Os Emirados �rabes Unidos sob o olhar de um casal candelariense

Dezembro de 2010. No dia 12, o torcedor colorado Valdemar Enar Schwantz e sua esposa est�o prontos para decolar de S�o Paulo em um voo direto para Dubai, nos Emirados �rabes. Al�m da expectativa que cerca o torneio Mundial Interclubes, a viagem tem como objetivo conhecer um pouco dos Emirados �rabes Unidos - EAU -, um Pa�s riqu�ssimo e que tem a sexta maior reserva de petr�leo do mundo, o que oportuniza a manuten��o de sua arquitetura hist�rica, hoje em meio aos mais modernos edif�cios do mundo. Depois de 15 horas no avi�o, o casal desembarca e dirige-se para o leitor de retina, aparelho que, para seguran�a, faz a leitura biom�trica dos olhos de todos os estrangeiros que chegam ao Pa�s. J� acomodados no quarto do hotel, os candelarienses observam uma seta que indica a dire��o para a qual se deve orar, a dire��o de Meca. Os EAU s�o fundados nas tradi��es isl�micas enraizadas em sua cultura e heran�a tribal. "Os mu�ulmanos rezam cinco vezes por dia e, nesses momentos, as mesquitas chamam os fi�is por meio de alto-falantes e a m�sica p�blica � desligada", observa Valdemar. Na cultura isl�mica, as mulheres s�o muito reservadas e o contato com homens de fora da fam�lia � restrito. "Importunar, assediar ou tirar fotos sem permiss�o de mulheres, principalmente as mu�ulmanas, s�o atitudes que poder�o levar a pris�o", comenta. O luxo e a riqueza d�o o tom da cidade mais importante dos Emirados �rabes. "Parece que h� o desejo de superar as dimens�es de tudo o que j� existe, de alimentar o sonho de um para�so na terra. A �gua dos Emirados, dessalinizada em f�bricas espalhadas por todo o Golfo, � a mais cara do planeta. O ingl�s � t�o falado quanto o �rabe no Pa�s. Essas foram algumas das impress�es iniciais dos Emirados �rabes Unidos, em cuja capital ocorreu a disputa do Mundial de Clubes", acrescenta ele. O Pa�s � formado por sete Emirados, constituindo uma federa��o, sendo Dubai e Abu Dhabi (a capital), os mais importantes. Cada Emirado � uma monarquia controlada por uma fam�lia real, governada por um Xeque (Sheik), com uma certa soberania sobre o territ�rio regional. Trinta anos atr�s, quase toda a �rea onde se ergue hoje o Emirado de Dubai era deserta. Em apenas tr�s d�cadas uma cidade inteira surgiu do nada. "Tudo l� impressiona, tudo � grandioso, tudo � superlativo. L�, encontra-se o maior edif�cio do mundo, o maior aqu�rio do mundo com milhares de animais marinhos, o maior Shopping Center do mundo e assim por diante", exclama Valdemar. Acredita-se que a popula��o seja formada por 80% de estrangeiros (na maioria indianos, paquistaneses, iranianos e sul asi�ticos). Devido � riqueza do petr�leo, todos os servi�os sociais de educa��o, transporte e sa�de s�o gratuitos para a popula��o. A maioria � de mu�ulmanos sunitas, mas h� minorias xiitas e hindus. "Conhecemos um pouco da cultura bedu�na num acampamento nas dunas do deserto e tivemos a oportunidade de conversar com alguns �rabes, conhecer seus costumes, provar sua gastronomia, andar de camelo e ainda ver o sol brilhando, deixando a sua sombra sobre a areia de cor alaranjada", encanta-se. A quase totalidade dos 10.000 torcedores colorados que viajaram aos EAU estiveram hospedados em Dubai. Os jogos do Mundial foram realizados em dois suntuosos est�dios de Abu Dhabi, distante 145 km de Dubai. Para Iara, a viagem foi uma riqu�ssima experi�ncia de vida. "H� um progresso material magn�fico, que convive com costumes centen�rios num mesmo ambiente", conta. "Atravessamos o mundo para acompanhar o nosso multicampe�o Internacional e aproveitamos para conhecer um Pa�s mu�ulmano conservador - onde o futebol n�o tem a import�ncia que tem para os brasileiros -, mas � um dos mais limpos e aparentemente seguros do mundo. H� joalherias com preciosidades incalcul�veis, sem guardas a proteg�-las", evidencia. "Fiquei impressionada com os elegantes trajes de cor preta que as mu�ulmanas usam para ocultar pelo menos parcialmente o rosto - e �s vezes tamb�m o corpo - e tive a oportunidade �mpar de vestir um desses trajes, condi��o para ingressar numa mesquita", relembra. Ela tamb�m fez quest�o de ressaltar um fato ocorrido no encerramento dos jogos Inter- Brasil x Seongnamm - Cor�a do Sul e Inter- It�lia x Mazembe- Congo. "Uma senhora �rabe, tipicamente vestida, entrou em nosso �nibus e num espanhol fluente agradeceu a todos n�s brasileiros pelos hinos, alegria e vibra��o que hav�amos levado �queles est�dios, algo jamais visto por eles". Sem deixar de lado a paix�o colorada diante do encantamento pelo Pa�s rec�m-visitado, Valdemar enfatiza que tem presenciado no est�dio Beira-Rio conquistas inesquec�veis do "Campe�o de Tudo". "Nessa viagem retornamos com o terceiro lugar do mundo. Muito em breve voltaremos ao Jap�o ou Austr�lia para buscar o Bi-Mundial. Apenas adiamos um pouco essa conquista", garante. O casal desembarcou de volta ao Brasil na madrugada de 23 de dezembro com muitas outras hist�rias para contar.