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25/08/2009 16:56
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CPI: Dueto n?o teve tempo para se habilitar

A Comissão Parlamentar de Inquérito que apura a contratação da IPM Consultoria e Automação pela prefeitura de Candelária com a finalidade de realizar o levantamento do cadastro imobiliário urbano teve na terça-feira, 29, mais uma oitiva. Desta vez, foi ouvida a Dueto Tecnologia, empresa do Grupo Datasys. Segundo a presidente da comissão, a vereadora Rosani Moura, os representantes da empresa confirmaram que receberam o convite para participar da licitação somente no dia 14 de setembro de 2005, ou seja, 48 horas antes do prazo de abertura das propostas. O mesmo caso ocorreu com a Chulipa – Assessoria am Tributação Imobiliária, que ainda não foi ouvida pela CPI.
Rosani explicou que a Dueto não foi consultada sobre os preços praticados num processo anterior ao de abertura da licitação e de que participaram outras empresas especializadas. “Se soubessem do que se tratava, poderiam reunir os elementos necessários para participar da licitação. Como sequer foram consultados, confirmaram que não havia tempo hábil para a apresentação da proposta e, por isso, ficaram de fora”, salientou.
Um fato que despertou a atenção dos integrantes da CPI foi que a carta convite nº 39/2005 teve por objetivo a realização do levantamento cadastral dos imóveis, dos contribuintes, dos logradouros, a delimitação dos bairros e a criação da planta. Num segundo momento, foram especificados os serviços topográficos, a topografia digital e o levantamento via satélite. “Isto poderia ser feito ao mesmo tempo, reduzindo custos para a municipalidade”, explicou.
QUESTIONÁRIO – A CPI reservou espaço na manhã de terça-feira para ouvir o depoimento da IPM. No entanto, o diretor geral da empresa enviou dois representantes com o propósito de levar a ele um questionamento prévio. O pedido foi negado pela presidente Rosani Moura, explicando que, de acordo com as respostas, outros questionamentos poderiam surgir. “Estranhei o fato de terem enviado representantes para solicitar isso, já que poderia ser feito via fax ou mesmo por e-mail”, argumentou a vereadora. Diante da negativa, o diretor geral então teria solicitado um prazo para que comparecesse, ponderando que, em razão de compromissos assumidos, deveria ser após o feriado de Corpus Christi. A nova data foi marcada para o dia 19 de junho, uma vez que a presidente já havia solicitado prorrogação de prazo para dar continuidade aos trabalhos. Esta será a terceira tentativa da CPI ouvir a IPM.

Importante

Para a Planefaz Planejamento & Consultoria Fazendária, CGM Topografia e Engenharia Ltda. e IPM Automação e Consultoria, todas com sede em Santa Catarina, as cartas-convites tiveram a data de postagem em 6 de setembro de 2005, mas para a Chulipa e Dueto, a postagem aparece com data de 13 de setembro.

Imprensa continua sem acesso ao envelope

A Folha de Candelária se propôs a fazer uma análise comparativa entre o conteúdo do misterioso envelope enviado à Câmara na semana passada com a documentação do setor de licitação da prefeitura de Candelária. Questionada sobre a viabilidade, a vereadora Rosani Moura disse que pelo menos por enquanto não tornará pública a papelada, que seriam faxes para outras empresas enviadas da sede da IPM. “A equipe da CPI não está medindo esforços para buscar a veracidade dos fatos, e não divulgaremos nada antes de comprovar todos as investigações”, salientou. “Interferências externas poderiam atrapalhar o resultado dos trabalhos”, concluiu. Enquanto isso, permanece a dúvida sobre o que realmente continha o envelope e quem teria municiado a CPI com o material.