CPI: Vice-prefeito dep?e hoje

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga supostas irregularidades na contratação da IPM – Consultoria e Automação, pela prefeitura de Candelária, tem hoje mais um capítulo. Às 9h30, o vice-prefeito Ênio Alfredo Hübner irá prestar depoimento na Câmara de Vereadores. Extraoficialmente, ele seria o pivô para a instalação da CPI, pois teria antecipado a um jornal local informações relacionadas à licitação quando esta estava ainda em andamento. Segundo Hübner, há controvérsias entre sua real declaração e o que acabou sendo veiculado. “Temos certeza de que não existem irregularidades, e se existissem, o prefeito e eu seríamos os primeiros a tomar providências, uma vez que não admitimos este tipo de coisa na prefeitura”, sentenciou Hübner.
OMISSÃO – O vice-prefeito foi convidado para depor na semana passada e considerou a instalação da CPI uma jogada política arquitetada pela oposição com a finalidade de denegrir a imagem do executivo. Por isto, vai municiado para a bateria de perguntas a que será submetido. Ontem, Hübner apresentou à reportagem da Folha um ofício datado de 5 de setembro de 2005, em que o presidente da comissão de licitações da prefeitura convida a Comissão de Acompanhamento dos Processos Licitatórios da Câmara para acompanhar o processo da Carta Convite 039/2005, que trata, entre outros, sobre a contratação de empresa para fazer o levantamento cadastral de imóveis e a elaboração da nova planta de valores. Segundo ele, a Câmara é convidada permanentemente a acompanhar estes processos, mas não se tem notícia, pelo menos a curto prazo, de que algum parlamentar tenha participado da abertura dos processos licitatórios. "Acredito que a CPI sirva tão somente para comprovar a omissão dos vereadores. Nós não temos nada a esconder”, concluiu.

Convidado sim, convocado não
Ênio Hübner não gostou nem um pouco do tratamento dispensado pela Câmara ao ser oficiado (dia 16 de maio) para depor hoje, mas somente com relação ao conteúdo do ofício, pois, segundo ponderou, sobre a contratação da IPM, não tem nada a esconder. “Assim como o prefeito também não”, reiterou. Primeiramente, o presidente do legislativo referiu-se a Hübner como “vossa senhoria”, e depois, o convocou para ir à Câmara, o que gerou uma resposta imediata do vice-chefe do executivo. Na resposta (dia 18), Hübner quis saber qual dispositivo legal teria a Câmara para convocá-lo, mas colocou-se à disposição para prestar informações na condição de convidado. O ofício da Câmara foi então reformado e, sob o nº 307/2007, o presidente do legislativo tratou o vice de vossa excelência, convidando-o para depor hoje às 9h30.