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25/08/2009 16:56
Por:

SOS Rio Pardo

*Por Flávio Ruoso - Professor
Há mais de 40 anos pesco nas águas do Rio Pardo em Candelária. O rio e seus afluentes, Arroio Grande e Salso, conduzem as águas da serra para o Rio Jacuí. Esse rio é berçário de várias espécies de peixes: pintado, jundiá, traíra, etc.
Nossos esforços são por um rio preservado, com margens protegidas, isento de poluentes e rico em espécies de fauna e flora.
Esclarecidos esses fatos, posso expressar minha preocupação com o cruel caminho de destruição que acontece a olhos vistos. Verifica-se um completo descompromisso ambiental de muitos que cultivam a agricultura em suas margens, pois lavouras são semeadas à beira dos barrancos dos quais foram removidas as matas ciliares. Já vimos tratores empurrarem árvores para dentro do rio. Lavouras de arroz irrigadas na época que coincide com menor disponibilidade de água, na época de baixa vazão do rio. Quem faz isto sequer compreende que é sua própria propriedade que está indo por água abaixo. A esse depredador não deve passar o conhecimento de que o assoreamento do rio é o motivo da inundação em épocas de cheia. Esse fato está fazendo com que suas margens venham apresentando uma erosão altamente acentuada pela perda da proteção das matas ciliares.
A intenção deste artigo é mostrar o que os que pescam, veraneiam por esse rio observam de forma regular, constante e decidida: a falta de ação e a imobilidade dos ribeirinhos e dos órgãos públicos que nunca se fizeram presentes, salvo melhor juízo, que seja para coibir os abusos da agricultura sem critérios. Não se trata de uma visão apocalíptica da região, mas é possível visualizar que em um futuro não muito distante toda a região do rio não passará de um caminho de pedra. É possível que a falta geral de ações eficazes seja justificada pela falta de recursos públicos, mas os fatos não podem ser negados, estão a olhos vistos. Tudo se passa como se na região, habitantes e governos estejam de costas para o desprezível Rio Pardo.