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Santa F? queixa-se da precariedade da estrada
Qualquer ameaça de chuva em grande quantidade é um prenúncio de que os moradores da localidade de Santa Fé enfrentarão dificuldades. A estrada, que inicia no quilômetro 6 da VRS 410 e que termina na Rebentona, se transforma em um verdadeiro arroio devido ao escoamento das águas das lavouras, em grande volume. A reportagem da Folha foi ao local no último domingo, 17, e ouviu as queixas de alguns moradores. Os problemas se verificam logo nas proximidades da propriedade de Neversino Verissimo dos Santos e se estendem por cerca de dois quilômetros, até desembocar na sanga da Rebentona.
O agricultor Lauri da Cunha, 38 anos, vive há 25 na região. Ele relata que o problema da enchente na estrada é antigo e está tomando proporções maiores a cada ano. “Antigamente, somente quando chovia por vários dias é que se formava a enchente na estrada”, conta. Segundo Lauri, os problemas se dão por falta de sarjetas e de bueiros nas margens da estrada e pelo o entupimento de valetas, que não permitem o escoamento da água que vem das lavouras. “Por causa disto, a estrada baixou de 40% a 50% o seu nível em relação as terras”, relatou. “Assim, a água das chuvas vem direto para a estrada e desce como se fosse um arroio em direção a sanga”, destaca. Por ocasião da última precipitação, Lauri, que estava na cidade, teve de voltar à sede e dormir em um hotel para retornar somente no outro dia à tarde quando a água já havia baixado.
O agropecuarista Arquilau de Moura é um dos moradores mais antigos da região. Segundo ele, o problema nunca atingiu essas proporções. “Á água parece um arroio; eu nunca tinha visto coisa igual”, relatou. “Eu até consigo passar na enchente, porém a caminhoneta já está começando a falhar, pois molha a parte elétrica e aos poucos ela vai estragando”, emendou. Ele destaca que moradores estão saindo da região devido às enchentes e cobra uma solução da municipalidade.
Já o agricultor Leoclécio Vieira, o Léo, também reclama das pedras soltas e dos buracos que se formam na estrada. Léo conta que além das valetas estarem entupidas e a estrada estar em um nível menor do que as lavouras, outro problema contribui para a enchente. “Alguns proprietários próximos à estrada fecham os arroios para plantar arroz e esquecem de abri-los. Assim, a água das chuvas não tem saída e vem direto para a estrada”, garantiu. Ele possui a mesma opinião dos outros entrevistados sobre a solução do problema. “Há 30 anos atrás foi feito um aterro na estrada, mas de lá para cá o problema se agravou e a solução fica sempre na promessa”, queixou-se.
O que diz a prefeitura
Procurado pela reportagem, o secretário de Obras Ênio Rohde disse não ter conhecimento real da situação da estrada. Como assumiu há pouco tempo, ele observou ainda não estar inteirado sobre os motivos do problema não ter sido resolvido antes. Afirmou, porém, que irá conversar com os moradores para acolher sugestões sobre o que pode ser feito. Segundo o secretário, uma limpeza geral nas valetas que margeiam a estrada deve melhorar o escoamento da água oriunda das lavouras. “Claro que não isso vai resolver por completo o problema, mas certamente dará melhores condições de trafegabilidade”, ponderou.