Logo Folha de Candelária
Rural 09/03/2018 15:57
Por: Tiago Mairo Garcia

Arroz: Colheita chega a 12,88% na região

Preço baixo deixa produtores apreensivos para comercialização

  • Em Candelária, colheita atingiu 3,13% nesta semana - Crédito: Tiago Mairo Garcia - Folha
  • Expectativa é da média de produção atingir 7.400 quilos
  • Agricultor Rui Kohl destaca a sua insatisfação com o baixo preço do arroz

Já está em andamento a colheita para a safra de arroz 2017/2018. Conforme dados atualizados pelo 27º Nate do Irga nesta semana, aproximadamente 12,88%  da área plantada de 11.485 hectares entre os municípios de Candelária (8.700 ha), Novo Cabrais (1.735 ha) e Cerro Branco (1.050 ha) já foram colhidos. Cerro Branco está com 6% da área colhidos, Novo Cabrais com 3,75% e Candelária com 3,13%. Segundo Ênio Alves Coelho Filho, técnico agrícola do Irga, a colheita deverá se intensificar a partir do dia 10 de março em toda área de atuação do 27º Nate. 
Mesmo com a expectativa de se manter a média de produção de arroz, de aproximadamente 7.400 quilos (148 sacas) na região, os produtores do setor estão preocupados com a defasagem do preço da saca. Em Linha Facão, interior de Candelária, o agricultor Rui Kohl já deu início à colheita de sua lavoura de aproximadamente 30 hectares que cultiva junto com o pai, Rudi Kohl, e o filho, Rafael Kohl. Ele destaca que a expectativa é de colher uma média de aproximadamente 160 sacas. "A produção será melhor nesta safra. O arroz está bonito e tivemos um bom período de sol que deixou a lavoura bem granada", salientou. O produtor destacou a sua preocupação com o preço que não está cobrindo os custos de produção. "É um preço inviável para plantar arroz. Quem tem lavouras pequenas e uma produção boa consegue empatar, mas quem planta áreas maiores não consegue". Kohl frisou a sua insatisfação com o governo, por não conseguir criar politicas para melhorar o preço do arroz para os produtores comercializarem o grão. "O governo consegue subir combustíveis, insumos sobem, mas não conseguem trabalhar com o preço do saco do arroz. Interessante isso, eles só conseguem subir preço das coisas que precisamos comprar. No momento em que temos alguma coisa para vender, não tem preço", finalizou. 
Ênio Filho explica que o problema do preço se deve ao custo elevado da lavoura. "Hoje o custo de produção está na faixa de R$ 45 por saca, e o preço pago se mantém em R$ 35 há vários anos", disse ele. Outro fator que tem prejudicado o preço é o fato do Brasil importar mais arroz do que exportar para outros países. Conforme dados da seção de política setorial do Irga, na safra 2016/2017 o Brasil exportou para outros países 870.268 toneladas de arroz e importou de 1.141.494 toneladas. "O arroz importado entra sem imposto refletindo diretamente no preço. Para isso melhorar depende de uma negociação política para mudar questões estruturais como tributação, logística e consumo", finalizou Filho.