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25/08/2009 16:56
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Feira do Livro

Estimados leitores, eu poderia escrever sobre o dia dos namorados, sobre os irmãos do presidente Lula, sobre a parada Gay em São Paulo, ou ainda sobre a avassaladora vitória do Boca Júniors e a insistente esperança dos gremistas. Contudo, no horário que destino a escrever esta coluna, participei da Feira do Livro aqui de Candelária, e agora, às pressas, reflito e escrevo sobre este evento.
Ali, ao lado da praça central, na Rua Andrade Neves, está acontecendo a Feira do Livro. Participei das solenidades de abertura, onde, além dos discursos e do canto belíssimo do coral da Escola La Salle, houve a apresentação de uma peça teatral chamada: “Quem não se comunica, se trumbica”. A peça mostrou, de uma maneira bem agradável, as diferentes espécies de comunicação ao longo da história da humanidade.
Pegando o gancho da comunicação gostaria de lembrar que Deus insiste em comunicar-se conosco. Sabendo que a comunicação visual é importante, ele caprichou nas obras da natureza. Muitas delas possuem uma beleza tão grande que nos fazem suspirar. Elas proclamam a existência de um ser superior e anunciam seu poder e o seu bom gosto. Este Deus, que existe e que é Poderoso, quis comunicar-se mais diretamente com o ser humano. Ele podia escolher muitos jeitos e formas, mas escolheu fazer isso por meio de um livro: a Bíblia. Ali temos textos em forma de poesia, ali temos narrações históricas, parábolas, cartas, metáforas, provérbios, romances, dramas, etc.
A patrona de nossa feira, a escritora Marli Hintz, em seu discurso, comentou sobre tempos em que não havia liberdade para expressar-se livremente. Citou perseguições de escritores e destruições de livros. Falou sobre as queimadas de livros na Europa e sobre os muitos livros que, aqui em Candelária, foram jogados no rio Pardo. Entre os livros destruídos estava a Bíblia – o que não é novidade, pois em todos os tempos e lugares a Bíblia foi perseguida. Aqui em Candelária não poderia ser diferente. Foi interessante e comovente ouvir a patrona dizer que muitos colonos chegaram a proteger suas bíblias escondendo-as nas caixas de abelhas, entre o mel. Eles valorizavam as palavras da Bíblia assim como nos diz o salmista: “são mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos (Sl 19.10)”.
Talvez você não saiba, mas em muitos países a Bíblia é um livro proibido! Em muitos países os seus exemplares são destruídos! Em muitos países, ainda hoje, os cristãos são perseguidos e mortos. Nos países livres como o nosso, a perseguição acontece através de argumentos infundados de escritores meramente sensacionalistas. Mas, apesar de tudo, ela continua a ser o livro dos livros, e assim continuará, pois, “seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a Palavra de nosso Deus permanece para sempre (Is 40.8)”
Como quem não se comunica se trumbica, Deus, além de comunicar-se pelas belas imagens da natureza e pela Bíblia, ainda comunicou o seu amor de uma maneira bem extravagante. Ele próprio se fez gente em Jesus. A Bíblia diz que, em Jesus, o “Verbo se fez carne (Jo 1.14)”, diz que a Palavra se fez gente. Tudo para comunicar melhor!
Hoje, Deus continua a comunicar-se insistentemente. Ele envia seus seguidores, seus discípulos, ele envia aqueles que verdadeiramente crêem em Jesus, para que suas vidas sejam como um “livro” repleto de frases, frases com conselhos e exortações, mas, sobretudo, frases cheias de amor! Que a Feira, com estes “livros” ambulantes, guiados pela Bíblia, seja promovida diariamente em nossas vidas e que tenhamos sensibilidade para ler e entender.