Mois�s & Gisele

A vida real muitas vezes se confunde com o enredo dos filmes. Os de romance, por exemplo, s�o sempre surpreendentes e guardam desfechos incr�veis. Alguns casais, como os candelarienses Mois�s Nunes e Gisele Grehs dos Santos, 25 anos, t�m hist�rias que poderiam render belos cap�tulos na TV e nos livros. Depois de se conhecerem por acaso, num curso de Paleontologia promovido pela Associa��o Pr�-Vistara de Candel�ria, eles se tornaram amigos. Os anos se passaram e o tempo se encarregou de afast�-los e aproxim�-los por diversas vezes. Foram seis anos at�, de fato, se apaixonarem. Ainda em 2000, quando se viram pela primeira vez, Mois�s tinha se interessado por outra jovem que participava do curso de Paleontologia. Nesta �poca, Gisele bem que tentou fazer o papel de cupido para unir o casal, mas s� o que conseguiu foi fortalecer a amizade. No ano seguinte, em 2001, ela foi colega de aula de Mois�s, na escola Lepage. Coincid�ncia ou n�o, ele era o l�der da turma e ela, a vice-l�der. Em vista disso, a proximidade aumentou e a amizade tamb�m. Nos dois anos seguintes, no entanto, os contatos diminu�ram e eles pouco se viram. Eis que em 2003, quando ingressaram na faculdade, come�aram a viajar no mesmo �nibus para Santa Cruz. Gisele tinha ingressado no curso de Administra��o e Mois�s no de Direito - ambos pela Unisc. Devido � dist�ncia dos dois anos anteriores, as conversas n�o flu�am com frequ�ncia durante estas viagens. Evidentemente, estavam um tanto afastados. S� que houve uma mudan�a que, mais adiante, em muito contribuiria. Com a troca da administra��o do itiner�rio come�aram a ser realizados almo�os e jantares a fim de integrar a turma de acad�micos. Foi nesta �poca que Gisele come�ou a olhar com mais aten��o para Mois�s. Diferente, pode-se dizer. Daqueles encontros, resultaram outros entre uma turma menor de amigos. Era um grupo seleto e que tinha maior afinidade. Nele estavam novamente Gisele e Mois�s. Estas confraterniza��es, conforme ela, foram realizadas por durante um ano. Al�m de bons amigos, tinham sintonia e bom papo. Por isso, um fez companhia ao outro num casamento que aconteceu no Clube Rio Branco. Eram convidados e foram sozinhos � festa. Naquela noite, 27 de maio de 2006, reencontraram outra amiga do antigo curso de Paleontologia e se divertiram at� altas horas. Foi, inclusive, o dia em que Gisele aprendeu a dan�ar. "O Mois�s tentou me ensinar achando que eu estava brincando, s� que eu n�o sabia dan�ar nada. Ent�o ele ficou comigo num canto ensaiando algumas dan�as e o pessoal come�ou a tirar sarro de n�s e a dar indiretas", contou. A gentileza e a paci�ncia que ele havia demonstrado a encantaram. Ao lev�-la para casa deu outros sinais que a conquistaram de vez. "Estava chovendo e ele tirou o casaco para me cobrir. Depois, ainda abriu a porta do carro pra eu entrar. Aquilo foi muito cavalheirismo", acrescentou. O clima de romance j� estava no ar, mas os dois resistiram. Na segunda-feira seguinte, conversaram pelo MSN. N�o demorou muito e Gisele recebeu uma g�rbera em casa. Era igualzinha a que ela usava no display do computador durante aquela conversa. No bilhete n�o havia nada, apenas um ponto de interroga��o. Tratava-se de uma surpresa feita por Mois�s. NAMORO - Os dias passaram, o amor foi revelado e o namoro engrenou. Al�m da flor s�mbolo do relacionamento - e que at� hoje ela ganha em algumas ocasi�es -, eles t�m outro objeto que remonta ao in�cio do romance: um All Star azul. O sapato foi um presente de Mois�s � Gisele por lembrar a m�sica (All Star, de Nando Reis), por eles escolhida, e que resumia o sentimento que tinham um pelo outro. Desde ent�o, j� s�o quatro anos de companheirismo. "O Mois�s continua gentil como nos primeiros dias. Gosta de fazer surpresas. � companheiro, compreensivo, me d� for�a, � meu melhor amigo. Temos uma rela��o aberta, n�o costumamos a esconder nada um do outro. Tudo � com muita sinceridade e franqueza", destaca Gisele. � isto, conforme ela, que os mant�m unidos. J� Mois�s destaca que o importante num relacionamento � n�o precisar alterar a forma de ser. "Isto foi sempre tranquilo com a gente. Tenho na Gi uma pessoa com quem consigo ser aut�ntico. Ela � muito alto astral, companheira, aventureira, carinhosa; uma �tima companhia para os bons momentos e que sabe ser companheira nos momentos em que alguma dificuldade aparece", explica. Outro detalhe � que procuram ver "o que � certo para eles", ou seja, n�o se prendem a regras ou modismos. Tanto � que noivaram sem as alian�as no dia 30 de janeiro do ano passado, na noite de formatura de Gisele. "Decidimos que noivar�amos naquela ocasi�o e em maio (quatro meses depois) trocamos as alian�as", diz ela. "N�s adoramos viajar, acampar, fazer coisas aventureiras, fora do tradicional e temos certa vis�o cr�tica acerca de algumas quest�es. Isso, com certeza, contribui para que nosso relacionamento d� certo", completa ele. CASAMENTO - O casamento est� nos planos do casal, mas � para o futuro. Atualmente, Gisele est� cursando faculdade de Publicidade, novamente pela Unisc, e Mois�s advoga num escrit�rio em Cachoeira. A dist�ncia, no entanto, n�o atrapalha porque costumam a conversar pelo menos duas vezes por dia pelo telefone. A respeito do relacionamento, ela observa que para dar certo � preciso ter vontade e flexibilidade. "Talvez seja mais f�cil desistir do que encarar os seus problemas, os seus defeitos e ter uma conversa franca. Acho que falta disposi��o para �acertar os ponteiros� ou at� mesmo afinidade entre muitos casais que n�o conseguem levar adiante o relacionamento". Mois�s n�o � totalmente contra os relacionamentos r�pidos e descompromissados, especialmente no in�cio da juventude, quando se busca o autoconhecimento e novas experi�ncias. "Mesmo nos relacionamentos sem compromisso deveria haver uma pitada de romantismo, deveria haver a fase da conquista e assim por diante. Isto, sem d�vida, desapareceu na maioria dos relacionamentos. O que se v� � a banaliza��o do amor, o que considero prejudicial", pontua. A hist�ria do casal demonstra que o tempo se encarrega de muitas coisas.