A terra do Bombo Leg�ero

O talento do candelariense Airton Perussatto � reconhecido internacionalmente. A qualidade dos seus produtos tamb�m. Artes�o e percussionista, ele fabrica instrumentos para m�sicos de todo mundo. Num pr�dio modesto, onde funcionava uma antiga casa comercial, �s margens da VRS 858, na Linha do Rio, pequenas quantidades de madeira s�o transformadas em bombos leg�eros, caj�ns, tubo caj�ns e cajongas, entre outros. Com a ajuda da internet - possui um blog e um site, estas pe�as come�aram a ser divulgadas "al�m das fronteiras". Artistas de v�rias regi�es do Brasil e de outros pa�ses, como Noruega, China, Chile e Bol�via, j� adquiriram as pe�as. Atualmente, 70% das vendas s�o feitas atrav�s do Mercado Livre. Tamanha procura se explica por dois diferenciais: a utiliza��o de madeira ao inv�s dos compensados ou MDF e a aplica��o de cordas que garantem o mesmo som de caixa das baterias. Tudo � feito de modo artesanal por ele e a esposa, Carla. Em entrevista � Folha, o casal contou que o �nico fabricante de bombo leg�ero do pa�s � Candel�ria, que compete apenas com a Argentina. "Na internet n�o se v� refer�ncia a nenhum outro pa�s. S� n�s e os argentinos quem fabricamos", afirmou Perussatto. PERSONALIZADOS - A madeira para fabrica��o dos instrumentos � proveniente de reflorestamento e obtida com produtores de Candel�ria, Novo Cabrais e Cachoeira. A pele, utilizada em alguns modelos, � de cabrito. Al�m da marca Perussatto - que desde 2009 est� registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) - o cliente pode personalizar as pe�as com pirografia. Basta, ao acessar o site, informar o tipo de desenho. MAIS - A quantidade de encomendas � vari�vel. Em alguns meses, por exemplo, s�o comercializados de 50 a 60 instrumentos. Os pedidos mais recentes s�o de SP, Par�, BH, SC e Distrito Federal. Maiores informa��es sobre pre�os, modelos e origem dos produtos podem ser obtidas no site www.perussatto.com.br. Curiosidades > Perussatto conheceu o bombo leg�ero quando morava em Santo Augusto, no noroeste do Estado, em meados dos anos 80. Na �poca, ele e a esposa Carla participavam de escolas de samba e festivais nativistas. No in�cio ele reformava o instrumento e depois come�ou a fazer para os conhecidos. Isto ocorreu at� 1994. No ano seguinte veio morar em Candel�ria e passou a trabalhar como feirante; > No fim de 2006 descobriu o caj�n enquanto assistia um DVD de Ana Carolina. O objeto lhe chamou aten��o e ent�o ele fabricou um para o seu pr�prio uso. Tempos depois, fez outros e deixou em consigna��o em lojas de Santa Cruz do Sul. As vendas come�aram e, em 2007, com a ajuda da filha Melina, ele criou um blog e depois um site. Da� em diante os neg�cios expandiram.