou, pesquisadora ligada à universidade de São Paulo e de Ribeirão Preto, em conjunto com pesquisadores dos Estados Unidos, Canadá, Argentina, entre outras instituições.

A nova espécie viveu na região há aproximadamente 230 milhões de anos, e pode ser descrita como um animal similar a um lagarto, de cabeça curta e larga, com dentes frontais bem desenvolvidos. No mesmo local foram encontrados ainda dinossauros primitivos, que ainda se encontram em estudo - cinodontes herbívoros e carnívoros, parentes dos mamíferos.

Para o curador do Museu Municipal Aristides Carlos Rodrigues, Carlos Nunes Rodrigues, a descoberta vem provar o valor do trabalho de monitoramento dos trabalhos realizados nos afloramentos do interior de Candelária. Na importância de achados semelhantes, “Candelária vai a reboque desse sucesso”, argumenta, acrescentando sua esperança no sentido de que se viabilizem resultados práticos de toda essa riqueza, como a sua exploração visando os aspectos educacionais e o consequente turismo paleontológico.