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Geral 30/04/2021 15:14
Por: Redação

Do jornalismo à segurança pública, Candelariense fala do amor ao trabalho que exerce

Julianne Barragan Wagner, almeja atuar em Candelária e prestar concurso para novas patentes dentro da Brigada Militar

Aos 27 anos de idade, a candelariense Julianne Barragan Wagner é um exemplo vivo de profissional que atua com amor à profissão e não desiste de buscar aperfeiçoamento.

Graduada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul  (Unisc) desde 2016,  e apaixonada por ler e escrever, a jovem atuou em um jornal do município antes mesmo de concluir a faculdade e também teve uma breve experiência junto ao Portal Gaz, de Santa Cruz do Sul.

Incentivada pelos pais a prestar provas para concursos públicos, visando uma estabilidade financeira, em 2017 se inscreveu para o concurso público para soldado da Brigada Militar. “A minha família materna tem história na instituição, e esse foi um fator preponderante para optar pela profissão. Além disso, sempre gostei de aventuras, desafios, adrenalina, e encontrei na Brigada esses fatores”, conta.

Após ser aprovada na prova teórica, vieram as etapas de exames de saúde, e avaliações física e psicológica. Com todas as etapas concluídas, em 12 de novembro de 2018, a candelariense iniciou o Curso Básico de Formação Policial Militar (CBFPM) em Rio Pardo, o qual teve nove meses de duração. “Durante o curso aprendi noções de direito, defesa pessoal, manuseio, manutenção e disparo de arma de fogo, entre outros. Como um dos instrutores sempre dizia: no curso fizemos a transfusão de sangue da vida civil para a militar”.

Desde que concluiu o curso, Julianne atua no pelotão da Brigada Militar de Bom Retiro do Sul, que pertence ao 40° Batalhão de Polícia Militar (BPM), com sede em Estrela. “Na Brigada eu sou a Soldado Barragan; mas mesmo fazendo a transfusão de sangue para a vida militar, ainda me vejo como a "Jú do jornal". Porque acredito que a índole, respeito e educação são quesitos que pertencem a pessoa, e seguem ela independente da profissão que exerça”, explica.

A policial conta que a cada dia atuando no policiamento ostensivo é necessário se reinventar. As técnicas aprendidas no curso sempre são indispensáveis, mas segundo ela,  o brigadiano em muitos casos também é psicólogo, conselheiro, mediador de conflitos. “Em toda e qualquer situação, o primeiro número que vem à mente é o 190. Por isso, a mulher só tem a agregar dentro da instituição. Porque a força física não é o único requisito. Saber se comunicar, ser paciente, acolhedor, às vezes resolve a situação”.

Com o sonho de atuar em Candelária, Julianne pretende focar na ascensão dentro da Brigada, fazendo o concurso interno para sargento e posteriormente para tenente. “Também penso em usar o jornalismo dentro da Brigada, já que há um departamento específico de comunicação social. Independente disso, durante o serviço o jornalismo está presente de alguma forma: tanto escrevendo os históricos de atendimento das ocorrências, o que precisa ser feito de maneira clara e sucinta em um aplicativo específico da Brigada Militar; quanto respondendo os questionamentos da imprensa acerca de um fato. Nas duas áreas, tive e tenho o privilégio de dar voz às pessoas. Contribuir e mudar para melhor a vida de alguém”.

Julianne  conta que na última semana atendeu uma ocorrência que ilustra bem o pensamento. “Uma senhora ligou para o 190 e relatou que seu celular foi furtado enquanto ela limpava o pátio da residência. Enquanto o colega motorista conduzia a viatura para as proximidades do fato, eu como patrulheira coletava o maior número de informações: características físicas e vestimentas do suspeito, marca, cor e modelo do celular, possíveis locais para onde o suspeito poderia ter fugido. Com isso, localizamos o indivíduo e recuperamos o celular em menos de dez minutos. Quando levamos a vítima para prestar depoimento na delegacia e recuperar o celular, ela era só agradecimentos. Não só pelo bem material, mas por perceber que ela estava amparada. Que o bem, de alguma forma, sobressaiu. Quem saiu ganhando, no fim do serviço, fui eu. Porque, naquele dia, meu trabalho foi essencial para a sociedade”.

Dedicada ao trabalho, a jornalista e brigadiana participou entre os dias 19 e 21 deste mês, data em que se comemora o dia do policial, de um treinamento com o Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar (Bope), demonstrando que independente da profissão, o que faz o sucesso de um profissional é o amor pelo que exerce, a dedicação e o comprometimento em ser cada dia melhor.