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Saúde 05/04/2024 15:07
Por: Odete Jochims

Dia Mundial do Autismo: Psicóloga destaca importância do diagnóstico e da inclusão

Especialista em Neuropsicologia e Análise do comportamento aplicada (ABA), Tânia Steil também reforçou a necessidade de ampliar as discussões sobre o autismo em todas as esferas sociais.

Na última terça-feira, 2, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (TEA) serviu como um lembrete global da importância de compreender e celebrar as diferenças. O TEA, um distúrbio do neurodesenvolvimento que se manifesta desde o nascimento ou nos primeiros anos da vida, pode impactar na maneira como a pessoa interage com o mundo ao seu redor, levando às dificuldades na comunicação e interação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. No entanto, é crucial reconhecer que o autismo é um espectro, ou seja, cada indivíduo apresenta um conjunto único de características e habilidades. Também é importante salientar que o autismo não é uma doença, mas sim uma condição de desenvolvimento.

Pessoas com TEA estão em todos os segmentos da sociedade, são inteligentes e capazes de aprender e se desenvolver, mas o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento e para garantir o acesso aos recursos e apoios necessários. Personalidades como o bilionário Elon Musk e o apresentador e humorista brasileiro Danilo Gentili, por exemplo, já revelaram o diagnóstico positivo da condição e falaram abertamente sobre o assunto, contribuindo para a quebra de estigmas e a promoção da inclusão.

De acordo com a Psicóloga candelariense Tânia Steil, pós-graduada em Neuropsicologia e Análise do Comportamento (ABA), falar sobre o autismo é muito importante para que se possa extinguir os preconceitos que cercam a condição. “Falar desse sofrimento, desse lugar que o autismo ocupa, é muito importante para a qualidade de vida das pessoas acometidas pelo distúrbio e suas famílias. Os autistas não são somente crianças com dificuldade de interação, mas também adultos que ocupam espaços nos mais variados setores da sociedade”, explica.

Para a psicóloga, o diagnóstico não é um simples rótulo que irá acompanhar e justificar dificuldades. É através dele que o sujeito pode buscar um tratamento de qualidade e acessar serviços específicos à sua situação. “Em minha prática acompanho a grande dificuldade que algumas famílias têm em aceitar o diagnóstico. Considerando que ele venha a trazer prejuízos ao filho, quando na verdade é o contrário. Além disso, existem adultos que passam a vida se questionando: ‘Por que tenho essa dificuldade e não consigo superá-la?'. Mas o diagnóstico pode ser a chave para livrar-se desse sentimento de incapacidade e dar o primeiro passo em busca de uma vida mais plena e independente”, relata.

Contudo, para que o diagnóstico seja o ponto de partida para que o autista busque mais qualidade de vida, é importante que a sociedade realize seu papel e acolha este indivíduos e famílias. Conforme Steil, embora o Poder Público tenha tido sucesso em implementar serviços e legislações específicas para incluiu está população, ainda existem muitos obstáculos e serem superados para extinguir o preconceito que cerca o TEA. “É fundamental que a sociedade se engaje nesta luta, reconhecendo a riqueza da diversidade e o valor inestimável que cada indivíduo, com suas características e necessidades únicas, pode trazer para o mundo”, concluiu.