Logo Folha de Candelária
07/05/2010 19:18
Por:

A me que ajuda a cuidar dos filhos de outras mes

Quando tinha seis anos, Sandra teve meningite e foi muito bem tratada pelo pediatra. O carinho com que ele a atendeu e a forma de conversar olhando em seus olhos, lhe despertaram a vontade de um dia ser mdica. Mesmo sem saber o que esta palavra significava, aos poucos ela foi praticando a futura profisso. Enquanto brincava com as bonecas imaginava que poderiam adoecer e, ento, as cuidava. E, assim, o desejo de zelar pela sade das crianas foi aumentando e se tornou uma ideia fixa. Aos 17 anos, depois de muita dedicao e estudo, ela enfim ingressou na faculdade de Medicina da FURG (Fundao Universidade do Rio Grande), hoje Universidade Federal do Rio Grande. Depois de formada, em 1993, ela fez dois anos de residncia no Hospital Santo Antnio e no Hospital Presidente Vargas (HPV), em Porto Alegre, para se especializar na rea de pediatria. Alguns anos depois da concretizao deste sonho, ela realizou o sonho de praticamente toda mulher: o de ser me. Quando Tiago e Mateus - de 12 e 10 anos - nasceram, Sandra estava preparada para cuid-los. "A profisso ajuda porque nos garante o conhecimento clnico, mas tambm exige um controle emocional maior, principalmente no caso de alguma doena", destaca. Ela justifica que, por ser mdica, sabe da gravidade de enfermidades que muitos desconhecem. Neste aspecto, citou um caso que ocorreu com seu filho mais novo. "Quando o Mateus tinha oito anos, ele teve meningococcemia (um tipo grave de meningite) e consegui agir nas duas primeiras horas da manifestao da doena. Assim que observei que ele estava com umas manchas pelo corpo o levei para a emergncia do Hospital para comear a aplicao de antibitico. Ningum estava entendendo nada e meu marido estranhou tanta preocupao, mas eu sabia que precisava agir rpido porque a doena muito latente e pode levar morte em poucas horas". ATENDIMENTO - No momento do atendimento, Sandra destaca que alm do conhecimento, preciso passar segurana, conforto, apoio moral e psicolgico para toda famlia. "Ao tratar um beb, se trata praticamente toda famlia. Afinal, uma criana que chora toda noite, desestrutura os pais", exemplifica. Em entrevista Folha, ela acrescentou que o pediatra forma muitos laos de amizade e, por isso, ela tem pacientes com at 16 anos. "Tambm j atendo os filhos de quem eu atendia h 10 anos". Para ela, o muito obrigado das mes , muitas vezes, comovente. Tambm lembra que "criana no um adulto pequeno" e que, por isso, os pais devem ficar atentos s dicas dos pediatras. Para as mames, Sandra destaca esta mensagem: " preciso fazer parte da vida dos filhos. No adianta a bab, a tia ou av. Os pais devem ter tempo para conviver com as crianas, pois s assim vo evitar que outros faam isso".