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Geral 20/11/2019 15:13
Por: Redação

Salão Paroquial sedia III Fórum da Consciência Negra

“Nem preto nem branco: minha raça é humana” foi o tema dessa edição do evento

  • Salão paroquial esteve lotado para a realização do III Fórum da Consciência Negra
  • Vaneska Dias: “É importante conversar para buscar resgatar algo de tanto que já foi perdido”

Um salão paroquial lotado acompanhou, nesta quarta-feira, 20, o III Forum Municipal de Consciência Negra, organizado pela prefeitura municipal, através da secretaria municipal de Assistência Social, secretaria de Educação com apoio do Movimento Negro Pérola Negra, de Candelária, e patrocínio do Sicredi e do Colégio Medianeira. A temática desse III Fórum foi “Nem preto nem branco: minha raça é humana”.

Após a solenidade de abertura, houve apresentação da beleza negra de Candelária de Camila Santos. Em seguida, foi apresentada uma peça de teatro intitulada “Tya Dudu”, com Sérgio Rosa. Depois, foi a vez de uma animada roda de conversa com o babalorixá Neto Padilha, a ativista social e coordenadora do Movimento Negro Pérola Negra Vaneska Dias, o professor Luciano Ramos e o ator Sérgio Rosa. Para a tarde, estavam previstas homenagens a membros da comunidade negra de Candelária.

O dia 20 de novembro, lembrado como o Dia Nacional da Consciência Negra, tem nesse dia uma referência a Zumbi, fundador do Quilombo dos Palmares, morto nessa data no ano de 1695. Zumbi, que viveu nos tempos da escravidão, é tido ainda hoje como o maior exemplo de resistência quanto à desigualdade entre as raças. Segundo a ativista social Vaneska Dias, esses fóruns são necessários para lembrar desse povo que fez a história do Brasil: “Foram mais de 350 anos de escravidão”, evoca, acrescentando que o dia da consciência negra, no Brasil, se faz não apenas no 20 de novembro, mas em todos os dias.

A respeito de Candelária, Vaneska reconhece que ainda existe muito racismo. “É muito frequente darmos a nossos atos direcionamento em função do que outros falam”, afirma, citando como exemplo o fato de ter pintado o cabelo de loiro: “O racismo muitas vezes é silencioso e se percebe nos olhares”, conta, o que, se não tivesse bem resolvida toda essa questão quanto à raça, a deixaria abalada. Um dos seus principais focos de conscientização são os jovens: “É importante conversar com eles a respeito da consciência negra para buscar resgatar algo de tanto que já foi perdido”, finaliza.