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25/08/2009 16:56
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CPI: Diretor da IPM enfim dep?e

Com quatro horas de atraso, o diretor da IPM Consultoria e Automação finalmente prestou esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura supostos irregularidades no processo licitatório da prefeitura de Candelária e que acabou sendo vencido pela empresa catarinense. O depoimento marcado para as 10h da manhã da última terça-feira, 19, iniciou às 14h. O atrasado teria ocorrido porque o diretor da IPM e seu advogado estariam na parte da manhã – entre as 10h45 às 11h30 – na prefeitura de Candelária. A alegação é da presidente da CPI, vereadora Rosani Moura.
Segundo ela, Aldo Luiz Mess, acompanhado de seu advogado, Roberto Budag, foi evasivo nas respostas e disse não ter conhecimento acerca de alguns questionamentos. Após o depoimento do diretor da IPM, a veradora Rosani Moura resolveu revelar à imprensa o conteúdo do misterioso envelope que apareceu sob a porta do legislativo. Confirmando o que já adiantara a Folha de Candelária, tratava-se mesmo de proposta de uma empresa concorrente da IPM enviada ao fax da comissão de licitações da prefeitura. O fato estranho, segundo Rosani, é que a documentação foi enviada de um dos telefones da IPM e que Aldo Mess disse desconhecer. Hipoteticamente, algum funcionário da empresa teria acesso às informações e, sabendo disso, poderia formular uma proposta com menor valor. Ela aproveitou também para argumentar se o empresário tinha conhecimento de que a filha do secretário Bernardo Rizzi havia trabalhado por dois meses em sua empresa, mas novamente Mess disse não saber.
METRO CÚBICO – Diante de tais fatos, a vereadora Rosani Moura deverá solicitar ao advogado Márcio Gomes, que acompanha a CPI, para que solicite à justiça a quebra do sigilo telefônico da IPM para descobrir se foi realmente de lá que foi enviada a documentação. Conforme demonstra o relatório de atividades do fax, o número do telefone que enviou a papelada pertence à IPM e o fax destinatário é o da comissão de licitações da prefeitura (3743 1156). Na próxima terça-feira, 26, a Metro Cúbico Engenharia, deverá ser ouvida na CPI, assim como o engenheiro civil da prefeitura de Candelária Álvaro Ribeiro.

Mais fatores interessantes
A habilitação legal da IPM para realizar os trabalhos de levantamento imobiliário não está questionado pela CPI, disse a vereadora. No entanto, os membros da comissão buscam saber por que a Unisc, que supostamente teria condições de realizar o levantamento por um valor menor e que foi consultada previamente, acabou sendo excluída do processo licitatório.
Entre os tantos depoimentos à CPI, um em particular causou estranheza aos membros da comissão. O presidente do Sistema de Controle Interno da Prefeitura, Vilmar Müller, disse que em nenhum momento teria acompanhado o processo licitatório e tampouco averiguado a documentação que originou a contratação da IPM. “Diante da turbulência dos fatos em torno desta contratação, é no mínimo estranho que o Controle Interno não tenha examinado a documentação, como a exclusão da Unisc”, disse.
Rosani salientou que o prazo para conclusão dos trabalhos encerra no dia 12 de setembro, mas não negou a possibilidade do relatório final ser apresentado antes deste prazo. No entanto, ela reforçou o que já havia dito dizendo que não quer atropelar as etapas e tampouco revelar sua posição a respeito do assunto.