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25/08/2009 16:56
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Lauro fala sobre os dois anos e meio ? frente da prefeitura

Em 1990, o empresário sobradinhense Lauro Mainardi escolheu Candelária para instalar a primeira filial da Loja Casarão Verde. Gostou tanto do município que decidiu fixar residência por aqui, expandindo depois os negócios para as cidades de Teutônia e Santa Cruz do Sul. Em Sobradinho, a atuação do comerciante se refletiu na política e o reconhecimento popular o alçou ao legislativo por três mandatos. Em Candelária não foi diferente. Ainda “verde”, encabeçou em 2000, pelo PSDB, a chapa majoritária que teve Juarez Cândido concorrendo à vice pela prefeitura. Perdeu, mas quatro anos depois, venceu a eleição de 2004, numa forte aliança entre PMDB, PFL, PSDB, PTB e PSB. No dia 11 de novembro próximo, Mainardi completa 60 anos, conhece Candelária faz 50 e em entrevista à Folha fala um pouco sobre o que já fez, o que pretende fazer no próximo ano e meio e o que espera do futuro de Candelária.

Folha: Em 1990, o empresário Lauro Mainardi tinha apenas uma loja, em Sobradinho. Hoje são quatro, o que demonstra um franco crescimento profissional. Existe uma correlação entre a administração de uma empresa privada com uma empresa pública como a prefeitura?
Lauro: Sem dúvida. Ambas têm receitas e têm despesas e basta não gastar mais do que se arrecada e manter reservas para períodos de crise. No entanto, se administrar mal uma de minhas lojas, o problema será meu, por isso a responsabilidade de administrar o patrimônio público é infinitamente maior. Felizmente, graças à competência e dedicação de uma equipe de governo séria, a prefeitura vive hoje um de seus melhores momentos. Nestes dois anos e meio, superamos as adversidades encontradas e agora queremos resgatar o espaço que Candelária perdeu ao longo do tempo.

Folha: Este espaço perdido refere-se à geração de emprego e renda?
Lauro: Exatamente, principalmente em relação à nossa principal cultura, que é o fumo. Se temos orgulho de ser o segundo maior município produtor de fumo do Brasil, bem que poderíamos também nos orgulhar de termos um grande número de indústrias de transformação. Conheço Candelária há 50 anos, temos uma agricultura muito forte e tenho certeza de que durante 82 anos de emancipação muita coisa se perdeu no tempo. Os municípios próximos souberam aproveitar muito bem as oportunidades. Hoje temos uma empresa fumageira genuinamente candelariense que é responsável pela maior fatia de retorno de ICMS do município. Imagino quantas mais poderíamos ter se alguma ação no passado fosse empreendida neste sentido. Como nunca é tarde para ser feliz, temos que envidar esforços buscando recuperar este espaço, o que irá garantir empregos e divisas.

Folha: A instalação da terceira unidade fabril da Gazin no município é hoje uma realidade. Com quem o prefeito divide os méritos desta conquista?
Lauro: Antes de tudo, a vinda da Gazin é uma vitória da comunidade. No começo das tratativas, os diretores da empresa foram taxativos ao dizer que não iriam investir em Candelária nos anos de 2005 e 2006, mas acenaram positivamente para a construção em 2007. O que houve neste meio tempo, foram algumas especulações, dando a entender que a prefeitura não estaria fazendo nada para trazer a fábrica. A ratificação dos empresários, quando da assinatura do protocolo de intenções com a prefeitura, pôs abaixo qualquer outra especulação negativa. Diante disso, a prefeitura adquiriu o terreno e passou a trabalhar incessantemente no local para dar início à construção do complexo que hoje é uma realidade. Os méritos devem ser divididos com todos os que trataram com seriedade sobre o assunto desde sua concepção. Evidentemente tem muita gente fazendo da Gazin um palanque, mas a vinda da empresa representa muito mais do que simples interesses políticos.

Folha: Como anda a saúde financeira da prefeitura?
Lauro: Se tu me perguntar se tem dinheiro em caixa, eu vou responder que sim. Estamos com os problemas financeiros resolvidos e, o mais importante, temos crédito junto aos fornecedores. Tanto as secretarias de Planejamento, como a de Administração e a de Finanças trabalham para equacionar os problemas e buscar soluções que visem principalmente atender bem à comunidade. Para se ter uma idéia, somente no primeiro semestre foram elaborados 75 projetos. Estamos comprando três carros novos para a Saúde e dois ônibus para a Educação. Nossos projetos junto ao governo federal já renderam quase R$ 900 mil e outros quase três milhões já foram captados, aguardando somente a autorização, como a verba do Provias para comprar duas patrolas novas. São 12 projetos executados e outros 13 a executar em breve. O crescimento do patrimônio público é um indicativo de que aqui ninguém está parado e que estamos o rumo certo.

Folha: Qual será o foco do governo para o próximo ano e meio?
Lauro: Hoje, as secretarias da Saúde e da Educação estão com seus problemas resolvidos. Na Saúde, não falta médico, não falta remédio, não faltam consultas. Na Educação, não faltam professores, não falta transporte e os prédios estão bem conservados. Por isto as ações do governo neste ano e meio que falta para o final do mandato, serão voltadas às secretarias de Obras e Agricultura. A população do interior deverá em breve receber uma atenção especial, especialmente no que se refere à malha viária. Estamos com três retoescavadeiras novas e duas novas patrolas estão chegando. Queremos que o homem do campo tenha acesso digno à sua residência, afinal, é o maior responsável pela arrecadação do município.

Folha: O prefeito será candidato na próxima eleição?
Lauro: Não existe nada de concreto e nenhuma preocupação de minha parte com este assunto. Fui eleito para um mandato de quatro anos e ainda falta um ano e meio. No momento, quem pode falar sobre isto é o partido. Ocupar espaço num veículo de comunicação como a Folha nesta época seria incoerente de minha parte, até por que a legislação eleitoral tem sérias ressalvas neste sentido. No momento, minha preocupação é somente administrar o município.

Folha: Como o prefeito vê o futuro de Candelária?
Lauro: Estamos numa posição geográfica privilegiada, temos um entroncamento rodoviário de fazer inveja a muitos outros municípios, temos belezas naturais e arquitetônicas fantásticas, temos um povo que trabalha muito tanto na cidade como no interior, temos um comércio competitivo e, com tudo isto, temos as melhores chances de crescer e tornar Candelária um pólo regional de desenvolvimento. A aposta na Cultura nos trouxe excelentes resultados, como a criação da Associação Cultural Érico Veríssimo, de nosso Coral Municipal, da nossa Banda Marcial. Isto é bonito, isto é positivo, isto é resgatar o que temos de bom, nossas origens, nossas crenças. Eu sou otimista em relação ao futuro de Candelária, pois acredito na união de esforços para superar obstáculos e deixar uma bela herança para as futuras gerações. Somos nós os responsáveis por escrever as páginas na história, ainda temos que fazer muito, mas também já temos muito o que festejar.