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25/08/2009 16:56
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Sobre a legaliza??o do aborto

A imagem de uma mãe com um filho no colo é comovente. Outra linda imagem é a de uma mulher grávida, não é mesmo?
Porém, na cidade de Estância Velha, RS, um caminhoneiro encontrou uma recém-nascida de apenas 2,5kg sem sua mãe. Ao invés de estar no colo da mãe, completando a linda imagem, estava em um saco de lixo ainda com o cordão umbilical ligado à placenta. O bebê estava em uma rua de chão batido, sob a chuva e o frio. A menininha foi abandonada logo após o seu nascimento. Este fato aconteceu nesta semana e está relatado na p.38 do Jornal Zero Hora do dia 17/05.
Que você acha? A mãe que largou essa criança na rua cometeu um crime? Eu creio que é crime, e um crime bastante cruel. Mas, e o aborto? O aborto também não é um crime? Penso que o aborto é igualmente um crime cruel, contra uma criança indefesa que forma com a mãe a outra bela imagem que citamos - a de uma mulher grávida - uma linda barriguda que carrega sua criança dentro de si.
De tempos em tempos o aborto volta a ser tema de debate. Nosso país está novamente centralizando este assunto. O Ministro da Saúde chegou a propor um plebiscito sobre uma eventual legalização. O problema exposto é que, mesmo sendo um crime, vários e vários abortos são realizados clandestinamente, pondo em risco a vida de várias mulheres. A legalização quer oferecer segurança e proteger a saúde das mães que optam pelo aborto. Mas, volto a perguntar: e a vida das crianças, como fica? Do ponto de vista da “vida”, que efetivamente existe no ventre materno, que diferença há entre o abandono da mãe da menina de Estância Velha e ato de abortar, de abandonar um feto?
Alguns países já legalizaram o aborto. Na Austrália, por exemplo, o aborto virou uma epidemia após a legalização, afinal, o egoísmo que é natural do ser humano cresceu livre, sem nenhum impedimento. As novas gerações, cada vez mais pródigas nas invenções, usam a sua inteligência para saciar seus desejos egoístas. Mata-se para não envergonhar a família! Mata-se para não estragar o corpo! Mata-se para não perder a liberdade de sair e se divertir. De fato, o amor está se esfriando! (Mateus 24.12) As decisões egocêntricas têm sido estimuladas; afinal, como dizem por aí, o que importa é você, o seu futuro, a sua vida, “o resto que se lixe”, ou que se ponha em um saco de lixo.
Sou contra o aborto. Minha posição não é baseada somente em critérios religiosos. Porém, acima de tudo, respeito o Deus Criador e doador da Vida que ordena: “Não matarás”(Êxodo 20.13, Mateus 5.21-22). Este Deus entristece-se com gestos egoístas. Para acabar com eles destaca-se o gesto de Jesus que se doou em nosso favor, que deu sua vida por nós! Mediante a obra de Cristo e o nosso arrependimento, Deus nos oferece o seu perdão. O perdão de Deus restaura vidas e nos motiva a defendê-las! Defender em especial os fracos, defender os desfavorecidos, defender os pequeninos, defender nossos filhos. É justamente para defender estes pequeninos que Deus desperta o poderoso amor de mãe. Somente o próprio Deus possui um amor ainda mais sublime. Ele não nos deixa abandonados. Seja qual for a rua, seja qual for o lugar, seja com chuva ou com sol, Deus está conosco. Ele não nos abandona! Deus nos diz através da Bíblia: “Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. (Isaías 49.15)” Que a imagem do forte amor materno nos sensibilize para a vivência do amor de Deus e a constante defesa da vida.
Pastor Ismar L. Pinz