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Geral 25/05/2018 14:42
Por: Tiago Mairo Garcia

Desabastecimento é sentido em Candelária

Há registros de falta de combustíveis, gás de cozinha, e supermercados já começam a sentir a falta de produtos perecíveis

  • Filas foram registradas na manhã de quinta nos postos de combustíveis
  • A tarde já não havia mais gasolina disponível

A paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil já começa a deixar reflexos na população com a falta de abastecimento de produtos essenciais no dia a dia. Em Candelária, desde as primeiras horas da manhã de quinta, 24, se formaram extensas filas nos postos de combustíveis para garantir o abastecimento de gasolina em automóveis. Conforme apurado pela reportagem da Folha no início da tarde, os postos Alvorada, Central (Centro), Esquinão, Rincão, Gasosa, Central (Rincão Comprido), Lago Azul estavam com os tanques vazios para abastecimento de gasolina para veículos. Alguns ainda possuíam estoque de Etanol e Diesel S10 e 500 que durou até o final do dia. No Posto Imigrante, na Vila Botucaraí, a previsão é de que tenha combustível até a manhã desta sexta.
Também há problemas com o abastecimento de gás de cozinha. Todas as revendas do município estão utilizando o que está disponível no estoque interno. Em nota divulgada em seu site oficial, o Sindigás manifestou preocupação com a possibilidade de faltar gás. O sindicato informou que a interdição das principais rodovias brasileiras impede a saída dos caminhões que transportam o gás, seja a granel ou em botijões, das bases de enchimento das distribuidoras até o consumidor final ou até as revendas de gás. O Sindigás diz ainda que há veículos de transporte de GLP parados em estradas bloqueadas, impossibilitados de transportar o derivado de petróleo para as bases que não dispõem de dutos instalados entre as refinarias e as distribuidoras. A entidade chama atenção para o fato de que os riscos de desabastecimento atingem todas as regiões brasileiras podem causar prejuízos ao funcionamento de serviços essenciais, como hospitais, escolas e creches, além de residências e o segmento empresarial.
SUPERMERCADOS - A greve dos caminhoneiros também atinge o abastecimento dos supermercados. Em nota oficial, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, informou que desde quarta, 23, agravaram-se os problemas de abastecimento de mercadorias para supermercados gaúchos em decorrência da paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil. O dirigente salientou, entretanto, que os supermercados possuem um estoque médio de segurança de 15 dias nos produtos não-perecíveis, em que se enquadram itens de mercearia (massas, biscoitos, grãos, leite, açúcar, bebidas, farináceos, matinais, condimentos, doces, bombonière, etc.), higiene e beleza, limpeza, bazar e não alimentos em geral. "Com relação a estes produtos, não há risco de desabastecimento para o consumidor final em um curto prazo", destaca Longo.
A situação mais preocupante recai sobre os perecíveis, que não são estocados pelos supermercados por seu curto prazo de validade. "A partir dos próximos dias, se a situação não se normalizar, poderá haver desabastecimento em itens de hortifrutigranjeiros, carnes, frios e laticínios refrigerados, por exemplo", explica o presidente da Agas. Segundo Longo, os problemas vão aumentar gradativamente, à medida que os supermercadistas não conseguirem repor as mercadorias vendidas nas lojas do setor. O presidente da Associação conclui informando que os supermercados gaúchos recebem diariamente quatro milhões de consumidores em suas lojas, espalhadas por todos os municípios do Estado. "Reconhecemos a legitimidade do pleito dos caminhoneiros e somos favoráveis ao direito de livre manifestação, mas esperamos que o poder público chegue a um acordo com a categoria, no menor prazo possível, para que os consumidores e contribuintes brasileiros não sejam prejudicados", finalizou.
REGIÃO - A falta de combustíveis também deverá ser sentida em Novo Cabrais e Cerro Branco. Os três postos (Dal-Ri e Cabrais, em Novo Cabrais, e Potrich, em Cerro Branco), ouvidos pela reportagem da Folha tinham pouco combustível até ontem, mas acreditavam que acabaria até o final do dia. Segundo a direção do Posto Cabrais, um pequeno estoque seria mantido apenas para autoridades de segurança pública e serviços de saúde. A reportagem não conseguiu contato com o Posto Uni Cerro, de Cerro Branco.