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23/04/2010 15:12
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Autoridade dos rodeios

"Um apaixonado por rodeios". Assim se autodefine o soldado da 4 companhia da Brigada Militar de Candelria, Pedro Elci Bica da Rosa, 44 anos. Natural de Cachoeira do Sul, Bica, como conhecido, comeou a ter gosto pelos rodeios na infncia. Ele conta que aos seis anos de idade j participava das provas de tiro de lao, representando o tradicional CTG Tropeiros da Lealdade, de Cachoeira do Sul. O policial tambm representou o PTG Stio do Tigre e o PTG Estncia de So Pedro, sempre atuando como peo nas provas de tiro de lao. Com 22 anos, Bica comeou a atuar como juiz de campeira. "Na maioria das vezes sempre faltava uma pessoa para julgar as armadas. Como eu tinha conhecimento das regras e me relacionava bem com os demais companheiros, sempre ajudava os organizadores, procurando agir pelo certo, sem favorecer ningum", lembra. Bica ficou seis anos no exrcito e, aps cumprir o Servio Militar, realizou o curso para se tornar soldado da Brigada Militar, no qual se formou vindo a atuar na profisso em 19 de abril de 1990, em Vera Cruz. Neste municpio, Bica conheceu os colegas da corporao que haviam fundado o CTG Candeeiro da Amizade. L foi convidado a participar do grupo como laador na invernada campeira e do grupo de cavalgada. Em virtude de seus conhecimentos na rea campeira, Bica foi homenageado pelo municpio de Vera Cruz como destaque tradicionalista em 1994. Em Vera Cruz, tambm atuou como juiz de campeira nos rodeios da regio. Atualmente, o cachoeirense representa o Piquete de Laadores Arthur Machado, de Cachoeira do Sul. CURSO - Para ser juiz de campeira em rodeios, Bica revela que hoje o candidato precisa realizar dois cursos especficos - um para juiz de campeira, idealizado pelo MTG (Movimento de Tradies Gachas) e outro pelo CFOR (Curso de Formao Tradicionalista). Para ser aprovado, o candidato precisa ter o aproveitamento de 75% na prova escrita. Ele fez os dois cursos e foi aprovado, motivo pelo qual recebeu do MTG o carto tradicionalista como juiz de campeira. Bica explica que para fazer o curso, preciso ser scio de alguma entidade tradicionalista e j ter trabalhado em no mnimo 10 rodeios como juiz de campeira, apresentando por escrito as datas, os locais e a assinatura dos patres que organizaram os rodeios. Sobre a atuao em rodeio, ele salienta que o juiz de campeira precisa "ser o exemplo a ser seguido", sempre procurando resolver os problemas que venham a ocorrer no evento. "O juiz de campeira tem autonomia para decidir o que acontece dentro da pista. Tudo observado", diz. Quando h dvidas, ressalta que no est livre de cometer erros, mas que sempre procura agir da forma mais correta possvel. "Se acontece algum problema, sempre procuro informar ao patro da entidade sobre o fato. Aps o rodeio, feito um relatrio completo do evento, que repassado para o coordenador da 5 regio do MTG", finaliza. REGRAS - O juiz comenta que para realizar rodeios, a entidade tradicionalista precisa estar filiada - e em dia - com o MTG, que composto por todos os patres de entidades, que criam e aprovam as regras do movimento. Em reunio realizada no dia 7 de abril, na sede do CTG Lao Velho, em Santa Cruz do Sul, ficou definido atravs de votao que a 5 regio continuar sendo fechada, onde os laadores s podem participar da sua entidade representativa. Tambm est definido que todos os laadores devem possuir o carto tradicionalista e obedecer s diretrizes da pilcha correta e da encilha de montaria nos rodeios. "A ideia do MTG padronizar os rodeios, transformando-os de forma organizada em um evento que valorize o tradicionalismo e os laos de amizade entre os gachos e gachas de todas as querncias", completou.