Por: Odete Jochims
Dia da Indústria, setor impulsiona economia, mas enfrenta escassez de mão de obra
A economia de Candelária está se transformando a olhos
vistos. De acordo com o IFDM, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro (Firjan) e divulgado neste mês, de 2013 a 2023 o município saltou
de um baixo desenvolvimento na área de Emprego & Renda (0,5906) para um
resultado que beira o desenvolvimento alto (0,7992). E um destes motivos tem
sido a crescente presença da indústria no PIB de Candelária.
Nesse sentido, em alusão ao Dia da Indústria, celebrado em
25 de maio, a reportagem da Folha conversou
com o secretário municipal de Indústria e Comércio, Flávio Karnopp, e com
Andreza Siqueira, responsável pelo sistema de intermediação de mão de obra do
FGTAS/Sine. Segundo eles, a indústria não apenas gera empregos, como também
movimenta a economia de forma ampla, fortalecendo o comércio, os serviços e
ampliando a arrecadação municipal. “Hoje, o maior contribuinte em impostos em
Candelária é o setor industrial, especialmente no retorno de ICMS”, pontua
Karnopp.
Um dos sinais mais
claros da força da indústria em Candelária é a expressiva participação de
trabalhadores do setor. Enquanto no Rio Grande do Sul pouco mais de 25% dos
empregos formais estão na indústria, em Candelária esse número é
significativamente maior: 46% dos trabalhadores com carteira assinada atuam
nesse segmento, segundo dados do Caged. E, nestes números, não estão
contabilizados o montante considerável de trabalhadores que atuam em indústrias
da região. “Isso mostra que a indústria vai além dos limites do município e
representa renda trazida de fora, o que impacta positivamente toda a economia
local”, observa o secretário.
Mão de obra
Apesar do momento positivo, a indústria local enfrenta um
entrave que já dura algum tempo: a escassez de mão de obra. Atualmente, segundo
Andreza, existem pelo menos 225 vagas abertas somente nas indústrias do
município e da região, que aguardam por trabalhadores qualificados.
Karnopp acrescenta que essa realidade impacta diretamente a
vinda de novos investimentos. “Se a empresa não consegue contratar, ela pensa
duas vezes antes de se instalar aqui”, pontua. Apesar da carência de mão de
obra, o secretário enfatiza a localização geográfica e a infraestrutura
energética como trunfos do município. “Para quem pensa em distribuir para o
estado, temos um dos melhores pontos possíveis; e, na questão energética, temos
duas subestações que dão segurança ao setor”, avalia.